[AVISO DE GATILHO: Violência. Recomendo ouvir a música acima para entrar no clima do capítulo. Boa leitura!]
Todos os meus aliados estavam ao meu redor, na planície, olhando para cima, com expressões de espanto e desespero. O Véu, a maior barreira mágica existente em nosso país e a certeza de proteção com a qual havíamos nos acostumado em Esmeraldina, estava se despedaçando pouco a pouco, bem diante dos nossos olhos.
— Precisamos começar o feitiço agora — Eleonora informou. — Antes que seja tarde demais.
— E o que você precisa que eu faça, exatamente? — perguntou Davi.
— Eu vou conjurar um encantamento sobre todos os bruxos aqui presentes, incluindo você e a Poliana — explicou ela. — Vocês vão atuar como condutores de magia. O objetivo é extrair o máximo de energia mágica dos seres vivos e da natureza ao nosso redor e direcioná-la para cima, rumo ao Véu. Eu vou usar essa matéria para remendar as rachaduras na barreira e impedir que ela se desfaça.
— Isso vai ser o bastante? — Poliana quis saber, não muito convencida com o plano de sua irmã.
— Não faço ideia, mas é a única coisa que podemos fazer no momento — Eleonora admitiu, com um suspiro. — Se conseguirmos manter o Véu de pé pelo menos até o final dessa batalha, creio que já será uma grande vitória. Imagino que depois que as coisas se acalmarem por aqui, será mais fácil restaurar a barreira. Só precisamos resistir durante esse momento mais crítico.
— Onde a gente deve ficar? — indagou Davi, sem perder mais tempo.
— Vamos fazer um grande círculo aqui mesmo, por favor — Eleonora pediu, estendendo as mãos.
— Eu também vou participar — anunciou Inara. — Acho que já sou capaz de usar as dádivas que os espíritos superiores me concederam para ajudar nessa transferência de energia mágica. Você também consegue, não é, pai? — ela se dirigiu ao Pajé, que assentiu, em confirmação.
— Sem problemas, quanto mais pessoas envolvidas, melhor — a sacerdotisa reforçou. — Apenas se lembrem de um detalhe importante: enquanto estiverem no círculo, vocês não serão capazes de lutar e nem de se defender e ficarão completamente vulneráveis a qualquer ataque inimigo. Depois que eu começar, não serei capaz de ajudar vocês e só vou descansar quando o Véu não estiver mais correndo perigo — completou ela.
— Deixem isso com a gente — Eugene, o filho mais velho de Tatianna, assegurou. — Recebemos ordens do nosso príncipe para protegermos todos que estão aqui. Eu e os demais vampiros daremos nossas vidas se for necessário, mas não deixaremos ninguém encostar em vocês. Apenas façam o que precisam fazer e não se preocupem com mais nada.
— Sim, penso o mesmo — eu reforcei. — Vocês não estão sozinhos nessa. O Clube da Lua também vai dar suporte aos bruxos.
Sem perder mais tempo, os seguidores da Deusa fizeram um grande círculo, incluindo Davi e a tia dele, Poliana, Inara e o Pajé. Enquanto eles se concentravam e repetiam em voz alta as palavras declamadas por Eleonora, eu me posicionei com os demais, para vigiar a aproximação de qualquer inimigo e garantir a segurança de todo o nosso grupo. Além de Tatianna e seus três filhos vampiros, também estavam comigo, em vigia, minha mãe, Ian, Benjamin, Bárbara, Anne e Fred.
Permanecemos a postos, tensos e preocupados com a possibilidade de um ataque inimigo, mas cerca de três horas se passaram sem que nada de anormal acontecesse. Os únicos sons que ouvíamos eram os murmúrios repetidos pelas pessoas no círculo, entoando os encantamentos, enquanto a magia coletada por eles subia aos céus na forma de pequenas esferas de energia, brilhantes, que iluminavam a noite como se fossem uma revoada de vagalumes.
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O Clube da Lua e a Noite Sem Fim (Livro 3 - em andamento)
Paranormal[Livro 3 da série "O Clube da Lua"] Após o trágico desfecho da batalha contra o Devorador de Sonhos, os heróis do Clube da Lua estão divididos e encurralados, todos enfrentando desafios que colocarão suas habilidades e força de vontade à prova. Davi...