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Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e me olhei no espelho, o body amarelo valoriza as minhas curvas e o tule branco me faz parecer uma bailarina.

— Natália já chegou. — Colin avisou já que a Natália foi quem ficou responsável de arrumar a aniversariante.

— Já vou. — avisei e me apressei a colocar algumas jóias.

Assim que descemos, arregalei os olhos ao ver que muitos já haviam chegado. Estavam do lado de fora da casa, no quintal. Tinha luzinhas que fiz Colin pendurar, e tudo bem arco-íris com mesas que já tinha pessoas conversando sentadas.

— Ainda bem que você chegou, quero perguntar o que você usou para fazer isso. — Nat perguntou com Alice em um braço e um brigadeiro na mão.

— Isso é um brigadeiro, podemos fazer juntas, é bem simples, você vai adorar. — ela sorriu animada.

— Como vai, senhor Colin Campbell? — ela perguntou para Colin.

— Matando uns, matando outros, mas sempre aqueles que não me pagam. — eu arregalei os olhos. — Quer uma bebida, pequena? — ele perguntou se referindo a mim e sorri sem graça.

— Olha, os seus amigos chegaram, Colin. — avisei olhando diretamente para os garotos, na qual Colin logo foi atrás.

— Acho que ele não vai muito com a minha cara. — Nat observou, mas não pareceu se importar.

— Colin não mistura profissional com amizade, até você pagar o que deve a ele, ele vai apenas te suportar. — ela fez uma careta e eu sorri tentando aliviar. — Talvez um dia ele perdoe essa dívida, mas sinceramente, eu não sei como te ajudar a conquistá-lo.

— Você poderia quebrar o meu galho, não é? — ela perguntou e eu fiz bico.

— Eu vou tentar convencê-lo. — disse e Nat sorriu contente.

— Valeu, Lis. — ela me abraçou de lado. — Mas sabe uma coisa realmente incrível? — eu a olhei atenta. — A sua capacidade de mandar nele, porque eu nunca imaginei que um gangster poderia ser um bom pai.

Eu involuntariamente sorri, olhei como Colin sorria ao simplesmente olhar para a minha pequena Alice, eu sentia até ciúmes às vezes, porque os olhos dele parecem mil estrelas quando ele a vê sorrir. Ele acorda toda madrugada para niná-la, ele brinca, cuida dela quando ela chora, e ama ela quando ela ri. É como se ele fosse o pai dela, e para mim, ele já está nesse posto agora e para sempre.

— Somos a família dele. — respondi e sorri, desviei o olhar e me sentei na mesa.

— Lise, oi. — Marie apareceu e se sentou na cadeira da mesa ao meu lado.

— Marie, que bom que você veio. — a abracei. — Obrigada. — me referi ao presente que ela trouxe.

Marie sorriu e seus olhos se recaíram em Nat.

— Nat, essa é a Marie, uma amiga do meu antigo trabalho, Marie, esta é Natália Jones, minha melhor amiga e babá da Alice. — as apresentei.

— Prazer em conhecê-la. — Marie disse e Nat fez uma careta.

— Bem, já experimentou isso? Eu vou pegar um para você. — Natália avisou e foi até a mesa dos docinhos.

— Desse jeito ela vai acabar com todos os brigadeiros. — conclui e rimos.

— Cadê a pequena Alice? Eu ainda não a vi. — Marie a procurou com os olhos.

— Ela está com o pai. — respondi e Marie achou Colin com Alice no colo.

— Vocês já estão nesse nível? — ela perguntou surpresa e eu sorri.

— Com ele, nada é simples, ou é oito ou oitenta. — respondi e ela pareceu compreender. —  Mas eu acabei de perceber que ele seria um ótimo pai para ela agora. — eu admiti buscando conforto.

— Eu acho que deveria contar para ele o que pensa, porque é evidente que ele pensa da mesma maneira, dá para notar o quanto ele ama a Alice. — ela aconselhou.

Nesse exato momento, como se nos ouvisse, Colin me procurou com os olhos e me encarou, eu dei um tchauzinho e ele sussurrou algo para Alice, que me olhou e tentou pular do colo do mesmo, ele segurou melhor a nossa menina nos braços e arrumou a percata que havia soltado do seu pé.

— E o quanto vocês se amam. — Marie disse como se houvesse percebido algo.

Logo Carmin e Sabine apareceram e se sentaram conosco. Percebi o quão bem as duas vão se dar bem juntas. E eu sou ótima em ser cupida de amizades, pois Marie e Nat viraram também boas amigas. Mas notei uma tensão entre Natália e Carmin, elas são de mundos totalmente diferentes e realmente, não pareceram se dar bem.

Notei Emily conversando com Erick. Eles não tem muita diferença de idade, Emily só deve ser alguns anos mais velha. Talvez ela consiga amadurecer ele, como eu, aos poucos, estou tentando fazer com Colin.

E por sinal, após minhas amigas acabarem se unindo em um nível em que se esqueceram de mim, fui até Colin. Ficamos juntos com Alice até o fotógrafo nos chamar para tirar fotos, o que não agradou muito o meu namorado, mas foi uma cena agradável de se ver, ele todo impaciente, contudo, ainda estava ali, tirando fotos.

Depois de um tempo, cantamos o parabéns da minha pequena. Todos batiam palmas para ela, que ria de toda a barulheira.

Essa vai gostar de festa.

Eu ainda nem consigo acreditar que ela é a minha filha, que eu possa amar tanto uma pessoa quanto eu a amo, e saber, que eu sou a mãe dela, parece que é a maior honra que alguém poderia ter. Alice é o ser mais precioso e especial do mundo, e eu me sinto tão orgulhosa por ser mãe dela.

Assoprei as velinhas por ela e escutei assovios e aplausos, abracei minha pequena e beijei sua bochecha rosada, encontrei o olhar de Colin e trocamos sorrisos, os olhos dele, nunca os vi assim, tão cheios de amor e carinho quanto agora.

Nunca imaginei que poderia estar tão feliz e realizada como estou agora.

Após cantar os parabéns, levei Alice para brincar na piscina de bolinhas, ela jogou as bolinhas para o alto e lutei para que ela não as colocasse na boca, Colin se agachou ao meu lado e beijou minha bochecha.

— É tão bom vê-la feliz. — ele comentou e eu sorri. — Ver vocês felizes. — e ele olhou para Alice.

Sorri ainda mais feliz e beijei seus lábios com ternura.

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