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Semanas se passaram e estava resolvendo tudo para o aniversário de um ano da Alice, comprei a fantasia dela e planejei como iria organizar a nossa pequena casa.

Alice está comendo melancia picadinha, quando a campainha tocou, suspirei ao ver meu estado. Uma camiseta enorme de banda, um coque super mal feito e batendo a massa das panquecas.

Abri a porta sem olhar quem era e me deparei com dois homens musculosos e armados.

Merda, eu juro que vou matar o Colin!

— Quem são vocês e o que querem comigo? — perguntei impaciente e de cara fechada, um deles arqueou a sobrancelha e o outro me olhou de cima para baixo.

Eu também iria ter a mesma reação, pois eu tenho um metro e sessenta e eles tem quase dois metros de alturas e os músculos deles dão duas de mim.

— Você é Elisa Barnes?

— Eu mesma.

— Você precisa vir com a gente. — arregalei os olhos.

— Por que? — perguntei indignada.

— O senhor Campbell quer conversar com você.

— Eu não quero falar com ele, não devo nada a ele, e se ele quer conversar comigo, ele que venha aqui. — quase gritei e escutei o choro alto de Alice, não posso deixar ela sozinha por muito tempo.

— Infelizmente, a senhorita não tem opção, ou a senhorita colabora com a gente, ou vamos ter que fazer por mal.

— E-eu vou pegar as minhas coisas. - disse e engoli o seco.

Eu acreditava que Colin nunca me machucaria, mas com minha filha na cozinha e com dois homens grandalhões que eu não conhecia, temia que algo que eu não gostasse acontecesse. E Colin sempre será um gangster.

Peguei a bolsa de Alice que já estava arrumada e a peguei, levando um brinquedo e colocando uma chupeta em sua boca para que ela se acalmasse, fiz tudo isso com um deles andando atrás de mim, o que fez as minhas mãos tremerem o processo inteiro.

— Para onde vocês vão me levar? — perguntei nervosa enquanto entrava no carro.

— Não se preocupe, está tudo bem. — o homem falou e tampou minha boca com um pano.

Me contorci nervosa e segurei Alice firme nos meus braços, aos poucos tudo foi escurecendo, a última coisa que eu vi foi o homem tirando Alice dos meus braços e eu adormecendo no banco do carro.

Senti alguém me cutucar e abri os olhos lentamente, assim que vi o homem que havia me feito adormecer, arregalei os olhos e me afastei bruscamente, olhei para os lados e suspirei aliviada ao ver minha filha na cadeirinha no banco da frente.

— Por favor, nos deixe ir. — implorei amedrontada.

— Agora não dá mais para voltar atrás, senhorita. — ele alertou.

Me assustei quando o outro homem abriu a porta, saí do carro e olhei ao redor, involuntariamente abri a boca extasiada com a beleza e luxuosidade que é a casa à minha frente. Em tons cinza e branco, com janelas grandes e pequenos enfeites de arbustos, uma casa grande, que era levemente moderna e disfarçada com uma fachada americana comum.

Me guiaram para dentro e por dentro a casa é ainda mais bonita, com o interior moderno, distorcendo toda a fachada familiar, tudo em preto, cinza, branco e amadeirado. A sala de entrada é simples e um pouco distante é possível ver a cozinha aberta.

Subi as escadas e paramos na frente de um escritório. Bateram na porta e escutei a voz dele do outro lado, quando abriram prendi o ar, uma parede cheia de armas de todos os tamanhos, uma estante com vários livros, no meio tinha uma mesa enorme, com cadeiras acolchoadas e do outro lado estava ele, sentado como o rei em seu trono.

Com o cabelo penteado, a camisa branca com dois botões abertos e o blazer cinza que valoriza seus músculos, ele estava fumando um cigarro e senti tudo se contrair dentro de mim.

— Colin, me deixa ir para a casa, por favor, isso já passou dos limites. — implorei e ele se manteve impassível.

— Vocês podem ir. — ele mandou e logo os dois homens saíram. — Sente-se, Elisa. — ele mandou e eu me mantive de pé. — Sente-se! — ele mandou e a contragosto, me sentei.

— Por que você está fazendo isso comigo? — eu perguntei segurando a angústia e o medo.

— Porque você me deixa louco, Elisa, eu quero você a todo momento, quero que você seja só minha. — ele soou possessivo e eu arregalei os olhos.

— Infelizmente, eu não sou sua e de mais ninguém. — contrapus e ele se encostou preguiçosamente na sua cadeira.

— Facilite tudo para mim, pequena, eu não quero te forçar a nada. — ele alertou e eu ri olhando para os lados.

— Eu não vou me vender para ninguém, não serei sua puta, nem mesmo por dinheiro ou qualquer outra coisa. — elevei meu tom e ele bufou.

— Chega, Elisa! Chega! — ele gritou irritado e eu me encolhi na cadeira.

Ele notou o meu medo e suspirou, ele colocou os dedos na testa tentando se acalmar, logo em seguida penteou seu cabelo e respirou fundo, ele se inclinou mais em minha direção e me olhou aflito.

— Quando você vai entender que eu só estava blefando, Lise? — ele perguntou e eu desviei o olhar.

Talvez eu soubesse disso, talvez eu tivesse a mais plena certeza, mas eu não quero desmentir isso, talvez isso seja só uma desculpa para eu odiá-lo, uma desculpa para eu não me entregar para meus desejos mais obscuros, ficar com ele.

— Eu quero ir embora, Colin.

— Entenda, você a partir de hoje, vai morar aqui até quando eu decidir que poderá voltar para casa, você é minha e só minha. — ele disse e eu gargalhei.

— Você não está falando sério. — nervosa, debochei.

Olhei para seu rosto buscando algum vestígio de blefe, mas sua feição séria me fez erguer as sobrancelhas e me levantar bruscamente.

— Isso é sequestro, Colin! Você não pode fazer isso comigo! — gritei assustada e ele apenas se encostou na cadeira relaxado.

— Eu posso e eu fiz. — ele disse calmo e eu o encarei aterrorizada.

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