Levi Ackerman - Determinação Inabalável

CAPÍTULO 18

Os dias passaram e eu não tive nenhuma notícia sobre a expedição. Eu já estava melhor, ainda com o braço enfaixado, mas tinha tirado a tala que era desconfortável o suficiente para me irritar.

Como eu estava praticamente sozinha, eu não sabia mais o que inventar. Já tinha organizado as pequenas tarefas que o capitão havia me deixado em um bilhete antes de sair. A caligrafia dele era muito interessante, com pontos muito peculiares como o seu i puxado para o lado ou o seu c com uma perninha a mais parecendo dois c's consecutivos. Aqueles pequenos detalhes me chamaram tanta a atenção que passei horas olhando o bilhete observando cada minuciosa peculiaridade. Me perguntava quais outros pontos eram diferentes no capitão, além da sua escrita. Obviamente uma das suas particularidades era sua tremenda imparcialidade, chegando a torná-lo frio por conta da falta de emoções que eu antes eu achei que ele não tinha. No entanto, depois de começar a conviver mais com esse homem percebi que em certos momentos ele tem mais emoções do que qualquer outra pessoa. Eu admitia que ele era uma pessoa complexa, mas era alguém que passava muita segurança e confiança.

Em todos os meus dias que passei sozinha eu ficava ao pé de uma das janelas esperando ver os cavalos sendo montados pelas pessoas do nosso esquadrão, mas o sol nascia e depois se punha e apenas via o vento balançar as árvores. Eu possuía algum conhecimento de quantos dias mais ou menos uma missão poderia durar, mas não uma missão nessa escala com tal propósito. Era totalmente diferente. Sua gravidade era diferente, além do seu risco. Eu fiquei imaginando se havia pessoas que tinham desistido em cima da hora e voltado às suas casas com o orgulho ferido. Acreditava que sim, pois todos os batalhões da Tropa foram requisitados para essa expedição, sem nenhuma exceção. Eu soube de alguns detalhes da formação por anotações que encontrei na sala de equipamentos com a mesma caligrafia que havia na carta que o capitão me deixou. Sabia que Erem ficaria no centro junto ao capitão, sendo a posição mais segura de toda a formação. Não sabia o motivo, mas aquilo me tranquilizava de uma forma que me deixava menos ansiosa pela volta de todos, ou seja, pela notícia das baixas.

- Senhorita você precisa de alguma coisa? - A enfermeira me dá um pequeno susto e me desconcentro da janela que estava com o rosto fixado.

- Não, muito obrigada! - Procuro dá-la o sorriso mais gentil possível para aquele momento e o rosto dela repentinamente passa dos meus olhos a janela atrás de mim mudando sua expressão para a mistura de alguns sentimento.

- Acho que a senhorita gostaria de saber que eles se aproximam - Ela aponta para a janela e vejo alguns cavalos puxando carroças. Eles vinham lentamente com muita calma e cautela. Dessa vez eu sorrio verdadeiramente com gentileza para ela e vou em direção a saída para me encontrar com o capitão e saber sobre a expedição.

Será que ela foi um sucesso? Ou teriam falhado? Eren havia vacilado ou teria cumprido ordens e ficado na linha? Será que haviam baixas? Será que o capitão estava entre elas? Milhares de perguntas pairavam sobre mim e não sabia qual delas fazer primeiro. Queria saber sobre tudo e agora, não queria esperar mais um momento sequer.

Abro a porta e dou de cara com os novatos e Levi vindo em minha direção. Suas cabeças estavam baixas e um silêncio pairava no ar. Talvez estivessem cansados, mas voltaram então já eram grandes heróis. Eu corri até o capitão e paro exatamente à sua frente.

- Olá capitão! Como foi a missã... - Ele passa por mim esbarrando no meu ombro com força e segue para dentro sem nenhuma palavra. Acho que aquilo não era cansaço, mas sim um enorme arrependimento e pesar.

Todos me olhavam com uma expressão séria, parecia que todos estavam com uma depressão profunda. A missão deve ter sido um fracasso total, sem êxito nenhum. Sentia o peso que cada pessoa carregava ao passar por mim. Era como se uma aura negra emanasse dos seus corpos. Alguns olhavam para mim e outros apenas seguiam em frente de cabeça baixa.

Eu tinha tantas perguntas a todos, mas cada pergunta parecia que se tornaria muito indelicada.

- Vem, S/N! Eu vou te contar tudo! - A voz de Jean sai ao longe me dando a oportunidade de entender todo aquele clima macabro. Ao me virar para ele o vejo com o mesmo pesar, mas estava muito parecido com o capitão Levi, possuía o remorso com a seriedade no rosto