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Coloquei a xícara na mesinha de madeira redonda e cruzei os braços. As palavras dele vieram na minha mente e respirei fundo segurando a raiva.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei grossa e ele parou na minha frente.

- Eu vim ver você. - revirei os olhos.

- Por que? Eu não era só a sua puta temporária? - perguntei irônica e ele não perdeu a postura.

- Porra, eu tava estressado, tá legal? - ele tentou justificar, mas eu apenas ri debochada.

- Vai arranjar outra puta para você, porque eu não sou. - respirei fundo. - Te disse que não quero mais nada com você, e agora que eu não quero mesmo! - levantei o tom de voz e em um segundo ele me colocou contra a parede.

Arfei encarando seus olhos, ele tem as mãos uma de cada lado não dando muito espaço para escapar. Ele se aproximou ainda mais de mim como um caçador se aproxima de sua vítima, pude sentir sua respiração misturar com a minha, seu cheiro masculino me deixou atordoada o suficiente para desejar seus lábios juntos dos meus.

- Eu sei que você me quer, pequena, sei que deseja que eu foda você como nunca foi fodida na vida, sei que quer a minha lingua lambendo todas as suas extremidades, das mais acessíveis até as mais extreitas - ele sussurrou em meu ouvido e me arrepiei por inteira.

- Está enganado, Campbell, tudo que eu quero de você é distância. - tentei soar firme e ele riu irônico.

- Vamos ver. - ele falou e me beijou com força, colocou as mãos na minha cintura e involuntariamente coloquei a mão em seu peito.

Ele se aproximou ainda mais e me beijava com força, com vigor, sua língua domou a minha boca, seu cheiro, suas mãos passeando pelo meu corpo, seus pêlos junto aos meus, que já estavam totalmente arrepiados. Por falta de ar nos separamos e ele finalizou o beijo mordendo meu lábio inferior com força, apoiei minha cabeça na parede olhando pra cima enquanto tentava respirar novamente.

- Então, ainda continua pensando da mesma forma? - ele perguntou malicioso e mordi o lábio.

- Meu corpo pode até te querer, mas eu não. - disse olhando diretamente em seus olhos e sorri debochada ao ver sua expressão desgostosa.

O deixei sem palavras e quando fechei a porta, me encostei nela e arfei com a lembrança de seu beijo, escutei ele bufar e andar pesadamente até seu carro antes de sair em alta velocidade.

Lembrei de Alice e andei apressada até seu quarto. Suspirei aliviada ao ver que ela ainda dormia tranquila em seu berço. Desci novamente as escadas e comecei a cozinhar o café da manhã.

Escutei o toque de notificação do meu celular e peguei ele rapidamente. Dei um pulinho silencioso ao ver que consegui o emprego. O salário é o melhor, obrigada senhor.
No mesmo momento, liguei para minha mãe, que atendeu o terceiro toque.

- Oi, filha. - ela soou como se ainda estivesse dormindo.

- Mãe, eu estou tão feliz! Consegui o emprego. - fiz uma pequena dancinha animada.

- Filha! Meu Jesus! Que bom, sabia que iria conseguir! Amor, meninos! A Elisa conseguiu o emprego! - minha mãe gritou e deu para ouvir os gritos de animação de minha família.

- Parabéns, Lis! - Eduardo, meu irmão mais novo.

Falei mais um pouco com a minha família e infelizmente me despedi cedo, já que uma pequena criatura começou a chorar em busca de atenção.

...

Coloquei um vestidinho vermelho lindo em Alice e me vesti com um vestido preto coladinho bem charmoso. Fiz duas tranças embutidas e coloquei um salto transparente baixo.

Hoje quero festejar e curtir uma noite, como no tempo da faculdade. Vou levar Alice para creche e vou curtir uma boa balada com muita bebida. Assim fiz e estacionei meu carro na frente da balada já que o estacionamento está lotado. Desci do carro com a minha bolsinha que tem absolutamente tudo aqui, mesmo sendo minúscula.

Entrei de graça, porque eu simplesmente sou bonita, o que é ridículo. A música alta e o cheiro de álcool invadiu meus sentidos ascendendo a antiga Elisa maravilhas. Sentei de frente para o bar e pedi três doses de tequila, bebi todas puras e de só uma vez. Senti a tontura e já não era mais a mesma, meu sangue está alterado e eu só quero curtir, sem homens e nem nada disso.

Uma música sensual começou a tocar e soltei um gritinho animado e digno de uma bêbada, parece que o destino está ao meu lado. Entrei no meio da pista e comecei a rebolar sensualmente e passear minhas mãos pelo meu corpo. Balançava meu cabelo o deixando bagunçado, logo começaram a ficar molhados por conta do suor.

Senti grandes mãos agarrarem minha cintura e mexi meus quadris contra o homem que me agarrou. Ele segurou ainda mais firme minha cintura e por um minuto lembrei de Colin, do jeito que ele me segurava firme, da sua boca no meu pescoço, deixando beijos molhados e eu puxando seu cabelo.

Imediatamente tentei me afastar, mas o homem insistia em querer me agarrar, eu já havia lidado algumas vezes com essa situação, algo que acontece muito quando você é uma garota jovem, bonita e desacompanhada.

- Por que você não vai procurar outra garota para assediar? - perguntei e pisei com força em seu pé.

Ele gemeu de dor e imediatamente me soltou.

- Que merda é essa? - ele perguntou indignado e eu mostrei meu dedo do meio.

Me virei e sai andando entre as pessoas para afastar esse maluco, escutei um barulho estranho e olhei para trás. Me deparei com Colin espancando o moreno, ele estava muito atraente devo confessar. Com os cabelos bagunçados caídos sobre os olhos, sua camisa social com vários botões abertos, o blazer amassado e fazendo movimentos bruscos acertando o moreno que estava mergulhado em sangue.

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