— Por favor, Colin. — pedi e ele me encarou por alguns segundos.
— Como eu sei que você não vai fugir de mim? — ele perguntou e eu mordi o lábio.
— Você não pode confiar em mim? — perguntei e ele suspirou.
— Eu vou confiar em você. — ele se rendeu e eu sorri animada. — Mas eu vou estar de olho. — ele avisou e eu assenti.
— Obrigada. — agradeci sorridente e ele segurou minhas bochechas.
— Só não me decepcione, pequena. — ele me pediu e tocou meus lábios.
— Nunca. — prometi e trocamos olhares.
Em poucos segundos nossos lábios se colaram. Eu não fazia ideia do quanto eu sentia falta do seu beijo, foi como se só existisse nós dois. Por conta da falta de ar, nos separamos e encarei seus lindos olhos verdes dilatados. Enquanto tentava recuperar a respiração e acalmar meu coração, algo que parecia impossível, me perdi em seus lindos olhos verdes que me encaravam de uma maneira tão profunda que eu me senti estranha, com mil borboletas no estômago.
Após nos recuperarmos, fomos em uma loja e compramos sorvetes, um de chocolate para o Colin, um de morango para mim e peguei uma papinha para Alice.
— Vem aqui princesa. — Colin pegou Alice no colo que riu quando ele a jogou para cima até sentá-la no cadeirão.
Colin abriu a papinha e deu pequenas colheradas para Alice, ele sorria bobo enquanto via as caretas de Alice. Admirava tudo com uma animação estranha. Ver Colin cuidando de Alice fazia meu coração bater mais rápido, ver ele cuidando assim da pessoa que eu mais amo assim, me fazia bem.
E foi aí que eu percebi que estava perdidamente apaixonada por Colin, no nível de que eu poderia estar amando ele... mesmo como suas burradas, ele é diferente comigo, ele é bobo e idiota, e ao mesmo tempo tão... especial...
Ele me coloca em meu limite, mas mesmo que eu queria, eu não consigo afastar esse sentimento, eu vejo a esperança de ele ser quem eu preciso, esses momentos, em que ele me faz feliz, cura a ferida de qualquer momento em que ele me machucou, me faz esquecer quem ele é e o que ele faz.
Eu só queria que fossemos felizes, que ele me amasse como eu amo ele, me amasse de verdade.
. . .
Estava ensinando Alice a colocar os cubinhos no seu lugar na caixinha, estava tudo silencioso, estamos na sala, várias paredes com janelas que dão vista para a piscina, um dia vou entrar lá.
De repente um estrondo soou por todo o interior da casa, alguém quebrou algo, depois mais e mais, Alice começou a chorar e rapidamente a apertei em meus braços. Comecei a nina-lá e aos poucos ela foi se acalmando.
Levei ela até seu quarto e a coloquei no berço. Corri até o escritório de Campbell e quando abri me deparei com o cômodo cheio de cacos de vidro e Colin de costas para mim, olhando para a janela com os ombros tensos.
— Colin? — perguntei com a voz calma, mas não consegui esconder meu medo.
— Você devia bater antes de entrar. — ele disse mau-humorado.
— Eu estava preocupada. — engoli o seco.
Colin me encarava pelo reflexo da janela e eu desviei o olhar, quando menos percebi, ele estava a minha frente e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
— O que aconteceu? Você está bem?
— Eu não queria assustar a Alice. — ele ignorou minhas perguntas e acariciou minha bochecha.
— Eu sei... — fechei os olhos apreciando seu toque.
Me afastei ao escutar uma batida na porta, Emily entrou no escritório e quando percebeu a situação, suas bochechas de um tom pálido foi para um rubor evidente.
— Perdão. — ela pediu sem graça.
— Vamos deixar você limpar aqui. — sorri sem graça e puxei Colin junto de mim. — Elas têm muito medo de você. — comentei ao me lembrar das coisas que Emily me contou há um tempo.
— As empregadas? — ele perguntou e eu assenti. — Normal, todos tem medo de mim... menos você. — ele observou e eu sorri.
— Não é como se você fosse um gangster muito perigoso. — ironizei e ele riu.
— Vem comigo?
— Para onde?
— Só ficar comigo. — ele pediu carinhosamente.
— Tudo bem. — me rendi e ele sorriu me puxando para onde quer que fosse.
Ele me levou até o seu quarto e ele se sentou na cama me puxando para seu colo, observei todo o seu quarto - não muito diferente do resto do quarto - e notei uma foto da sua família na estante.
— Vai me dizer o que aconteceu? — perguntei preocupada e ele suspirou. — Me conta… — pedi e acariciei sua bochecha.
— Meu nome foi vazado... agora todo mundo sabe quem eu sou e vou parecer um famosinho por aí, vão ter paparazzis por todo lado... — ele explicou e o encarei.
— Pensei que todos já soubessem que você era um gangster.
— Isso era confidencial da polícia, nada sobre mim foi exposto, eu pago pessoas para deixarem meu nome no sigilo, mas parece que foi só dinheiro jogado no lixo. — ele bufou.
— Não é só isso que tá te deixando tão irritado. — observei e logo ele estava ainda mais irritado. — O que realmente está te deixando tão irritado?
— Acho que você já está perguntando demais. — ele elevou o tom e eu franzi as sobrancelhas.
— Pensei que confiava em mim. — comentei e ele riu.
— Eu não confio em ninguém. — ele disse rudemente e eu o encarei por alguns segundos.
De alguma maneira aquilo me chateou, e mais uma vez eu havia me iludido, eu sei que estava sendo dramática, mas eu não podia evitar a decepção, ninguém consegue evitar um sentimento, ele simplesmente aparece.
— Certo. — me levantei de seu colo e o deixei sozinho em seu quarto.
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Changes
RomanceElisa Barnes, brasileira que estudava nos Estados Unidos e viveu intensamente durante essa temporada, infelizmente, acabou grávida e se mudando para a Califórnia. Trabalhando em um dos melhores hospitais como enfermeira, ela recebe um paciente inesp...