06

78 7 1
                                    

- Eu vou ao banheiro.

Ia sair correndo, no entanto, ele segurou meu pulso. Arrepiei com seu toque, de todos os jeitos, é estranho sentir tantos sentimentos com apenas um toque.

- Não vou deixar que seja mais uma medrosa que sai correndo do meu quarto pequena. - e me puxou para si.

- Você dá motivos para que as pessoas façam isso.

Encarei seus olhos buscando algo, algo na qual eu possa confiar...

- Eu nunca vou te machucar, Lise. - ele prometeu e eu o encarei profundamente.

- Promete? - perguntei ingênua e ele sorriu.

- Eu prometo. - ele colocou uma mecha solta do meu cabelo atrás da minha orelha.

Coloquei minhas mãos em seu pescoço e me rendi aos meus desejos, o beijei com profundidade, deixei que ele entrasse de fininho no meu coração, foi imperceptível, ele me puxou para mais perto, nossos corpos se esfregavam um no outro e a sensação de desejo se tornava cada vez mais insuportável.

Separei nossos lábios e ele me olhou atordoado, eu sorri boba e me afastei dele, saí do quarto o deixando pensativo. Peguei um copo de água e voltei para o quarto dele. Estranhei ele não estar na cama, mas escutei o som de água e sei que ele está tomando banho.

Abri alguns sites de emprego e procurei algum disponível na minha área, pela tela do celular pude ver meus olhos brilhando, tem uma vaga de emprego numa faculdade para ser professor de administração de medicamentos.

A porta se abriu revelando Colin, com uma camiseta preta e uma calça moletom da mesma cor, notei o quanto ele ficava atraente de qualquer maneira que fosse.

- Passei meia hora no banho de água gelada por causa de você.

Ele bufou enquanto enxugava seus cabelos, mas parecia mais que queria bagunça-los do que arrumá-los.

- Deixa eu fazer isso para você. - falei e peguei a toalha da sua mão.

Ele fez cara de indignado, mas não reclamou. Enxuguei seus cabelos e peguei um pente organizando-os do modo que o sempre via.

- Não tem medo de mim? - ele perguntou e eu o encarei.

- Não vou mentir, tem horas que você me dá motivos para eu ter medo de você, mas você é bobo demais na maioria do tempo. - falei e ele me olhou indignado.

- Eu sou chefe de uma gangue, eu poderia te matar a qualquer momento, mas mesmo assim, você continua me tratando como qualquer um. - comprimi os lábios.

- Primeiro, você me prometeu que não me machucaria. - sorri. - Segundo, olha essas bochechas rosadas, tão fofo! - falei com voz de bebê enquanto as apertava e ele revirou os olhos.

Rapidamente ele me puxou para mais perto colando meu quadril no seu, apertou minha cintura e coloquei minhas mãos em seus ombros definidos.

- Você vai se arrepender de ter dito isso, pequena. - ele sussurrou em meu ouvido e eu sorri maliciosa.

- E o que você vai fazer, Campbell?

Ele colocou minhas pernas em sua cintura e me colocou contra a parede gelada por conta do ar-condicionado.

- Colin... - beijou meu pescoço. - Não podemos fazer isso, por mais que eu queira. - falei e ele parou de me beijar.

- Eu não estou nem aí.

Mesmo estando louca por isso, não deixei passar do limite, ele separou nossos lábios e gemeu fraco colocando a mão na barriga, estava tão desnorteada que nem me liguei que ele ainda estava se cicatrizando.

- Puta que pariu, Colin! Porra! A gente não podia ter forçado tanto com você nesse estado. - falei e levantei a camisa dele.

- Nunca imaginei você falando tantos palavrões na mesma frase. - ele riu sendo interrompido pela dor.

- Está sentindo muita dor? - perguntei e comecei a limpar o sangue.

- Eu já aguentei coisas piores, Lise.

- Desculpa, desculpa mesmo. - troquei o curativo. - Merda, eu sou uma péssima profissional! - exclamei frustrada e Colin riu novamente. - Para de rir, retardado. - o repreendi e bati no seu ombro.

- Não é culpa sua se não consegue resistir a mim, nenhuma consegue. - revirei os olhos.

- Se eu quiser eu posso muito bem resistir a você. - falei e, corajosa, cruzei os braços.

- Sei.

- Vou provar para você, agora até amanhã, senhor Campbell, qualquer coisa... é só apertar o botão vermelho.

- Você vai aparecer aqui quando eu apertar?

- Não, mas se precisar, aperte o botão... por favor. - pedi e ele revirou os olhos.

- Eu não sou um bunda mole, Elisa. - ele falou e eu ri.

- As vezes eu duvido se você realmente é o chefe de uma gangue.

Antes de fechar a porta totalmente pensei ter ouvido algo, mas deve ser da minha cabeça; "Quando estou perto de você, penso o mesmo..."

...

Acordo com o toque do meu celular e ainda meio sonolenta pego o telefone e atendo sem saber quem é.

- Alô? Me diz que é urgente, porque eu sou mãe e as mães não dormem. - falei ainda atordoada.

- Elisa? Tá doendo pra caralho. - a voz rouca soou ativando meus sentidos e me levantei preocupada.

- Merda, Colin, aperta o botão, vai demorar pra eu chegar aí. - falei enquanto pegava a primeira roupa que vi pela frente.

- Eu me recuso a ter um idiota cuidando de mim, chegue em vinte minutos. - e desligou o telefone.

Peguei Alice e fui correndo para o hospital, como eu deixo tudo preparado pra creche, só peguei a bolsa dela mesmo.

Cheguei em dez minutos, entrei no hospital apressada recebendo olhares estranhos de todos os lados. Abri a porta dele sem bater e arregalei os olhos ao ver suas mãos cheias de sangue.

ChangesOnde histórias criam vida. Descubra agora