05

89 5 1
                                    

Atendi na mesma hora.

- Oi, Sabine. - a cumprimentei calmamente.

- Elisa, boas notícias para você, um de seus pacientes, Colin Campbell, do quarto 216, insistiu para lhe contratar como enfermeira pessoal. - Sabine revelou e eu arquei as sobrancelhas, surpresa.

- Sério? - exclamei ainda surpresa e escutei ela rir fraco.

- Sim, devo confessar que fiquei muito feliz por você, estava torcendo para que encontrasse outra vaga de emprego na área, mesmo sendo bastante nova, já demonstrou ter bastante potencial, como você mesma havia dito. - sorri grata.

- Obrigada, Sabine, esse elogio vindo de você, me deixa bastante confiante.

- Se você quiser nós podemos almoçar amanhã juntas, conheço um ótimo restaurante perto do hospital. - ela sugeriu e sorri animada com a ideia.

- É claro, mas isso também quer dizer que eu começo amanhã?

- Exatamente, o senhor Campbell deixou bem claro isso. Será no mesmo horário de antes. - ela explicou.

- Certo.

- Te vejo amanhã. - e ela desligou.

Suspirei aliviada, vou ter mais tempo para arranjar um emprego, só me pergunto o porquê dele ter feito isso, o custo de uma enfermeira pessoal é bem alto, mas ele é um mafioso né? Mas por que ele me quer como enfermeira dele?

...

Entrei no hospital recebendo um olhar estranho dos funcionários, eles comentavam entre si em sussurros e fiquei incomodada, não gosto de receber tanta atenção assim. Entrei na sala dele, não preciso de uniforme, só coloquei uma calça de tecido branca e uma camiseta da mesma cor simples com um casaco da mesma cor quase transparente.

- Por que você não está mais usando o uniforme? - ele perguntou.

- Aquele uniforme era do hospital, agora eu não trabalho mais aqui, eu trabalho para você. - expliquei. - Como foi ontem sem mim? Cuidaram bem de você? - perguntei e quando me virei para ele vi um sorriso debochado, e que sorriso, Jesus.

- Está preocupada comigo? - ele perguntou e ri fraco com as bochechas levemente coradas.

- Não, estou preocupada com o meu paciente. - e levantei sua camisa. - Já está cicatrizando.

- Quantos dias acha que eu vou ficar aqui?

- Talvez mais três dias se continuar assim, e eu vou de vez em quando para a sua casa ver a sua situação, alimentação regrada e sem esforço, ou pode ser que eu vá até a cadeia. - ao falar isso me arrepiei com a ideia.

Às vezes esqueço que ele é um mafioso extremamente perigoso, quando estou com ele eu não vejo nenhum traço disso, apenas uma pessoa normal

- Pode ficar tranquila, nenhum de nós dois irá pisar na cadeia.

- Já suspeitava.

Sinto seu olhar queimar em minha pele, mas continuei cuidando do seu ferimento. Quando terminei dei seu remédio.

- O que você vai fazer até dar o tempo de voltar? - ele perguntou e levantei a sobrancelha surpresa.

- Procurar um emprego, não posso ficar desempregada tendo uma filha de quase um ano que cresce três centímetros a mais a cada dia. - falei e suspirei.

- Se quiser pode fazer isso aqui, sei que você tá sendo a mais comentada do hospital. - ele falou e mordi o lábio. - Pare de morder o lábio, vai acabar machucando ele.

- Parece que você também se preocupa comigo, não é? - perguntei e me apoiei em sua cama.

- Não pode machucar lábios tão… atraentes - ele justificou e me puxou para mais perto. - O que você tem de diferente, Lise? - ele perguntou olhando para o meu rosto com preciosidade.

Olhei para seus olhos repletos de luxúria e em pouco tempo nossa respiração se uniu, seu olhar fez meus pelos se arrepiarem e seu cheiro forte me fez ficar ainda mais alucinada do que estava, coloquei minhas mãos em seus ombros, fechei meus olhos e brincamos com o toque dos nossos narizes.

- Eu não sei. - sussurrei totalmente engajada pelo momento.

Ele riu fraco e finalmente colou seus lábios avermelhados nos meus. Tudo parece ter sumido no momento, seu gosto invadiu o meu e confundiu tudo. Ele apertava minha cintura e minhas mãos desceram para seu peitoral que subia e descia rápido. Nossas línguas exploravam a boca um do outro, podia sentir o gosto do meu café da manhã junto com um gosto viciante. Ele mordeu meu lábio inferior e eu gemi baixinho. Ele acariciou minha bochecha e me trouxe para seu colo.

Separei o beijo quando estava quase que sufocada sem ar, podia escutar seus batimentos se acalmarem pelo aparelho do hospital. Abri os olhos e encontrei seus olhos verdes dilatados mostrando o quanto sua íris poderia ser hipnotizante.

- Que porra foi essa? - ouvi uma voz estranha e me virei bruscamente me afastando de Colin.

Merda, era uma enfermeira, não uma, mas Vitória Lins, a garota que tinha como hobby um site de fofocas.

- Nossa, Lise, nunca imaginei que você era o tipo de garota que curtia caras maus. - Vitória falou e eu senti minhas bochechas esquentarem violentamente.

- Vitória...

- Vai ser ótimo publicar algo exclusivo de um dos maiores criminosos do estado, isso vai me trazer um engajamento enorme, pensa só, a minha publicação em todos os sites de fofocas? O tanto de acessos que eu vou ganhar. - ela soou sonhadora.

- Eu sei que isso é importante para você, Vitória, mas eu não posso sair como prostituta. - falei implorando por sua misericórdia e ela sorriu.

- Sinto muito, Lise, você é legal, muito, mas olha como essa foto saiu perfeita. - ela mostrou toda orgulhosa a minha foto beijando Colin.

- Colin… - olhei para ele preocupada, mas ele pareceu impassível.

Colin se levantou e puxou Vitória pelo braço, a botou contra a parede de modo violento, pegou seu celular, jogou no chão e pisou em cima sem dó.

- Se você abrir esse bico, não vai ter mais língua daqui para a frente. - Colin a ameaçou e ela assentiu apavorada.

Assisti assustada a garota sair correndo do quarto e com algumas lágrimas nos olhos, Colin riu fraco e se virou para mim, ele arqueou a sobrancelha ao ver minha reação, mas apenas se sentou novamente na cama. Ele me analisou e eu me afastei um pouco dele.

- Não era isso que você queria? - Colin perguntou irônico e eu evitei o olhar.

- É só que… - fiquei incapacitada de falar qualquer coisa. - Você já… matou muitas pessoas? - perguntei com medo da resposta.

- É o meu trabalho. - ele explicou com simplicidade.

Minha garganta fechou e eu mordi o lábio, nervosa. Com que pessoa eu me relacionei? Merda, eu beijei ele... mas pareceu tão certo.

ChangesOnde histórias criam vida. Descubra agora