25

32 4 1
                                    


O choro estridente de Alice soou e escutei um resmungo vindo de Colin, ele se sentou na cama se espreguiçando.

— A gente tem que começar a revisar. — ele falou impaciente e sorri sonolenta.

— Você sabe que não. — resmunguei e ele saiu do quarto.

Minutos se passaram, e Colin voltou, mas não sozinho.

— Ela não quis dormir. — ele explicou e colocou ela no meio da cama se deitando ao meu lado.

— Parece que ela só queria atenção. — falei vendo ela fechar os olhinhos.

— Ainda bem. — ele sussurrou e voltamos a dormir.

Acordei com a inquietação de Alice, olhei no relógio e eram apenas seis horas da manhã.

Colin como sempre já havia acordado. Olhei para o lado e encontrei Alice com os olhinhos bem abertos. Sorri e a abracei, logo em seguida lhe enchendo de beijos e sussurrando um feliz aniversário, sua risada encheu o quarto e ela batia suas perninhas animada. Despejei um último beijo e desci ainda de pijama junto com ela.

— Bom dia, Lise! — Emily desejou assim que notou minha presença.

— Bom dia, Emily! Por favor, sirva o café da manhã. — pedi e ela assentiu indo até a cozinha.

— Claro. — ela sorriu sem mostrar os dentes e eu ergui as sobrancelhas.

— É impressão minha ou você está mais animada hoje? — perguntei e ela não conteve o sorriso contente.

— Estou sim, eu tive uma noite ótima ontem. — ela respondeu e suspirou.

— Quem é o sortudo?

— Não é ninguém muito especial, eu não quero dar muita chance, ele é… como posso dizer…

— Complicado?

— Exato, complicado, mas seus olhos… são tão azuis quanto o céu da manhã. — ela olhou diretamente para a vidraça da porta.

— Não me diga que é o Erick? — perguntei surpresa e suas bochechas ganharam um fofo tom de vermelho.

— Shiu, não conte para ninguém. — ela pediu nervosa.

— Prometo, mas tenha cuidado, ele não me parece ser alguém confiável. — alertei e ela sorriu.

— Se me permite dizer, Lise, sem ofensas, mas seu namorado também não me parece ser alguém confiável. — ela retrucou.

— Justo. - sorri boba. — E ele realmente não é. — cochichei e ela riu. — Agora, vou te deixar trabalhar. — ela assentiu.

Fui até a sala de jantar e me sentei no meu lugar colocando Alice no cadeirão.

— Eu deveria ter lhe dado um banho, não é? — perguntei como se ela fosse responder. — Fazemos isso depois. — conclui e logo a comida foi servida.

Alguns minutos depois, Colin apareceu com o colete social preto e as mangas da camisa social arregaçadas. Eu arfei com a visão, com certeza sou a mulher mais sortuda do mundo.

— Feliz aniversário, mini Elisa — Colin desejou e beijou o cabelo de Alice se sentando ao meu lado, logo beijando a minha bochecha.

— Você está de bom humor hoje, animado para decorar a festa da Alice? — perguntei e ele revirou os olhos.

— Eu ainda acho que deveríamos contratar alguém para fazer isso. — ele respondeu e lá estava o Colin que eu conheço.

— Eu contratei um fotógrafo. — contrapus.

— Pelo menos isso, mas eu jurava que era uma festa pequena, apenas para amigos próximos. — ele cerrou os olhos em minha direção.

— Mas é, eu só contratei o fotógrafo porque você queria que eu contratasse pessoas. — eu justifiquei e ele riu.

— Você é incrível, Elisa. — ele exclamou divertido e eu sorri.

— Eu sei.

E quando percebi, estávamos trocando olhares significativos, como se estivéssemos nos apaixonando novamente, de novo e de novo. Eu só queria morar em seu olhar, esse olhar que me prende e me faz me sentir como a melhor versão de mim mesma, a mais sorridente e realizada.

Ele me mudou e eu o mudei, nós miudamos um ao outro.

...

— Te procurei em cada canto dessa casa, o que você está fazendo logo na cozinha? — Colin perguntou indignado.

— Eu estou te esperando para te ensinar a fazer um prato típico do Brasil. — expliquei e ele se sentou preguiçosamente na bancada.

— Eu vou te perguntar como se eu realmente estivesse interessado em fazer, só para te deixar feliz. — ele disse e eu revirei os olhos. — E qual seria esse prato típico?

— O nosso famoso brigadeiro, que é super simples, você vai ver. — prometi e ele suspirou.

Separei os ingredientes todos juntos e coloquei na panela, misturei todos eles e liguei o fogo.

— Desce daí. — mandei e ele logo estava ao meu lado. — Agora é só misturar.

A contragosto, ele começou a mexer e eu ri fraco, coloquei minha mão sobre a sua e o ensinei como corretamente se mexe o brigadeiro para que ele não queime.

— Vamos precisar de granulado. — anunciei e fiz careta ao não achar em nenhum lugar.

Mandei mensagem para Linda e ela me respondeu que logo iria chegar das compras com o granulado.

— Você faz academia? — perguntei e ele me olhou como se a resposta fosse óbvia.

— Aonde você acha que eu vou toda manhã? — eu apenas ri.

— Ótimo, porque vai ser um ótimo exercício. — avisei divertida e beijei sua bochecha.

Alguns minutos depois, estávamos enrolando os brigadeiros.

— Isso é muito cansativo. — ele reclamou e eu sorri.

— Agora não tanto. — ele franziu as sobrancelhas confuso.

Até que eu sujei a ponta do seu nariz, ele me encarou surpreso e encheu seus dedos de chocolate, melando em seguida a minha bochecha, o olhei indignada e o sujei ainda mais de chocolate, ele melou meus lábios e eu os lambi gemendo de satisfação ao sentir o gosto delicioso do chocolate.

Colin me puxou pela cintura e colou nossos lábios, nos deliciamos com o sabor de chocolate que prevalece em nosso beijo, ele empurrou sem culpa as coisas em cima do balcão e seus dedos passearam por minha coxa fazendo meus pelos se arrepiarem mais do que já estavam.

— Era para ser apenas brigadeiro, Colin. — sussurrei entre o beijo e ele sorriu.

— Nunca é simples comigo, pequena. — ele retrucou e mordi seu lábio.

— Eu sei. — e ele voltou a me beijar apaixonadamente.

ChangesOnde histórias criam vida. Descubra agora