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— É muito bom na sorte, colega, então por que não se arrisca mais? - um dos velhos perguntou.

— Certo, um milhão então. - e ele soou tão tranquilo, como se isso não fosse nada.

— Está louco? Sabe o que podemos ganhar com esse dinheiro todo? A gente podia fazer uma viagem para Maldivas. - sussurrei no pé do ouvido de Colin.

— Confie em mim, Lise. - ele mandou.

Respirei aliviada ao ver que Colin ganhou a partida e sorri surpresa ao notar que ele conseguiu um lucro ainda maior.

— Não é possível! - um deles gritou se levantando.

— Você acha que não sabemos quem você é?

— Colin Campbell, um gangster de merda, roubar é um dos seus melhores trabalhos, Campbell.

Ficou ainda pior quando senti alguém apontar uma arma em minha direção. Prendi a respiração e olhei de canto, vendo a arma apontada para minha cabeça. Quando olhei Colin já tinha uma arma apontada para uma mulher no andar de cima, parecia mais velha e estava alheia a situação enquanto conversava com um grupo de pessoas.

— Vocês acham que também não sei quem são vocês? - Colin perguntou. - Solta a minha garota que eu não atiro na do chefe de vocês.

— Vamos fazer um acordo, Campbell, você nos devolve os cinco milhões e fica tudo bem. - Colin gargalhou.

— Nem fodendo. - ele negou. - Um…

— Você não vai fazer isso. - eles duvidaram.

— Dois...

— É a sua garota na mira, Campbell. - Colin continuou firme.

— Não. - suspirei aliviada quando abaixaram a arma.

Mas ouvi um tiro, arregalei os olhos ao ver um dos velhotes cair duro no chão, todos gritaram de surpresa e eu soltei uma lufada de ar.

— Isso é um aviso, não mexam comigo de novo, se não alguém mais importante vai perder a cabeça, e eu não blefo. - Colin ameaçou e guardou a arma.

Ele pegou minha mão e me puxou para fora do Cassino. Suspirei aliviada voltando a respirar quando senti meus pés tocarem a calçada de Vegas.

— Nossa, isso foi emocionante. - disse atordoada e Colin concordou. - Precisava matar aquele homem? - perguntei me posicionando em sua frente com os braços cruzados.

— Estava na minha lista. - mirei os olhos algo atrás dele. - O que é que você quer aprontar agora? - ele perguntou e bufou vendo para onde eu olhava. - Nem pensar. - ele quase implorou para mim.

— Vou te ajudar a ter um dia emocionante também. - o puxei até um estúdio de tatuagem.

— Boa noite! - a atendente desejou assim que entramos.

— Queremos fazer uma tatuagem de casal. - disse animada.

— Eu conheço vocês de algum lugar. - ela cerrou os olhos em nossa direção.

— Somos pessoas bem comuns. - menti com um sorriso amarelo.

— O que vão querer? Tem alguma idéia, desenho? - ela perguntou profissionalmente e sorri.

— Vamos escrever “Changes”. - pedi e ela assentiu.

— Vamos embora, Elisa. - ele pediu apertando minha mão, apertei de volta.

— Certo, quem começa? - a atendente perguntou.

— Pode ser eu. - me sentei na cadeira que tinha lá.

— Qual a fonte? - ela mostrou a tabela de fontes.

— Esta. - apontei para a que eu mais gostei.

— Onde você quer fazer? - ela perguntou.

— Pode ser no pulso. - ergui o pulso para que ela pudesse tatuar.

Ela fez o procedimento todo antes e logo senti a agulha furar minha pele. Colin parecia bem mais assustado do que eu.

— Tem partes do corpo onde não dói senhor…

— Campbell. - ele completou.

— Posso indicar onde fazer sua tatuagem. - a tatuadora sugeriu e Colin nada respondeu.

A morena terminou e colocou um plástico em cima da tatuagem avermelhada, me levantei e meu namorado logo sentou em meu lugar, segurei sua mão firme e ele segurou de volta.

— O ombro é a região que menos dói.

— Que seja então. - ele respondeu e respirou fundo.

— Você sabe que já passou por situações piores. - cochichei em seu ouvido.

Ela preparou a pele e no momento em que a agulha bateu na pele ele resmungou um palavrão, mas com o tempo acho que ele se acostumou e pareceu um pouco mais tranquilo.

— Pronto, acabou. - ela avisou colocando o plástico.

— Ainda bem. - ele suspirou aliviado.

Pagamos e saímos do estúdio.

— Viu, nem foi tão difícil assim. - o consolei e ele revirou os olhos.

— Só se for pra você. - resmungou arrancando minha risada.

Chegamos em casa e nos arrumamos para dormir, e olhando para meu pulso, Colin perguntou.

— Por que “changes”? - ele perguntou curioso.

— Por que você me mudou e eu mudei você. - respondi simples e ele sorriu.

— Não poderia discordar. - ele beijou meus cabelos.

Alguém bateu na porta e eu franzi as sobrancelhas confusa, Colin correu até a porta e logo o avistei com uma garrafa de vinho e uma caixa de pizza, o ajudei a colocar a pizza em cima da mesinha e sorri animada.

— Eu estava louca por uma pizza. - exclamei animada.

Comemos pizza enquanto assistimos a um filme aleatório que passava na tv, e no meio do filme recebi uma ligação.

— Nat, oi.

— Oi, Lise, como estão as coisas aí? - ela perguntou curiosa.

— Bem, por enquanto. - respondi e fui até a varanda.

— Está mesmo relaxando, não recebi a sua ligação hoje. - ela avisou e eu ergui as sobrancelhas surpresa.

— Nossa… Como está a Alice?

— Ela está bem, está tudo certo.

— E como você está? - perguntei e ela suspirou.

— Eu vi uma notícia hoje, no instagram, era ele, o meu ex, ele está.. tão diferente. - senti a sua dor pelas suas simples palavras.

— Se quiser me falar mais. - ela ficou em silêncio por alguns segundos.

— Não, me diga sobre você. - ela pediu na tentativa de mudar de assunto.

— Você deveria tentar seguir a sua vida, Nat, eu prometo que quando chegar aí vou te ajudar a seguir em frente, não pode ficar parada esperando ele voltar.

— Como foi o seu dia? - ela perguntou impaciente.

— Eu quase morri e fiz uma tatuagem. - respondi simples e pude escutar seu grunhido de surpresa.

— Amiga, nunca imaginei você assim, parabéns garota, você está virando uma rebelde. - ri com sua reação.

— Uma amiga normal diria que isso foi uma péssima ideia. - observei divertida.

— Então, ainda bem que eu não sou normal. - trocamos risadas.

ChangesOnde histórias criam vida. Descubra agora