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Passei o dia todo fora, a manhã na piscina, almoçamos em um restaurante chique e à tarde passeamos pela cidade. Estava tentando evitar de pensar sobre a noite que estava a cada minuto mais próxima, e logo eu estava de frente ao espelho olhando a garota que não se parecia comigo.

Com um vestido curto e colado preto brilhante, com mangas longas e abertas, a gola alta e um salto alto brilhante. Ela cheira a auto estima e confiança, transparece poder. Eu já quis ser assim uma vez, o tempo em que queria esquecer da vida que levava e curtir ela ao máximo, acontece que eu mudei, porque eu encontrei onde eu verdadeiramente queria estar.

Com a minha família.

- Como se sente? - Colin perguntou e eu analisei de novo a garota do espelho.

- Eu me sinto linda. - suspirei frustrada.

- Mas não parece muito feliz, não gostou do vestido que eu comprei? Eu sei que não é muito a sua cara, mas eu sabia que ia ficar maravilhosa nele. - ele se aproximou mais.

- Não parece eu, só isso, eu sou uma nova pessoa, eu sei quem eu sou agora. - ergui o peito. - Obrigada por ajudar a me achar, por me mudar. - encarei seus lindos olhos verdes.

- Vamos acabar logo com isso e voltarmos para casa. - ele segurou minha bochecha e beijou minha testa.

Tive que ir em outro carro e quando cheguei, rapidamente fui alvo de muitos flashes, realmente esse lugar é só para os melhores. Entrei normalmente e assim que abriram as portas todas as atenções foram até mim, peguei um champanhe e bebi um gole, não imaginando o quanto estava tirando o fôlego de todos os homens da festa.

Antes da festa começar, Colin me entregou um relatório sobre Ernesto Guimarães, suas preferências e seus gostos. Ele é de família espanhola, em torno de quarenta anos, de olhos castanhos e o cabelo cheio de gel também da mesma cor, não poderia negar, ele é realmente um lindo espanhol.

Me juntei a alguns senhores e me apoiei no mais bonito que por pura coincidência é um dos "inimigos" de Guimarães. Coloquei minhas mãos em seus ombros, ele olhou para mim e sorriu.

- Sente-se em meu colo querida. - ele sugeriu e sentei em seu colo. - Como é seu nome, loira de olhos dóceis?

- Me chame como preferir. - sussurrei em seu ouvido e ele sorriu assentindo.

Ele voltou ao jogo e procurei com os olhos o dono dos olhos verdes que mais amo, o encontrando olhando diretamente para mim, sua mandíbula estava tensa. Senti outro olhar queimar sobre mim e o vi lá em cima, Ernesto Guimarães me analisou curioso.

Homens, tão competitivos…

Saí do colo do homem nojento que estava o deixando confuso e irritado e fui até o palco, pedi algo especial para a banda que lá tocava, para que eu cantasse uma canção, Motive da Ariana Grande e Doja Cat, eu sinto que um pouco da letra dessa música significa uma parte da minha história com o Colin, havia um tempo em que eu queria que ele me provasse que sentia algo por mim e eu me lembro como hoje.

Eu não sou o tipo de garota que sabia cantar ou tinha o dom escondido, mas todos ao meu redor diziam que minha voz tem um som agradável e estava contando com isso naquele momento, fora que eu sempre achei que cantar em inglês é bem melhor que em português, pois valoriza mais a minha voz.

A banda tocou, mas eles tocaram diferente, alteraram a melodia, de algo mais pop animado e dançante, se tornou mais sexy do que planejava, romântico e pelo olhar de Colin, sabia que eu estava arrasando.

Eu cantava por ele, apenas por ele, eu nunca faria nenhuma dessas loucuras por mais ninguém, eu estava ali para ajudá-lo, ele é irracional, um assassino a sangue frio, agressivo e essas coisas, mas também é o pai da minha filha e o homem que eu amo, então sim, eu faria tudo por ele.

Após a música acabar, eu sorri sem graça com os inúmeros aplausos e notei Guimarães se aproximando do palco, fui até ele que estendeu a mão para me ajudar a descer os pequenos degraus, ele beijou a palma da minha mão e poupei a careta.

Devo confessar que não tirei os olhos de você desde que chegou, é a mulher mais bela que eu já vi e gostaria que me desse a honra de saber o seu nome. - eu sorri graciosa.

- Você poderia antes me servir um bom drink e me contar algo interessante. - sugeri e ele sorriu contente.

- Eu adoraria. - o acompanhei até uma das mesas. - Eu não a conheço, então suponho que tenha um acompanhante. - ele cerrou os olhos em minha direção.

- Sim, fui convidada por uns desses homens na qual não me recordo, estava muito bêbada para me recordar de quem neste momento, apenas acordei com um convite, se é que me entende. - trocamos risadas falsas.

- Você é íntima de Andrés? A vi com ele mais cedo. - ele perguntou ainda desconfiado e eu fiz um sorriso amarelo evidente.

- Eu o conheci há um tempo, conversamos, mas nada nele me agrada, ele não tem as qualidades que procuro em um homem. - respondi brincando com a taça de champanhe.

- Se estiver à vontade, eu adoraria saber quais. - eu coloquei inocentemente uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Eu gosto de homens fortes, com uma beleza inestimável e que saiba se vingar em melhor estilo.

- Então eu suponho que eu esteja no topo da lista, pois contenho todos esses requisitos com maestria. - notei que Colin já havia liberado que eu desse o fora.

Infelizmente não, já há alguém no topo desta lista. - Guimarães sorriu confiante.

- E quem seria essa pessoa? - ele perguntou e eu levantei.

- Logo você irá descobrir, eu tenho que ir, a situação vai ficar feia por aqui. - alertei e ele se levantou alterado.

- Para quem você trabalha? - ele perguntou e eu ri.

- Adeus. - sussurrei e saí apressada.

Eu o escutei correr atrás de mim, mas de relance vi Colin aparecer em sua frente e o parar, me ajudando a escapar, e assim que eu fechei as portas dos fundos, pude escutar o caos se iniciar.

Um tiro soou, outro e outro, aos poucos foram muitos. Podia escutar os gritos e os tiros altos. Algo na minha cabeça me alertou que algo estava errado, meu coração apertou, Colin…

ChangesOnde histórias criam vida. Descubra agora