CAPÍTULO 30

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O meu cavalo balançava o meu corpo de um lado para o outro próximo da carruagem em que estavam a comandante e os seus braços direitos. Algumas vezes podia-se ouvir a voz de Hange sobressaltada gritando algo referente à nossa situação atual. Os cadetes que estavam por perto carregavam no rosto a mesma austeridade que eu, pois não sabíamos muita coisa, além de que Historia havia desaparecido. Todas as informações não nos foram reveladas, então por conta disso, nesse momento nos encaminhávamos para a capital para nos reunirmos com as outras divisões e com a corte.

Dessa vez eu não estava convidada ao encontro, apenas Hange e os capitães iriam comparecer. O resto de nós apenas estávamos acompanhando para fazer corpo à Tropa de Reconhecimento. Contudo, a organização da tropa estava diferente do habitual. Todos vestiam um casaco verde grosso do exército que possuía o símbolo do reconhecimento do lado esquerdo do peito. Um cinto apertado jazia nas nossas cinturas e botas quase que grosseiras esquentavam nossos pés. A formalidade da ocasião deixava a desejar tal vestuário.

Nossa entrada ao palácio foi calorosa. Muitos jornalistas estavam no portão com blocos de notas e assim que passamos nos bombardearam de questionamentos. Para impedi-los uma barreira de soldados da Polícia Militar foi formada, contendo a multidão desesperada por informações que nem mesmo nós possuímos ainda.

Ao pararmos, com a carruagem à frente da entrada principal, somos recebidos pelo Duque Thomas. Uma a uma das pessoas do alto escalão do Reconhecimento desembarcou e eu fico um pouco surpresa pela aparência do capitão Levi. Ele estava todo engomadinho igual a todos, mas o lenço que sempre estava em seu pescoço o diferenciava de todos os outros deixando-o muito elegante. Apesar de já termos participado em reuniões oficiais antes juntos, foi a primeira vez que foi exigida essa aparência. Ele estava charmoso, mas duvido que ligasse para esse detalhe. Acredito que isso nem se passava na cabeça dele naquele instante.

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Horas passaram e eu ficava mais entediada a cada segundo. Não aguentava mais esperar, mudava de lugar na pequena sala onde nos mandaram aguardar frequentemente. Me preocupava com Historia, apesar de não sermos próximas ainda fizemos parte do mesmo esquadrão. Ela estava ao meu lado quando entregou o seu coração ao Reconhecimento. A ansiedade de saber se estava viva ou morta, ferida ou ilesa, apavorada ou resoluta, dominava o meu peito. Eu não entendia o porquê demoravam tanto nem mesmo o que tanto discutiam. Não era simples a resposta? Começar uma investigação e encontrar a rainha.

Eu me levanto pela trigésima vez da poltrona e passo as mãos pelos cabelos puxando-os levemente para causar uma dor que fizesse os meus pensamentos desligar por pelo menos um segundo.

- Princesa, não surta daqui a pouco eles aparecem... - Jean fala se levantando e se colocando à minha frente. Ele tira minhas mãos do cabelo e as segura por um tempo não olhando para mim.

A porta se abre e o capitão Levi entra com o olhar baixo. Me desvencilho rapidamente de Jean e me aproximo do moreno esperando que começasse a falar cada detalhe.

- S/N, o duque Thomas exige sua presença no escritório dele - Meu queixo caí. Por que ele queria me ver justo agora? Estava ansiosa pelas informações de Levi naquele momento - Acredito que deva ir logo, não queremos deixar uma má impressão em um dos nossos únicos apoiadores.

- Sim, capitão! - Eu saio com dificuldade da sala e me encaminho para o escritório do meu antigo tutor com a ajuda de alguns soldados da Polícia Militar que faziam guarda no local.

Não podia dizer que faziam anos que eu não o vira, mas que eu conversava com ele era possível se considerar que faziam eras. Não possuía a menor ideia do que ele queria comigo, já que não estava mais sob a sua tutela. Procurar um motivo me deixava com dor de cabeça, então eu me foco na extensão dos corredores que eu perseguia. Quadros dos antigos reis e rainhas decoravam as paredes e vasos detalhados cheios de flores deixavam o ambiente amigável e elegante. Os candelabros na parede não estavam acesos, pois a luz do dia atravessava as janelas criando luminosidade suficiente para ver cada detalhe de toda a decoração.

Levi Ackerman - Determinação Inabalável Onde histórias criam vida. Descubra agora