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O primeiro prato chegou, um prato com pedaços de carnes em cubo, apenas o de entrada, o gosto era familiar a de churrasco.

— Nossa, isso é muito bom. — disse e Colin sorriu.

— Sabia que ia gostar. — ele parecia estar se divertindo com as minhas reações.

— Pare de rir da minha cara, é só que nunca fui num lugar tão chique. — disse e olhei em volta.

— Conte-me a sua história, Lise. — ele pediu e sorri me encostando na cadeira com boas lembranças.

— Meus pais são brasileiros, eles são dentistas, mas não recebem tão bem, só o necessário para manter a mim e os meus dois irmãos. Eu sou a do meio, então nunca recebi tanta atenção, já que meu irmão mais novo é um tanto rebelde. Não tenho nada demais para contar, apenas dei duro para chegar aqui nos Estados Unidos e assim comecei a minha vida. Alguns anos de farra, terminando com uma gravidez e logo me mudei pra cá. — resumi e dei de ombros. — Agora é sua vez.

Colin pareceu tenso, mas ele parecia disposto a compartilhar as lembranças comigo.

— Meu pai era dono da gangue e me treinou a vida toda, enquanto ele era frio, minha mãe era maravilhosa... Eu tenho uma irmã, mas ela está no México e perdemos o contato... aos vinte um tive que tomar conta do negócio da família por conta de um grave acidente de carro, que levou meu pai e minha mãe juntos de uma vez só... — ele disse sem demonstrar muitas emoções.

Vê-lo tão aberto e vulnerável para mim dessa maneira me fazia me sentir tão... nem tem como descrever. Coloquei minha mão acima da sua e ele levantou os olhos para mim e sorriu de canto.

Mudei de assunto e voltamos a comer, quando acabamos o prato foi retirado e pelo que percebi, teria outro prato. Uma música romântica começou a tocar e pessoas começaram a dançar, lancei um olhar para Campbell que revirou os olhos, mas se levantou e estendeu a mão para mim.

Deitei minha cabeça em seu ombro e ele segurou minha cintura, enquanto sentia seu cheiro e o conforto de seus braços, notei o quanto ele está se esforçando para me fazer feliz, pois ele me contou sobre algo que provavelmente não contou para ninguém para mim.

Com esse pensamento, encarei seus lindos olhos verdes e nos olhamos intensamente, despejei um selinho em seus lábios e a música terminou nos fazendo separar, de mãos dadas, ele me puxou até a nossa mesa.

— Eu não acredito! — exclamei animada assim que vi a mesa posta. — Faz anos que eu não como uma feijoada.

— Não é muito parecido, mas deve matar a sua saudade. — Colin contrapôs e eu sorri.

— Obrigada.

Me levantei um pouco até deixar um selinho nos seus lábios.

Terminamos de comer e Colin pagou a conta, no caminho de volta ele parecia tenso, então peguei o pen drive que tinha enfiado no carro dele. Colin me olhava de relance confuso.

— Está tentando achar o que? — ele perguntou olhando para a estrada.

— Já achei. — conectei com o som fazendo soar no carro um som agradável.

— Como foi que você enfiou esse pen drive aqui dentro? — ele perguntou e dei de ombros.

— Entrei naquela sua garagem enorme com um monte de carros desnecessários e coloquei dentro do que você mais usa. — ele me encarou rapidamente.

— Você não acha que foi ousada demais? — ele perguntou ameaçador, mas no fundo, é perceptível o quão ele está se divertindo com a minha ousadia.

— Foi uma aventura emocionante. — respondi e ele não conseguiu evitar o sorriso.

Chegamos em casa e cada um foi para um canto da casa, e durante a noite, quando a cidade dormia, eu fui até a cozinha, peguei um vinho vinho como sangue, fui até a área da piscina, onde o céu é cheio de estrelas, o vento sopra fazendo eu me encolher em meu moletom e as folhas da árvores fazerem soar uma melodia boa de se ouvir.

Colin apareceu mais descabelado que o normal e se sentou ao meu lado, ele estava com uma taça de vinho, como se estivesse o tempo todo me observando e decidiu se juntar a mim, ele se serviu e ficamos em silêncio olhando para a paisagem à nossa frente, deserta, mas ao mesmo tempo viva.

— Colin… — sussurrei e ele me olhou. — Eu amo você. — sussurrei e ambos tentamos não demonstrar nenhuma reação, mesmo que eu estivesse a um turbilhão de emoções.

Ele segurou minha bochecha e a acariciou, desceu seu carinho até meus lábios, meu pescoço, desceu ainda mais fazendo meus pelos se arrepiarem, e quando chegou à minha nuca, me puxou brutalmente e nos deixou com apenas poucos centímetros de distância.

— Você é tão… perfeita, Elisa. — ele disse me analisando.

— Só me diga a verdade. — pedi e ambos não deixamos o tom mais suave.

A tensão sexual que nos rodeia é imensa, é como se estivéssemos prestes a caçar um ao outro.

Segurei sua gravata amassada e me sentei em seu colo.

— O que você sente por mim, Colin? — perguntei sentindo seu calor me abraçar por inteira.

Estávamos ferventes.

— Você me deixa louco. — ele respondeu e me puxou ainda mais para ele.

— Mais, eu quero mais, baby. — pedi e mordisquei seu lábio.

— Eu só consigo pensar em você, apenas em você, a todo momento, a todo instante. — ele revelou e eu sorri.

— Diga de uma vez. — mandei.

Arranquei com força sua camisa e passei minhas mãos sem pudor por seu torso nu.

— Eu estou perdidamente apaixonado por você, Elisa. — ele se declarou.

Encarei seus lindos olhos verdes agora mais dilatados que nunca, ele molhou os lábios e acabei com a nossa tortura e beijei seus lábios o deitando no sofá.

— Você me ama? — perguntei e ele sorriu.
Eu amo você. — ele disse e eu senti que meu coração iria sair pela garganta.

Ele puxou meu rosto e beijamos com uma paixão diferente, uma paixão avassaladora, era como se nos matasse aos poucos.

Eu senti coisas que nunca senti, de todas as pessoas que eu já me relacionei, nada se compara ao que eu sinto por ele, é algo novo, mas que parece que sinto desde sempre, é todas as coisas e nada delas, me deixa louca, viciada, eu só penso nele e só nele, eu quero ser só dele e ter ele só para mim, quero sentir isso até o início do final.

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