Changes

21

Despertei com o som do toque do meu celular e o peguei vendo o nome da minha mãe brilhar na tela.

— Oi mãe. — soei cansada.

Minha cabeça dói, minha garganta arde e meu corpo lateja de cansaço.

— Estamos na frente da sua casa, mas ninguém você não está atendendo. — suspirei.

— Eu esqueci de avisar, mas eu me mudei. — expliquei sem graça.

— Você se mudou? Quando? Para onde? — ela me encheu de perguntas.

— Vou mandar o endereço para vocês. — desliguei antes que ela dissesse qualquer coisa. — Merda, merda, merda. — resmunguei e corri para o banho.

Colin não está na cama, ele acorda cedo. Deve estar resolvendo o assunto do trabalho dele. Tomei um banho rápido e coloquei uma regata salmón, um short confortável cinza e um casaquinho fino branco. Peguei meu celular e fui checar o site de fofoca.

"Colin Campbell está em um relacionamento com Elisa Barnes."

"Elisa Barnes, namorada de Colin Campbell, faz parte da gangue?"

"Colin Campbell tem uma filha com Elisa Barnes."

"Muitas pessoas estão duvidando que Colin Campbell seja mesmo líder de uma gangue após suas atitudes em uma live feita por sua namorada, Elisa Barnes."

Suspirei, tinha muitas manchetes sobre mim e Colin, e em todas tinham o meu nome quase tão grifadas quanto os dele, até Alice ficou no meio.

Desci as escadas e a campainha tocou, Linda vinha, mas abri antes me deparando com meus pais com caras e meu irmão mais novo com os olhos brilhando, suponho que seja pela casa enorme.

— Podem entrar. — falei com um sorriso amarelo e eles entraram analisando tudo.

— Lis, você está morando aqui agora? — Edu perguntou e eu mordi o lábio.

— Sim… — respondi e antes de eu falar qualquer coisa, era possível escutar a voz de Colin e de quem eu menos queria ver nesse momento, Erick.

— Tira essa porra de perto da Alice, Erick! — Colin falou irritado.

— Quer um? — Erick perguntou entediado e os dois logo abriram a porta e ficaram estáticos quando viram minha família aqui. — Olha a reunião de família aqui...  tão fazendo o que aqui? — ele perguntou desconfiado.

— Quem são eles, Elisa? — meu pai perguntou bravo.

— Meu namorado, Colin, e o amigo dele, Erick. — apresentei apontando para cada um.

— Erick, cancela a reunião. — Colin tentou não chamar muita atenção.

— Não vai dar, temos um carreg... — Colin interrompeu antes que Erick falasse demais.

— Faz o que eu mandei, Erick. — Colin repetiu tentando ser paciente, pela primeira vez que o conheci.

Erick assentiu, saiu enquanto fazia uma ligação.

— Nossa, mana, olha que maneiro isso aqui. — arregalei os olhos ao ver uma arma na mão de Eduardo.

Meus pais encararam apavorados para a arma, Colin pegou da mão do garoto e guardou na gaveta que estava, ele pegou a arma com tanta naturalidade que deu para notar que meus pais desconfiaram de tal ato.

— Edu, não quer ver a sala de vídeo? Tem vídeo-game. — sugeri e os olhos de Edu se iluminaram. — Segunda porta a direita assim que sobe as escadas, não erre. — expliquei e Eduardo saiu correndo até o andar de cima.

— Mas o que porra foi essa? — meu pai perguntou indignado.

— Arma de segurança. — Colin respondeu.

— É normal aqui nos Estados Unidos. — expliquei e eles suspiraram aliviados.

— Cadê a minha netinha? — minha mãe perguntou e Colin entregou a pequena para ela.

Minha mãe beijou a bochecha rosada de Alice e ela riu em resposta.

— Bem, Colin, essa é a minha mãe, Lúcia e esse é o meu pai, Sérgio. — apresentei.

— Prazer em conhecê-los, senhor e senhora Barnes. — Colin tentou ser simpático e prendi a risada.

Ele definitivamente não sabe ser uma pessoa normal, mesmo com suas bochechas fofas, seus olhos tem uma feição assassina que ofusca toda a sua simpatia.

— Minha filha não havia me avisado desse namoro que já está virando casamento, pelo visto. — meu pai disse enquanto analisava a casa de Colin.

— Vocês também não me avisaram que viriam. — contrapus tentando mudar de assunto.

— Foi você que nos convidou, querida, para o aniversário da pequena Alice. — minha mãe respondeu e eu arregalei os olhos.

— É verdade… aconteceu tanta coisa que eu havia esquecido.

— Percebemos. — meu pai mandou a indireta olhando diretamente para Colin, que se encolheu.

— Colin, Linda já serviu o café da manhã? — perguntei e ele olhou em seu relógio.

— Sim.

— Ótimo, o café é grande, vocês devem estar morrendo de fome, vamos comer. — sugeri e eles aceitaram.

Fomos logo a frente e começamos a cochichar para que meus pais não nos ouvissem.

— Você ainda vai para o trabalho? — Colin perguntou e eu franzi as sobrancelhas.

— Eu estou morrendo de ressaca. — resmunguei e ele sorriu.

— Depois de ontem, só poderia estar mesmo. — ele respondeu e eu bati em seu ombro.

— Pare de rir de minha desgraça, porque agora nós dois estamos ferrados. — disse e ele suspirou. — Nossa sorte é que eles não sabem quem é você.

— Podemos manter assim por enquanto. — ele disse analisando a situação.

— Ou para sempre. — sugeri cansada. — Eu vou pedir um remédio para Linda e para ela arrumar dois quartos. — ameacei subir as escadas, mas Colin segurou meu ombro me puxando para baixo.

— Eu peço. — ele subiu e eu ri de sua covardia