CAPÍTULO 8

3.7K 379 20
                                    

    Levanto imediatamente da cama e pego uma vela seguindo para o cômodo onde eram guardados os equipamentos. Pego todo o necessário e vou até os estábulos em busca de Yuki que faz um barulhão quando me vê.

     - Shh, Yuki se nos pegarem eu estarei encrencada - Falo para ela acariciando seu focinho e ela logo se acalma. A preparo para uma cavalgada até o local que treinamos hoje procurando fazer o máximo de silêncio possível. Quando pronta, monto e saímos em disparada em direção a floresta escura que parecia assombrada.

〰️

     Em pé em um galho de uma das árvores observo o alvo e calculo a rota correta que deveria tomar. Então lanço o corpo para frente e corto a superfície quase sólida na nuca do boneco de madeira. O corte ainda estava superficial, parecia que tinha desaprendido como se fazia isso desde que saí da tropa de treinamento. Solto um grito e avanço mais uma vez em direção ao boneco, descontando toda a minha raiva nos sucessivos cortes que fazia um atrás do outro.

     A noite foi passando e ficava mais cansada a cada ataque, pelo menos os cortes ficaram mais profundos. Cortei a nuca novamente com as duas lâminas e me deixei cair por terra sem forças para poder voar com o DMT. Minhas costas batem no chão e uma dor me invade. Estava sem fôlego e sem força. Eu conseguia apenas sentir os cabos das lâminas em minhas mãos e minha respiração ofegante. Meus olhos quase fechando viam as copas das árvores que mostravam espaços vazios onde se podia ver as estrelas.

     Será que eu era capaz de viver aquilo que o meu pai viveu? Não conseguiria se eu fosse morta logo na primeira expedição. Eu precisava ser forte, pois uma vida de aventura despendia disso, a força que gerava a sobrevivência. Eu não iria ser taxada de fraca enquanto meu pai foi um herói, eu iria superá-lo.

     Me forço a levantar apoiando a espada no chão como uma muleta para depois jogar o meu peso sobre minhas próprias pernas. Depois de me equilibrar eu uso o Equipamento 3D e desfiro mais um golpe que me joga para cima sem os cabos como se eu tivesse a capacidade de flutuar. Eu tinha cortado a nuca até a madeira, alcançando o meu objetivo. Um alívio percorre meu corpo e me deixo ser levada pela sensação de conquista perdendo todas as forças, meus músculos relaxaram e eu ainda estava caindo. Não conseguia mover o corpo para poder me livrar da colisão iminente, fecho os olhos esperando o choque de dor que iria percorrer novamente meu corpo inteiro. No entanto, ao parar de cair não sinto o chão rígido e doloroso, apenas como se eu tivesse caído em algo muito mais macio do que terra.

     Ao abrir os meus olhos vejo uma figura me segurando em seus braços, tentava focar minha visão turva para ver o rosto da pessoa que tinha um dos braços por debaixo das minhas costas e outro me segurando abaixo dos joelhos. Tudo ficava borrado e pontos pretos cobriam minha visão, mas me forçando ainda mais, levei minha mão ao rosto da pessoa que ficava um pouco mais nítido. Quando reconheci o rosto, minha mão que quase tocou seu rosto cai em cima da minha barriga.

    - Levi... - falo em sussurro e apago.

Levi Ackerman - Determinação Inabalável Onde histórias criam vida. Descubra agora