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— O que aconteceu? — Natália perguntou preocupada ao ver o meu estado.

Olhei para Alice e ela segurou meu dedo o colocando na boca.

— Eu vi… ele matou alguém… a sangue frio… — respondi enquanto olhava fixo para qualquer lugar.

— Você não está acostumada com isso, não é? — ela se agachou ao meu lado.

— Com pessoas morrendo? Sim, mas eu sou uma enfermeira, eu salvo vidas, eu ajudo as pessoas. Eu deveria ser uma pessoa bondosa e empática, mas olha para mim, eu presenciei alguém morrer assassinada, eu não pude ajudá-la, eu nem sequer tentei, eu sabia que ela ia morrer, e eu não fiz nada para ajudá-la, que tipo de enfermeira eu sou? — perguntei desesperada e uma lágrima rolou por minha bochecha.

— Ei! Você é uma ótima enfermeira. — Natália me abraçou forte. — Se não fosse, você não estaria aos prantos por causa disso, você é uma ótima pessoa, Lise, maravilhosa. — ela beijou minha bochecha.

— Eu não sei mais quem eu sou, Nat. — apoiei minha cabeça em seu ombro.

— Você é uma mulher afrontosa, linda e gentil, amável como uma flor, e merece o mundo. — ela olhou bem no fundo dos meus olhos e eu sorri sem mostrar os dentes.

— Obrigada…

. . .

Me remexia na cama inquieta,eu não conseguia parar de pensar em Rebeca morrendo na minha frente. Desci até a cozinha, peguei um copo de leite quente e fui até a sala, liguei a tv e botei um filme qualquer. Minutos se passaram, o filme já estava no meio e o copo de leite se encontrava vazio em cima da mesinha de centro, mas nada do sono.

— Sem sono? — Colin apareceu do nada me assustando, ele apenas riu.

O mesmo se juntou a mim, se deitando ao meu lado no sofá.

— Você está bem? — ele perguntou agora preocupado.

— Eu não sei. — respondi em um suspiro.

Podia sentir o seu olhar queimar em meu rosto, sabia que ele não fazia questão de esconder que estava me admirando. Mas sua mão foi até a minha coxa desnuda, o que me fez arfar.

— Não. — me afastei.

— O que foi? — ele perguntou confuso.

— Eu não vou ser só mais uma sua. — me levantei irritada.

— Lise…

— Eu não vou deixar você fazer isso comigo, não de novo. — disse antes de deixá-lo sozinho na sala.

. . .

Bati no escritório de Colin e logo ele permitiu minha entrada.

— Se arrependeu de ontem a noite? — ele perguntou com os olhos cheios de expectativas.

— Não, eu só preciso de uma coisa. — respondi e ele me encarou de cara fechada.

— O que é? — ele perguntou impaciente.

— Preciso comprar algumas roupas, e eu estou sem cartão de crédito ou sequer liberdade para sair. — expliquei irritada e ele suspirou.

— As roupas que você tem não serve?

— Não. — respondi simples e ele bufou.

— Se arruma, eu te levo no shopping. — ergui as sobrancelhas surpresa.

— Pensei que ia mandar um dos seus seguranças.

— Vai se arrumar logo, Elisa. — ele mandou impaciente e eu sorri.

— Está bem. — disse e saí do seu escritório.

Subi as escadas e tomei banho junto de Alice, coloquei nela um body amarelinho e um casaco branco, fora meias dos dois tons. Coloquei um lacinho e beijei sua bochecha rosada.

Coloquei um vestido amarelinho para combinar com a minha baby, calcei um tênis branco e fiz dois coques no meu cabelo. Desci as escadas e encontrei Colin com a roupa de sempre, uma camisa preta e uma calça preta, mas de qualquer jeito ele conseguia ser bonito.

Ele abriu a porta traseira do carro e o encarei surpresa ao notar uma cadeirinha para Alice, a coloquei na cadeirinha e entramos no carro. Liguei o som e fiz careta ao escutar trap.

— Não tem outras músicas não? — perguntei. — Vou trazer meu pen drive da próxima vez. — falei e troquei as músicas até uma que eu gostasse, mas desliguei no final, Colin apenas riu fraco.

Olhei para ele e me ajeitei no banco, porque homem que dirige com apenas uma mão é tão sexy?

— Pare de me olhar, Lise. — corei envergonhada.

— Desculpe. — pedi e ele sorriu me encarando de relance.

Poucos minutos depois já havíamos chegado, Colin empurrava o carrinho de Alice com apenas uma mão enquanto eu nos guiava até a loja que eu queria.

— Vamos para a sessão infantil, quero ver roupinhas novas para Alice.

Peguei uma sacola e comecei a pegar um monte de roupinhas fofas para a minha filha, logo estávamos escolhendo roupas para mim.

Fui até o provador e pedi para Colin me esperar do outro lado, vesti uma blusinha branca e uma saia azul florida. Abri a cortina e Colin logo desviou seu olhar até mim, ele me olhou de cima a baixo e molhou os lábios.

— Essa blusa é transparente demais.

Vesti um vestido de cetim azul claro que caiu como uma luva em meu corpo, assim que saí para que Colin visse, ele me olhou com ternura e eu sorri.

— O que você achou? — perguntei ansiosa.

— Você está perfeita. — ela respondeu e sorriu fofo.

Depois de provar algumas roupas, estava no provador sem conseguir fechar o zíper do meu macacão, então chamei Colin para me ajudar. Ele entrou no provador e trocamos olhares pelo espelho, ele tocou minha pele e senti meus pelos se arrepiarem. Ele segurou as alças e a deslizou pelos meus ombros, apenas o deixei fazer o que quiser, queria saber o que ele iria fazer.

Enquanto me olhava pelo espelho, começou a despejar beijos molhados em meus ombros nus e arfei com seu carinho, fechei os olhos aproveitando suas mãos tocando meus braços arrepiados, ele segurou minha cintura firme e me puxou para si, assisti ele beijar meu pescoço e mordiscar meu lóbulo.

— Eu tenho uma coisa para te pedir. — ele apenas me olhou de relance. — Lembra que eu estava procurando um emprego…

Ele lentamente foi descendo a minha roupa enquanto eu tentava me manter lúcida.

— Eu consegui o emprego. — disse em um suspiro e ele sorriu olhando para meu sutiã já exposto.

— Que bom… — ele alisou meus seios por cima do tecido.

— E eu queria tanto poder trabalhar lá. — revelei e ele finalmente prestou atenção no que eu estava dizendo.

— Trabalhar?

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