— Esse é o quarto de vocês. — abri a porta do quarto. — Podem ficar à vontade.
Eles entraram com as malas e olharam ao redor, meu pai se sentou na cama e minha mãe abriu as cortinas, revelando a vista do campo, já que a casa é mais afastada da cidade.
— Já que vocês e o Edu já estão acomodados, eu tenho que ir trabalhar e o Colin também, então podem fazer o que quiserem na casa. — permiti ciente de que Linda trancou todos os cômodos não acessíveis.
—;Falando nisso, com o que o seu namorado trabalha? Ele ganha muito bem. — meu pai perguntou desconfiado e eu mordi o lábio.
— Ele herdou uma empresa da família, eu não sei muito bem o que ele faz lá, ele não gosta de falar sobre os negócios comigo, deixa ele tenso. — expliquei tentando ser convincente.
— Já estamos tomando demais do seu tempo, querida, vá se arrumar para seu trabalho. — minha mãe me liberou e eu assenti, aliviada.
— Mandem um beijo para Edu. — pedi sabendo que o menino estava entretido com seu novo quarto.
Fui até o quarto e tomei banho, passei minutos escolhendo a roupa ideal, me analisei no espelho, teria que passar uma expressão de pessoa séria. Coloquei um top branco tomara que caia e uma calça social bege com um salto comum.
— Você está linda. — Colin me elogiou e abotoou sua camisa. — Te dou uma carona. — ele ofereceu e assenti.
Ele pegou o celular e bufou ao ver algo, franzi as sobrancelhas e comprimi os lábios.
— Nunca me fala nada sobre seus "negócios", pode dividir suas frustrações comigo se quiser. — ele negou com a cabeça.
— Não vou te envolver nisso Lise, não pretendo envolver você com esses assuntos.
— Mas na primeira oportunidade, você me envolveu em uma missão. — retruquei e ele suspirou.
— Falando nisso, daqui a alguns dias, vamos viajar a trabalho. — estremeci.
— Não me diga que vai ter mais mortes. — me arrepiei apenas com a ideia de ver mais pessoas mortas.
— Eu trabalho com isso, Lise, eu realmente não queria te expor a isso, mas não tem mais ninguém na qual eu confie fora você. — ele revelou e eu sorri.
— Só me prometa que nada vai acontecer conosco, que você não vai se machucar. — eu pedi e ele se sentou na cama cansado.
— Eu prometo que vou tentar, por você. — ele disse e eu sorri.
— Obrigada. — agradeci e beijei seus lábios viciantes.
. . .
Dei um selinho de despedida no Colin e saí andando pelo campus, várias pessoas olhavam para mim, mas segui firme até a minha sala de aula, cheguei um pouco atrasada, então tenho que ir direto pra sala de aula. Carmin vai me matar.
— Assim que entrei, recebi vários olhares, inclusive o de Carmin que me encarava com uma carranca, me sentei na minha mesa e organizei o material da aula, a sala estava em silêncio, sentia o olhar deles sobre mim.
— Vamos continuar a aula. — Carmin anunciou e começou a copiar no quadro negro.
Depois de terminar a aula, Fortana passou o exercício e esperei eles me entregarem na minha mesa enquanto fazia mais anotações para entregar para a mesma.
— Senhorita Elisa. — uma aluna me chamou e a encarei.
— Sim?
— Er... você está mesmo namorando aquele gangster? — ela perguntou receosa e mordi o lábio.
— Creio que a vida pessoal da senhorita Elisa não tenha nada relacionado ao assunto que eu passei hoje. — Carmin repreendeu rígida e sorri sem graça, mas todo mundo sabe que quando um toma coragem, todos tomam igual.
— O Colin Campbell é bom na cama? Ele é tão gato. -— assim começou um falatório enorme.
Suspirei cansada.
— Chega! Continuem a fazer o exercício, vocês tem apenas 10 minutos. — Carmin gritou irritada e todos começaram a responder.
Depois que a aula terminou, todos se foram e continuei a organizar as atividades, levei um susto com Carmin que estava à minha frente.
— Você está bem, Elisa? — Carmin perguntou e eu assenti.
— Eu deveria saber que isso aconteceria. — respondi sorrindo sem graça.
— Eu conheço um ótimo restaurante aqui perto, se você quiser, podemos almoçar juntas. — ela ofereceu e eu sorri.
— Claro.
E o mesmo roteiro se seguiu em todas as outras aulas, o que me deu uma dor de cabeça irritante, após a aula, Carmin me levou até o restaurante que ela gosta de comer, pedimos duas saladas com frango e começamos a conversar sobre o trabalho.
— Se quiser, pode perguntar. — disse para ela que realmente parecia curiosa.
— Você realmente está namorando aquele gangster? — ela perguntou de olhos arregalados e eu ri fraco.
— Nós não pedimos oficialmente, mas creio que somos namorados. — respondi pensativa.
— Sabe, eu queria te pedir desculpas. — ela disse de repente e eu franzi as sobrancelhas.
— Por que? — perguntei e ela riu.
— Eu te tratei muito mal. — ela explicou e eu sorri.
— Tudo bem, nada que eu não possa suportar. — ela sorriu sem graça.
— É que por eu ser negra nesse país tão racista, é difícil conseguir respeito, você não consegue de graça. — ela disse e eu sorri triste.
— Você se sentiu ameaçada por eu ser branca, eu entendo, tudo bem, você tem todo o direito de se impor, afinal, todos merecemos respeito.
— Obrigada. — ela agradeceu sorridente.
— Minha filha vai fazer aniversário depois de amanhã, vai ser uma festa simples, se você quiser aparecer por lá. — sugeri.
— O seu namorado gangster vai estar lá? — ela perguntou e eu assenti.
— Se você quiser, não precisa ir.
— Mas é claro que eu vou, mal posso esperar para bater de frente contra o perigo. — ela falou animada e eu ri.
— Quem iria bater de frente com o perigo vai ser eu, que estou planejando uma festa do Colin se avisá-lo, talvez ele me mate de vez, mas eu dou um jeito.
Finalmente Carmin baixou a guarda e mostrou a pessoa incrível e divertida que ela é, conversamos até ela ter que voltar ao trabalho, eu fui para casa, parece que os boatos não me fizeram ser demitida, algo anormal, deve ser obra de Colin.
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Changes
RomanceElisa Barnes, brasileira que estudava nos Estados Unidos e viveu intensamente durante essa temporada, infelizmente, acabou grávida e se mudando para a Califórnia. Trabalhando em um dos melhores hospitais como enfermeira, ela recebe um paciente inesp...