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Despertei com o corpo dolorido e uma dor de cabeça insuportável, em poucos segundos minha memória voltou e eu olhei ao redor assustada, franzi as sobrancelhas ao notar que estava em meu quarto, em minha casa, ou casa do Colin e quarto do Colin, não sei.

Procurei meu celular, o achei na minha bolsa que não estava muito distante, apenas empilhada em cima das bolsas de viagem, disquei o número do Colin e suspirei aliviada ao escutar sua voz.

— Oi pequena. - sorri sentindo um peso sair dos ombros.

— Onde você está? - perguntei preocupada e ele riu fraco.

— No hospital, tragicamente e novamente. - ele respondeu cansado.

— Em qual?

— Você sabe muito bem, eu não ficaria em outro, esse é o melhor da cidade.

— Eu estou indo. - desliguei.

Sorri aliviada e peguei a minha bolsa.

Entrei no hospital como um furacão e senti todos olharem para mim, e enfim eu notei que ainda estava com a roupa da festa que estava suja de cinzas e sangue, e o pior foi que era Judy que estava no balcão de atendimento.

— Elisa, você está bem? - ela perguntou aparentemente preocupada.

— Eu estou. - respondi.

— Suponho que esteja aqui pelo seu namorado. - ela sorriu falsamente.

— Pelo visto, todo mundo já sabe. - ela riu.

— Viralizou.

— Apenas diga em qual quarto ele está. - pedi e ela fez bico.

- Sinto muito, mas só quem pode visitar é a família. - ela fingiu estar triste.

- Mas que eu sabia, a noiva é permitido, então apenas me diga. - ela ergueu as sobrancelhas surpresa.

- Você está noiva e não me disse? - escutei Sabine perguntar surpresa e divertida.

- É recente. - respondi e a abracei.

- Não se preocupe, ele está bem, e você como está? - ela perguntou preocupada.

- Eu só quero vê-lo. - pedi e ela assentiu.

- Eu te levo até ele.

A acompanhei pelos corredores brancos e respirei fundo ao pararmos na frente daquele quarto, onde eu o conheci e me apaixonei por ele.

Coincidentemente, o quarto estava livre quando ele chegou no hospital, seu namorado tem a trágica atração por balas perdidas. - ela soou sarcástica e eu ri abrindo a porta.

- Oi. - sussurrei ao vê-lo.

Corri para seus braços e subi em cima da cama o abraçando, senti seu calor e seus braços me acolherem, seus lábios beijarem meu cabelo e ver de relance o seu sorriso, naquele momento a imagem fraca dele foi substituída por essa sorridente e mais viva.

- Que bom que está a salvo, porque se você se fosse, me levaria junto. - falei me aconchegando mais em meu abraço, mas parei ao escutar seu gemido. - Desculpa.

- Está tudo bem, pequena. - ele acariciou meu cabelo.

- Nunca mais faça isso, escutou? - perguntei brava e ele riu fraco.

- Obrigado por salvar minha vida. - ele agradeceu enquanto fazia carinho em minha bochecha.

- Eu realmente não sei o que eu faria se você tivesse me deixado. - eu senti meus olhos avermelhados encherem de novo de água.

- Eu estou aqui. - ele sussurrou.

Ele me puxou para um beijo alucinante e apaixonante, que tranquilizou meu coração aflito e me fez ter boas lembranças, fechei os olhos e me segurei nele na esperança de nunca mais soltá-lo.

- Eu te amo. - disse após o beijo.

- Eu te amo. - ele retribuiu aninhando nossos narizes.

Ficamos alguns minutos em silêncio, apenas aproveitando a leveza do momento.

- Eu não sei se essa é uma boa hora, mas aquilo que disse é…

- É tudo verdade, tudo. - ele sorriu como nunca havia sorrido. - Eu já estava com aquele pensamento há semanas, tenho a certeza de tudo que disse, você a ama e cuida dela, isso é tudo que ela precisa, ela precisa de você tanto quanto eu preciso.

Passei algumas horas com Colin, mas tive que voltar para casa, precisava ver a minha filha, eu não me aguento mais de tanta saudade. Abri a porta e subi as escadas, abri a porta do quarto dela e fui recebida com gritos animados.

- Amiga! Soubemos do que aconteceu. - Natália me abraçou.

- Você está bem? Como Colin está? - Marie me abraçou.

- Está tudo bem garotas. - eu as abracei.

Nos separamos do abraço e eu olhei sorridente para a minha filha, me sentei ao seu lado e a peguei no colo a abraçando, fiquei minutos assim a abraçando e sentindo essa sensação me tranquilizar.

Muitas coisas aconteceram, mas eu estou bem e Colin levou dois tiros, mas ele está bem e em breve vai voltar para casa. Acho que finalmente teremos paz. - respondi e elas me olharam atentamente.

- Você é terrível, Elisa. - Marie disse e eu fiz bico.

- Você conseguiu resumir tudo, mas nós queremos escutar com todos os detalhes. - Natália explicou e eu ri.

- Certo, mas eu preciso de água, porque eu vou gastar muita saliva. - avisei.

- Eu vou pegar. - Marie disse se levantando.

- É assim que eu gosto. - Nat exclamou animada.

- [...] Aí eu soquei a cara do Ernesto e levei o Colin para o hospital. - disse e Natália bateu palmas. - Mas aí Joshua, que me ajudou a levar o Colin, disse que o próprio havia feito um pedido para ele, que me dopasse para me tranquilizar, então eu acordei aqui.- finalizei a história.

- Então foi uma dose bem alta, porque você dormiu por um bom tempo. - Natália observou.

- Eu nem sei o que dizer. - Marie disse pensativa.

- Eu preciso descansar, parece que eu caí de cinco andares. - falei enquanto me levantava. - Vocês cuidam da Alice para mim?

- É o meu trabalho. - Nat deu de ombros.

- Vai descansar, Lise. - Marie concordou e eu assenti.

- Obrigada. - as deixei no quarto sozinhas e fui até o meu.

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