Capítulo Quarenta e Oito- Especial Ano Novo

659 68 79
                                    

*Feliz Ano Novo*

*Capítulo com 4868*


Era noite de 31 de dezembro, véspera de ano novo.

Bambam estava na Tailândia, na casa de seus pais com seu marido e sua filha Yuna. Na Tailândia, eles não comemoram a virada do ano no dia 31 por seguirem o calendário lunar, assim como os países da Ásia oriental, porém cada família tem suas tradições, como a família Kim que comemora o ano novo tanto no dia 31 de dezembro quanto na data lunar, não perdiam datas para comemorar em família.

Como Jay foi para a Tailândia com o marido e a filha, decidiram fazer uma ceia, e os pais de Bambam adoraram a ideia e concordaram de bom grado em reunir toda a família.

Bambam estava na cozinha com sua mãe, finalizando a comida, sua irmã e cunhado chegariam em breve com seus dois sobrinhos, assim como seu outro irmão e seu marido com o filho recém nascido.

Jay estava na sala com sua filha e o sogro. A família de Bambam era fluente em coreano, já que moraram uma boa parte da vida dos filhos moraram na Coréia, mas depois que os filhos ficaram adolescentes retornaram para a Tailândia. Bambam foi o único que ficou para estudar e por lá, sua irmã mais velha já tinha um namorado tailandês na época e seu irmão caçula sempre quiseram voltar para o país de origem deles.

— Filho, o que você me disse por telefone é realmente sério? — olhou para o filho que estava sentado descascando batatas.

— Mamãe, sim é sério — falou um pouco triste, mas era algo certo para se fazer pelo menos achava.

— Você já falou para o seu marido sobre isso? — estava preocupada com a decisão repentina do filho.

— Ainda não tive tempo para isso, não queria tocar no assunto no clima natalino.

— Mas, você está com isso em mente a mais de um mês, querido. — Estava triste com aquela decisão, achava que ele iria se arrepender mais tarde.

— Eu só creio que seja o melhor, mamãe.

— Filho, tirar seu útero é algo sério e delicado, seu marido deveria estar ciente disso. Você já marcou o dia?

— Marquei a cirurgia, eu sei que é complicada, mas eu perdi quatro bebês, quatro… — parou de mexer nas batatas para limpar as lágrimas que caiam. — Olha, a última vez foi a pior de todas, era nosso menininho. Eu puder ver a esperança nos olhos do Jay no dia da ultrassom, quando descobrimos o sexo dele.

— Filho, sei que foi duro demais para você, mas tirar seu útero é algo sério, definitivo, é para sempre. E se daqui uns anos, vocês quiserem tentar novamente? 

— Tenho medo de lidar com aquilo de novo. Ver seus bebês se resumindo a sangue, ver o sangue escorrendo entre suas pernas, foram quatro vezes, quatro vezes que pude ver aquela dor. Eu ia fazer cinco meses, nunca tinha ido tão longe, estar naquele box e ver o chão se enchendo de sangue, me destruiu e já sabia o que viria depois. Já estávamos escolhendo nomes — limpou novamente as lágrimas.

— Calma querido, não estou te julgando, eu sei o que é perder bebês. Antes da sua irmã ter nascido, eu perdi dois, eu pensei que nunca conseguiria, mas no momento certo ela veio para mim, depois você e seu irmão. Não estou falando isso, porque quero que você tente novamente. Você já tem uma família linda, sua filha é linda, não sou egoísta a ponto de querer que passe por outra gestação sem ter a intenção, só quero que você fale com seu marido, ele tem direito de saber, o corpo é seu, você tem o poder de escolha, mas não esconda isso.

Our destiny is for us to belong until the endOnde histórias criam vida. Descubra agora