— Vamos ao cinema? - perguntei vendo um filme que eu gosto em cartaz.
— Estamos em Las Vegas e você quer ir para um cinema? - Colin me perguntou e dei de ombros.
— Vamos, o filme que quero assistir começa daqui a uma hora e o cinema não é tão longe. - ele revirou os olhos.
Me arrumei e logo estávamos no cinema, me sentei na minha cadeira com a pipoca em uma mão e o refrigerante em outra. O filme foi ótimo e tudo aconteceu bem, pelo menos era o que eu queria que tivesse realmente acontecido, mas ao invés disso, tudo que assisti foi Colin me beijar todo o filme.
— Você ainda não me contou como vai rolar a missão vingança. - perguntei enquanto prendia meu cabelo em um coque bagunçado.
Ele desviou seus olhos do meu, tencionou sua mandíbula, estremeci, só por isso eu não queria mais saber.
— Colin, o que vai acontecer? - perguntei, ele olhou em meus olhos.
— Eu não queria ter que te meter nisso, mas você é a nossa única solução, não podemos simplesmente deixar isso passar em vão. - ele passou a mão no cabelo.
— O que eu vou ter que fazer? - perguntei nervosa.
— Você só precisa distraí-lo, apenas isso. - ele respondeu, mas não parecia ser tão simples.
— Por muito tempo? - soei preocupada.
— O suficiente, mas fique tranquila, porque eu nunca deixaria você se machucar, nunca. - ele beijou minha testa.
. . .
— Se arruma, vamos sair agora. - Colin entrou no quarto como um furacão.
— Está tudo bem? - perguntei aflita, ele parou um pouco e suspirou assentindo.
— Sim, só estresse de trabalho. - ele respondeu e notei que sua camisa estava suja de sangue igual às suas mãos.
— O que aconteceu? - corri até ele. - Você se machucou? - questionei procurando por algum machucado.
— Está tudo bem, Lise. - ele me tranquilizou e entrou no banheiro.
E então finalmente me dei conta de que aquele sangue não era dele.
Colin nunca apareceu assim para mim, mas nunca o vi chegar do trabalho, ele sempre aparecia do nada com outras roupas... antes, em uma casa enorme, dava para ele se trocar sem eu nem ver, mas aqui, não tinha como.
Às vezes me esqueço que ele é um gangster...
Abri a porta do banheiro revelando Colin tentando tirar o sangue de suas mãos na banheira, ele direcionou os olhos até mim e suspirou.
— Elisa, sai daqui. - ele mandou e continuo a tirar o sangue das mãos, sabia que às vezes era estressante tirar essas manchas de sangue, afinal, eu já fui enfermeira uma vez.
Suspirei e me sentei atrás dele colocando minhas mãos por cima das suas, fazendo ele as mover de modo correto para retirar da forma mais rápida e eficaz.
— Elisa… - ele sussurrou ainda estressado.
— Colin. - retruquei.
Ele não falou mais nada, ficou quieto olhando para nossas mãos juntas. Assim que terminei de ajudá-lo, me sentei do outro lado da banheira.
— Eu sinceramente, odeio esse seu lado, que machuca as pessoas e só faz mal aos outros, mas ele faz parte de quem você é, e eu amo você Colin, então… - desviei o olhar.
— Você acha que eu gosto disso? - ele perguntou estressado. - Eu detesto isso, principalmente depois que eu conheci você, o oposto de tudo que eu já fui um dia, mas a violência e a adrenalina dessa vida faz parte de mim agora, Elisa, eu não consigo abandonar isso, mesmo que eu queira muito, por você. - ele gritou retirando a angústia que o torturava. - Mas eu não quero perder você, Lise.
— Ei. - rapidamente me agachei na sua frente. - Eu nunca vou te deixar, e mesmo se eu quisesse te deixar, eu não poderia, porque eu amo você, você, Colin Campbell, você virou minha família, e eu nunca deixaria você. - olhei no fundo de seus olhos e seus olhos viraram um imenso mar de lágrimas.
— Não quero que veja esse meu lado... esse lado não te merece, Elisa. - segurei sua bochecha.
— Mas eu escolhi você, apenas você, e nenhum outro homem no mundo me faria tão feliz quanto você. - sorri. — Não me importa o que você faz ali, naquele galpão, porque você, o Colin que está aqui na minha frente, é o que me interessa. Eu não quero que mude Colin, porque esse é você, queira eu ou não... fora que você fica muito gostoso com uma arma. — ele riu revirando os olhos. - Mesmo eu não apoiando o seu trabalho, sempre vou estar com você, porque você é o amor da minha vida.
— O que eu faço com você, Elisa Barnes? - ele perguntou e eu dei de ombros.
— Me peça em casamento e me faça viajar o mundo na lua de mel, como havia me prometido. - ri fraco e ele colou seus lábios nos meus.
Algum tempo depois já estávamos na frente de um cassino.
— Nossa… - exclamei quando entramos no local.
Vários jogos de azar, mesas cheias de cadeiras onde tinha muitos homens trajados com roupas elegantes e muitas mulheres vulgares em seus pés, principalmente daqueles que pareciam ter sorte e dinheiro.
— Vamos jogar. - Colin me puxou até uma das mesas rodeadas de pessoas ricas, ou... falidas.
— Tem certeza que vai querer jogar? - perguntei preocupada e tinha muitos motivos pra isso.
— Eu sei o que estou fazendo. - ele soou confiante beijando a palma da minha mão.
Colin se sentou numa cadeira e todos olharam para ele.— Quem é você garoto? - um senhor perguntou e depois olhou para mim, me arrepiei com o seu olhar, nada de bom parecia vir dele.
— Apenas um amante de jogos. - Colin respondeu simples.
— Ele deve ser apenas mais um viciado sem dinheiro. - escutei um dos homens cochichar.
— Vamos ver se é bom mesmo. - outro o desafiou e notei que todos me olhavam com o mesmo olhar, Campbell percebeu também e enrijeceu o corpo.
— Quem sabe podemos apostar essa linda dama em algum momento. - outro sugeriu.
— Eu não sou objeto para ser apostado, velho. - respondi seu comentário desnecessário e eles riram. - Se quiserem uma mulher fácil, gastem seu dinheiro em um puteiro.
— Garotinha insolente. - um deles resmungou e eu bufei.
— Que comecem os jogos então. - o velho anunciou a fim de acabar com uma possível discussão que não iria acabar bem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Changes
RomanceElisa Barnes, brasileira que estudava nos Estados Unidos e viveu intensamente durante essa temporada, infelizmente, acabou grávida e se mudando para a Califórnia. Trabalhando em um dos melhores hospitais como enfermeira, ela recebe um paciente inesp...