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Estávamos no seu quarto do hospital, ele estava deitado na cama assinando uma papelada enquanto eu estava sentada na poltrona olhando a paisagem da janela. De repente me veio um pensamento.

- Por que você não tem tatuagens e vários piercings? Tipo um gangster mesmo? E por que aqui não tem policiais escoltando a porta?

- Me livrei dos policiais, tenho meus olheiros para me proteger, por todos os lados me escoltando 24 horas por dia, eles são mais eficientes.

- Você não respondeu das tatuagens e dos piercings. - ele coçou a nuca nervoso, sorri vendo ele nervoso pela primeira vez.

- Eu... eu não me dou bem com agulhas. - Só não conte para ninguém. - ele pediu e eu fiz um sinal de lábios fechados.

- Eu prometo, mas se me contou isso para mim, é porque confia em mim. - cerrei os olhos em sua direção.

- Talvez. - ele sorriu malicioso e eu fiquei boba, por que? Eu não sei.

Acordei novamente com lembranças na qual não queria recordar, porém agora tinha uma dor de cabeça terrível e uma ardência na garganta. Gemi baixo com a dor e abri os olhos lentamente, os arregalei ao perceber que não estava em meu quarto.

- Puta merda. - resmunguei e me levantei rapidamente.

Olhei para os lados analisando o quarto, tons preto e branco, coisas e mais coisas chiques e uma bandeja no criado-mudo com um remédio e um copo de água, fora um bilhete. Abri a cartinha com as mãos tremendo, mas suspirei aliviada ao ver o que estava escrito.

“Você é mais linda do que imaginara, queria explorar cada parte de você, mas eu não sou um monstro, mais tarde, se renderá a mim e será de sua própria vontade, minha e só minha, Elisa.

Colin Campbell"

Aliviada por não ter sido sequestrada ou ter feito algo que não deveria, me sentei na cama e fiquei olhando alguns minutos para seu quarto, que tem incrivelmente a sua cara. Por que ele faz isso comigo?

Coloquei a roupa na qual cheguei, procurei a minha bolsa por todos os lados, suspirei preocupada por não achá-la em lugar nenhum, eu preciso buscar Alice.
Saí do quarto e desci as escadas, dando de cara com a balada vazia com iluminação comum, e não a azul que normalmente tem. Tinha um garoto varrendo o chão e quando ele notou a minha presença, franziu as sobrancelhas.

- Senhorita, não pode estar aqui, já fechamos há duas horas.

- Desculpe, eu já vou sair, é que eu perdi a minha bolsa, ela é de couro preta pequena de alcinha de corrente dourada, você a viu por algum lugar? Devo ter a deixado cair em algum lugar.

- Os achados e perdidos ficam na sala do chefe, pelo menos os mais importantes. - ele explicou e mordi o lábio.

- Pode me dizer onde fica? - perguntei me aproximando mais.

- Sinto muito, senhorita, mas só pode entrar com a permissão do dono. - ele contrapôs e eu revirei os olhos.

- Isso com certeza é ato do Colin. - cruzei os braços irritada.

- Perdão, mas você conhece o chefe? — ele perguntou e antes que eu pudesse responder, uma voz soou atrás de mim.

-bParece bem melhor, Elisa, como está se sentindo? - Colin perguntou e revirei os olhos.

- Como se você se preocupasse comigo. - ironizei e me virei para vê-lo descer as escadas.

- Claro que me preocupo com você, pequena, vou até deixar a sua entrada de graça sempre que quiser voltar, e espero que volte logo. - ele piscou.

- Para eu virar sua putinha oficial? - ri debochada e ele revirou os olhos.

- Lise... - o interrompi.

- Cadê a minha bolsa? - perguntei impaciente.

- Está lá em cima. - ele falou e antes que eu pudesse subir, ele segurou meu pulso me impedindo de andar. - Você, procura a bolsa dela. - ele mandou impaciente e o garoto saiu correndo, temendo levar uma bronca de Colin.

- Por que você é sempre tão arrogante, Colin? - perguntei com dó do garoto.

- Sendo bonzinho, não se conquista nada, no meu local de trabalho, não tem essas coisinhas não. - ele explicou e pegou algo no seu bolso, ele acendeu o cigarro e deu uma longa tragada.

- Você não pode fumar, Colin. - o repreendi e tirei o cigarro da sua boca jogando no chão e pisoteando.

- Ninguém em sã consciência faria isso. - ele disse me olhando intensamente e me puxou pela cintura fazendo nossos corpos colidirem um contra o outro.

- Eu não tenho mais medo de você. - sussurrei.

Suas mãos em minha cintura, seu cheiro me alucinando de modo hostil, seus lábios curvados em direção aos meus... quase desfiz tudo na qual tinha falado. Mas felizmente ou infelizmente, nos interrompeu com seus passos pesados e me afastei bruscamente de Colin com as bochechas coradas, inconformado, Colin bufou irritado.

- Achei a bolsa, senhor Campbell. - o garoto ergueu minha bolsa.

- Obrigada. - corri até a minha bolsa e dei um beijo na bochecha dele que logo ficou corada. - Obrigada, de verdade.

O garoto pegou a vassoura e voltou a varrer, olhei para Colin e notei seus olhos negros de ciúme, ele encarava de maneira mortal para o garoto inocente e eu suspirei.

- Eu vou indo. - disse e quando passei por ele, Colin segurou delicadamente meu pulso.

- Eu ia embora… mas eu não conseguia não falar com você, eu precisava ver você mais uma vez, mesmo que você dormindo seja a mais bela visão do mundo. - ele confessou olhando para mim com seus olhos me passando a mais verdadeira paixão.

- Adeus, Colin. - soei o mais firme possível e o deixei para trás sem sequer olhá-lo mais uma vez, mesmo que meu coração insistisse por isso.

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