Changes

15

Assenti e ele me apresentou a todos como sua parceira, com um nome falso é claro. Apenas sorri para as pessoas e não dirigi uma palavra. Algumas pessoas começaram a dançar e logo encarei Colin.

— Não vamos dançar? — perguntei e ele fez careta. — Disse para curtimos a música. — contrapus sua reação e ele revirou os olhos estendendo sua mão para mim.

A música era lenta, mas ainda clássica. Coloquei minhas mãos em volta do seu pescoço e ele na minha cintura, notando o espaço que estava entre a gente, ele me puxou com agilidade para si e arfei com a velocidade, desnorteada encarei seus olhos e em seguida seus doces lábios que me chamaram tanta atenção.

Começamos a balançar e trocar olhares. Comecei a puxar seu cabelo como fazia quando a gente se beijava, ele fechou os olhos e senti um frio na barriga, ele parecia tão vulnerável comigo, assim como eu me sinto com ele. Encostei minha cabeça em seu peito e suspirei apaixonada ao sentir seu cheiro masculino. O segurei com mais força e aprecie aquele momento único.

Eu sinto que desde quando eu o conheci me sinto diferente, de algum modo ele me mudou, assim, como eu sei que eu o mudei também.

A música acabou e me afastei dele lentamente, trocamos olhares mais uma vez, mas fomos interrompidos por um homem.

— Colin Campbell, meu velho amigo, faz tempo que a gente não se vê, não é? — ele disse.

E assim que me virei, dei de cara com um homem muito bonito e mais velho, cabelos brancos bem penteados e uma barba bem feita, vestido em um terno elegante e ao lado, uma mulher forte com pose de durona e seus lindos cabelos dourados, parece atenta a tudo que acontece.

— Concordo plenamente, Halfred. — Colin disse falsamente e me liguei de quem era aquele homem a minha frente e a mulher ao seu lado. — Deixe-me apresentar minha acompanhante, Emma. — Colin me apresentou e Halfred finalmente desviou seu olhar para mim.

— Uma linda mulher, Campbell, quando a descartar, me passe o contato dela. — ele riu olhando para meu corpo maliciosamente e notei Colin tensionar sua mandíbula.

— Garanto que não vou "descartá-la". — Colin me encarou de uma maneira estranha e eu apenas desviei o olhar.

— Que pena, porém, deixe-me agora apresentar a minha acompanhante, Rebeca. — ela acenou para nós, sem querer muito papo.

Colin e Halfred conversaram mais um pouco e ele apertou meu pulso, entendi o seu recado e olhei em volta procurando alguma coisa que pudesse distrair Rebeca. Bebi um gole do champanhe e fingir ter uma tosse, acabei derrubando o líquido no meu vestido "sem querer", Colin me olhou preocupado, mas continuei a atuar.

— Meu vestido, não acredito! — exclamei ao notar o estrago. — Rebeca, poderia me acompanhar até o banheiro para me ajudar? — perguntei inocente e ela pareceu receosa. — Não vai me negar ajuda, não é? — perguntei sonsa e arquei uma sobrancelha.

— Contanto que seja rápido. — ela concordou impaciente e sorri inocente.

— Claro, obrigada. — agradeci.

Fomos até o banheiro e ela me ajudou a limpar, e antes que ela saísse eu segurei seu pulso levemente.

— Beca, amiga, o que você acha do Colin? Acha que ele gosta de mim? Acha que ele gostou da minha roupa? Eu fiquei horas procurando uma roupa boa, fora as milhares de horas que eu fiquei no salão, falando nisso, qual o seu salão preferido? Já pensou em cortar o cabelo? — e eu passei horas perguntando coisas fúteis e irritantes.

— Chega! ... eh... devem estar preocupados conosco, já estamos aqui a mais de 15 minutos. — Rebeca disse impaciente e eu coloquei a mão na boca surpresa.

— Oh, desculpe, Beca, eu fiquei tão empolgada conversando com você, certamente Co... Campbell está preocupado. — sorri amarelo.

Mas antes que pudéssemos fazer qualquer movimento, Rebeca estava de olhos arregalados e com um buraco na testa, eu gritei assustada e coloquei a mão na barriga sentindo tudo em mim doer. Olhei para a porta e encontrei Colin com a arma na mão e em seguida para Rebeca que caiu no chão morta e de olhos arregalados. Lágrimas derraparam sobre minhas bochechas e eu não conseguia sequer fechar a boca de tamanho susto, Colin ficou a minha frente e segurou minhas bochechas.

— Fica calma, temos que ir e você não pode sair daqui assim. — ele disse olhando no fundo dos meus olhos e eu assenti nervosa.

— Ela está morta… — sussurrei olhando para o corpo de Rebeca.

— Está tudo bem. — ele tentou me tranquilizar e limpou minhas lágrimas.

— Vamos deixar ela aí? — perguntei e ele negou.

— Vamos logo. — ele mandou e segurou minha mão me puxando banheiro a fora.

Quando chegamos no carro, paramos um de frente para o outro, notei que Erick estava aqui a frente de outro carro fumando, como sempre, ele olhava ao redor, atento.

— O motorista vai te levar para casa, okay? — ele perguntou e eu franzi as sobrancelhas.

— E você?

— Eu tenho algumas coisas para resolver. — ele respondeu e eu abaixei o olhar imaginando o que seria.

— Só não demora muito. — pedi com um fio de voz e ele me olhou aflito.

— Eu prometo que vou estar em casa o mais cedo possível, para te encher de beijos e abraços, pequena. — ele prometeu e beijou minha testa. — Agora vá. — ele mandou e eu assenti.

Soltei nossas mãos e antes de entrar no carro, o olhei, mordi o lábio e entrei no carro. Encostei minha cabeça no banco e fechei os olhos, os abri assustada com a imagem de Rebeca morta, me encolhi no banco e olhei para a janela em busca de algum conforto.

Eu havia presenciado a morte de alguém, uma morte sem remorso, e se ela tivesse família? Como eles vão estar quando descobrirem a morte dela? Tudo se martelava em minha mente.

O tempo da viagem até em casa passou lento, mesmo não sendo muito tempo, mas passou como uma eternidade, mas suspirei aliviada ao chegar na casa de Colin, subi as escadas rapidamente e fui até o quarto de Alice.

Sorri aliviada ao vê-la brincando com um chocalho e me agachei para ela, a peguei no colo e a abracei, e eu finalmente estava em casa, suspirei aliviada e senti como se um peso tivesse saído de meus ombros.