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Estava no quarto de Alice junto com minha mãe, ela brincava com sua neta e eu encarava a paisagem da janela com as cortinas balançando sobre o vento, estava tão imersa que levei um pequeno susto ao escutar a voz da minha mãe.

— Filha, você sabe... temos que conversar. — ela respirou fundo. — Você não acha que está indo rápido demais com esse relacionamento? Você tem uma filha, ela vai se apegar ao Colin, e se ele não for a pessoa certa?

— Eu sei, eu acordo todos os dias pensando nisso, pensando no quanto isso pode me magoar e magoar a minha filha, mas… eu não consigo me afastar. — desabafei e ela fez um bico triste.

— Se ele não estiver sendo saudável para você, tem de se afastar, querida, ou eu mesma te puxo para fora e te levo de volta para o Brasil. — ela ameaçou.

— Eu confesso, Colin é complicado, cheio de problemas, no entanto, estamos evoluindo juntos, ele tenta me fazer feliz todos os dias, ele está mudando por mim, a senhora não faz ideia do quanto ele já mudou para me deixar mais feliz. — ela sorriu sem mostrar os dentes.

— Você está feliz ao lado dele? — ela perguntou e eu suspirei apaixonada.

— Eu nunca estive tão completa quanto estou agora, mãe. — sorri boba.

— Tudo que eu e o seu pai queremos é isso, que esteja feliz, feliz de verdade, e pelo que eu vejo, você está o amando.

— Eu acho que podemos ter um futuro juntos, mesmo ele sendo muito complicado. — me deitei no colo de minha mãe.

— O amor é assim mesmo, às vezes ele machuca muito, mas se você sente que o relacionamento está evoluindo com essas dores, que vocês estão evoluindo um com o outro, você não pode desistir, principalmente quando o ama de verdade, porque nada dói mais que perder o amor da sua vida. — ela explicou enquanto acariciava meus fios loiros.

— Você já perdeu o amor da sua vida, mãe? — perguntei curiosa e ela sorriu triste.

— Na vida temos apenas dois amores, aquele que você nunca vai esquecer, e o que vai consertar seus caquinhos e te fazer viver de novo, como uma nova pessoa, assim como seu pai fez comigo. — ela disse e mordi o lábio.

— Quem foi seu primeiro amor? — perguntei e ela suspirou com lembranças tristes.

— Ninguém que valesse a pena. — ela respondeu e eu desviei o olhar.

— Acha que meu pai vai parar de implicar com o Colin? — perguntei temerosa e ela riu alto.

— Aquele ali? Jamais, ele morre de ciúmes de você, a única menina dele, coitado do Colin, vai sofrer muito nas mãos de seu pai. —  ela respondeu sorridente e eu sorri.

— Colin merece mesmo. — retruquei e trocamos sorrisos.

Uma mãozinha tapeou meu rosto e fiz careta olhando para Alice que sorria brincalhona, sorri e beijei sua bochecha.

— Como minha netinha é linda. — minha mãe pegou Alice para seus braços. — Estava com tantas saudades da minha branquela. — Alice colocou suas pequenas mãos nas bochechas da avó.
. . .

Abri a porta do quarto e encontrei Colin sentado na cama olhando o celular, mas logo estava olhando para mim. Sorri e me joguei ao seu lado.

— Como está a situação? — ele perguntou e ri fraco.

— Tudo bem. — ele relaxou e o abracei.

— Ainda bem, o seu pai me dá medo. — os pelos de Colin se arrepiaram, enquanto isso ri da sua cara e recebi um olhar de indignação.

— Pensava que você não tinha medo de ninguém.

— Tudo por sua causa. — ele me olhou de maneira fofa e sorrindo me apertou em seus braços. — Onde está a Alice?

— Meus pais estão com ela, estavam com tanta saudade. Sinto muita saudade deles também, pena que Gustavo não pôde vir.

Campbell me encarava e começou a acariciar minha bochecha, apenas fechei os olhos apreciando seu carinho, ele despejou um beijo em meus lábios e abri os olhos encontrando seus lindos olhos verdes cheios de carinho.

— Eu te amo. — ele disse e corei sorrindo boba.

— Também te amo. — sussurrei e fechei meus olhos para sentir melhor o seu cheiro, a temperatura do seu corpo junto ao meu e os batimentos acelerados do seu coração.

. . .

Jantamos uma receita especial da família Campbell e curtimos um filme na grande sala de Campbell, meu namorado finalmente conseguiu se aproximar um pouco da minha família e eu estou realmente muito aliviada por isso.

Minha família saiu pela manhã para passear e estão até agora de tarde, o sol está quente e eu estou simplesmente fervendo aqui nessa casa. Olhei para a janela e tive uma ótima ideia, vou tomar banho de piscina e aproveitar esse calor que está fazendo aqui na Califórnia.

Coloquei um biquíni preto decotado que é meu preferido, um roupão e prendi meu cabelo para não pegar tanto cloro, desci as escadas e aparentemente, Colin saiu, a casa está um silêncio que chega arrepia.

Me deitei na cadeira de sol e fechei os olhos aproveitando a tranquilidade da tarde, sentia muita falta de Alice, mas às vezes temos que ter um tempo só para nós mesmas, mesmo que a saudade me consuma.

Senti a temperatura aumentar do nada e me abanei com a mão, mas não adiantou, então abri os olhos e os arregalei ao me deparar com Colin de braços cruzados, ao seu lado Erick que me comia com os olhos e Joshua do outro com as bochechas coradas.

— Oi meninos. — acenei enquanto cobria meus ombros com o roupão. — O que acharam do meu biquíni? — provoquei e pude jurar que Colin estava pegando fogo nesse momento.

— Puta merda, a sua garota é uma gosto... — Erick foi interrompido por um olhar ameaçador de Colin que estava vermelho de tanto ciúmes.

— Elisa, feche o roupão. — ele mandou e ergui uma sobrancelha.

— Mas eu ainda nem tomei banho na piscina. — fiz bico e ele respirou fundo.

— Não inventa, Elisa. — o roupão deslizou graciosamente por meus ombros.

— Agora, eu também moro aqui, então os incomodados que se mudem. — repreendi e Erick riu.

— E não é que essa garota é um diamante mesmo. — Erick exclamou tragando em seguida seu cigarro.

Pulei na piscina e senti o fresco da água me rodear, logo subi até a superfície e tirei o cabelo que insistia em grudar no meu rosto, quando abri os olhos, grunhi de surpresa ao ver Colin na minha frente me olhando de cima a baixo.

— Não pode me provocar assim, pequena. — ele me olhou com raiva.

Ele puxou meu quadril com força, fazendo nossos corpos colidirem um contra o outro, nossos rostos ficaram a um centímetro de distância e pude sentir sua respiração descontrolada aquecer meu corpo frio por conta da água congelante em meio ao calor evidente que nos rodeia.

E naquele momento, ele me fez experimentar algo totalmente novo.

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