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Merda, arregalei os olhos, ele estava espancando alguém! Novamente me enfiei entre as pessoas que fizeram uma roda em volta da confusão e segurei o ombro de Colin, ele estava preparado para bater quem ousou interromper sua briga, até que me viu.

- Meu Jesus, o que você fez, Colin! - gritei assustada e pedi para que todos se afastassem dele.

Liguei para a ambulância e enquanto falava sobre a situação, repreendi Colin com um olhar severo.

- Você está bem? Eu vi o que ele estava fazendo com você. - Colin pareceu realmente preocupado e eu ri debochada.

- Agora você vem se preocupar? Me poupe, Colin! - gritei indignada e ele bufou penteando seu cabelo. - Eu sei me cuidar muito bem sozinha, obrigada!

- Gente assim não desiste fácil assim, deveria estar grata por eu ter dado uma lição nele. - ele justificou e eu gargalhei.

- Admite, você fez isso porque estava se mordendo de ciúme.

- Puta que pariu, acha que eu tenho ciúmes de alguém? - ele perguntou e sorri sarcástica.

- Então por que fez isso? - perguntei e arquei a sobrancelha, deixando-o sem palavras, já que ele abriu e fechou a boca várias vezes. - O destino nunca está ao meu favor, você parece estar em todo lugar. - resmunguei irritada.

- Eu sou dono disso tudo aqui. - revirei os olhos.

- Só podia ser mesmo, deve comer todas as putas daqui. - senti um embrulho só de imaginar.

- Agora eu que te pergunto, está com ciúmes, pequena? - ele perguntou e se aproximou de mim, deixando nosso rosto a poucos centímetros de distância.

- Você acabou de espancar alguém e parece que não foi nada para você, você é um monstro. - me afastei dele rapidamente.

- Para onde você vai? Elisa! - apenas o ignorei. - Elisa! Pare de me ignorar! Puta que pariu! - ele gritou estressado, apenas revirei os olhos.

Pedi ao barman uma tequila, a garrafa inteira, tomei alguns goles e Colin suspirou, ele tentou discursar algo, mas apenas virei a cara e grunhi surpresa quando ele tirou a garrafa da minha boca a bateu com força no balcão.

- Me devolve seu idiota! - gritei e tentei alcançar a garrafa, mas ele colocava cada vez para mais longe.

- Não vou deixar você beber mais. - ele falou, bati o pé feito criança e uma lágrima escorreu.

- Me devolve, Colin!

- Não se preocupe, eu vou cuidar de você, pequena. - ele falou ao se levantar e quando percebi ele me colocou em suas costas.

- Colin me solta! Colin Campbell, me solta! - gritei. - Colin! - minha voz soou embargada.

Ele entrou em um cômodo e trancou a porta. Minha visão começou a turvar e a ânsia surgiu de repente.

- Colin... me bota no chão... de preferência... no banheiro. - ele correu até outra porta e me botou de frente para um vaso sanitário.

Coloquei a mão na cabeça tonta e abri a tampa do banheiro vomitando tudo que tinha bebido e um pouco mais, senti meus cabelos serem separados pelas mãos de Colin. Depois de longos segundos, fechei a tampa do vaso e me sentei respirando fundo, minha garganta estava ardendo muito. Comecei a rir lembrando da última vez que isso aconteceu.

- Por que você tá rindo? - Colin perguntou rindo com a minha inesperada reação.

- Lembrei da última vez que eu vomitei, eu vomitei em cima do cara no meio do sexo. - expliquei entre risadas, mas ele não pareceu achar graça.

- Nunca imaginei que você pudesse ser assim. - o encarei.

- Assim como? - perguntei sonsa.

- Tão doidinha, mas talvez seja por isso que eu goste tanto de você. - ele me olhou intensamente, como se eu fosse um tesouro, senti minhas bochechas esquentarem e um riso sair, é, eu estava bêbada e não vou lembrar dessa confissão...

- Vem, eu vou te dar banho.

Tirei a minha roupa, revelando meus seios nus e a minha calcinha simples. Ele molhou os lábios encarando meus seios, mas tentou ignorar e focar em me fazer tomar banho. Ele abriu a torneira da banheira e logo já estava cheia, coloquei a minha mão na água e logo retirei soltando um grunhido por conta do gelo.

- Eu não vou entrar nisso. - falei manhosa e ele riu.

- É claro que vai. - neguei com a cabeça.

- É claro que não!

- Ou você vai por bem, ou vai por mau. - estremeci.

- E como seria o mau? - perguntei com um bico e ele sorriu malicioso.

- Não seria nada bom. - ele alertou e eu ri.

- Eu senti saudade disso. Dos seus lábios doces que só falam besteira. - toquei seus lábios e soltei uma risada fraca - Dos seus lindos olhos verdes enigmáticos. - acariciei sua bochecha. - Eu gosto tanto de você, mas você cortou meu coração como uma folha de papel.

- Você está definitivamente bêbada. - ele estava receoso e vulnerável, deu para notar, mas ele não queria sentir isso, senti algo intenso por alguém.

Ele rapidamente me jogou na água e eu gritei, irritada, joguei água nele.

- Seu idiota! Mas eu já deveria imaginar, é a segunda vez que me joga na água fria. - gritei irritada e ele franziu as sobrancelhas. - Eu sou apaixonada por você, não percebe? Mas me tratou como uma puta qualquer.

- Logo você vai voltar ao normal, só está blefando. - ele falou mais pra si do que para mim.

- Acredite no que quiser. - disse deprimida.

Depois do banho, ele me deu uma camisa social dele e só de sentir o seu perfume já me senti muito melhor. Me aconcheguei nos lençóis macios da cama king do quarto dele, pelo menos eu acho que é dele.

- Quantas mulheres já trouxe aqui? - perguntei debochada e ele se deitou ao meu lado.

- Só você. - ele falou e eu gargalhei.

- Sério que vai mentir pra mim? Você não precisa mais me enrolar, eu não quero mais nada com você.

- Pensei, que com toda a sua análise, já havia decifrado. - franzi as sobrancelhas. - Você é a única, Lise, a única que sem sequer transar comigo, já me fez desejar tanto você. Como acha que eu me sinto? Sendo invadido tão bruscamente? Eu nunca fui tão acessível com ninguém como sou com você. - Colin confessou e eu abaixei o olhar.

- Queria poder lembrar disso quando eu for acordar. - falei sensível e ele acariciou minha bochecha com cuidado.

- Talvez um dia eu te conte tudo isso, talvez. - ele falou e fechei meus olhos apreciando seu carinho.

- Promete pra mim? Promete que não vai mais me magoar? - pedi, não, implorei pra ele.

- Eu não posso prometer algo que eu não vou poder cumprir. - ele respondeu e tristemente, assenti.

- Boa noite… - desejei e virei para o outro lado da cama.

- Boa noite.

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