I. 1 Coríntios 3:13-15 †

4.6K 500 820
                                    

"Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. [...] Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo"

Ah, o Purgatório...

Um ergástulo designado àqueles que buscam redenção pelas faltas cometidas em solo terreno; uma punição divina temporária aos pecadores que não resistem à tentação e deleitam-se do fruto proibido, tendo como finalidade suprema o resgate das almas que desobedecem os mandamentos e as Leis sagradas.

Guardado por um oceano selvagem e tempestuoso, rochedos imensos e monstruosos, as portas para o caminho da purificação, ao contrário do Inferno, estão sempre fechadas, e somente são abertas aos que verdadeiramente almejam remissão.

É um meio para a condenação ou a salvação; intermédio entre Céu e Inferno.

O Ante-Purgatório é o que antecede as vias para a expiação, e, antes das portas, encontram-se as almas errantes em suas respectivas divisões:

Os excomungados;

Os que se arrependeram tardiamente;

Os que demoraram por preguiça e negligência;

Os que deixaram o arrependimento para a hora da morte;

Os que, por suas ocupações, não tiveram tempo.

E então, inicia-se a purificação - e o pesadelo - para os que ultrapassam as portas.

Uma vez lá, o Purgatório consiste em uma solene montanha, tomando forma cônica em seu contorno, onde estão sobrepostas as cornijas — ou círculos — que sobem em espiral ao redor do monte, em direção aos céus, até chegar ao cume, ponto em que o Paraíso Terrestre aguarda as almas, agora acendradas, para a glória eterna.

Contudo, chegar ao mais elevado patamar requer árduo suplício para subsistir durante a passagem pelos círculos e suas punições atrozes, pois, novamente, ao contrário do Inferno, os piores pecados são os primeiros a serem enfrentados, e, conforme o êxito obtido, tornam-se mais leves à medida que a subida alcança seu ponto máximo.

As cornijas, guardadas cada uma por um anjo, são responsáveis por castigar e provocar dias, semanas, meses, anos, séculos, milênios ou uma eternidade de infortúnio e padecimento, variando de acordo com a magnitude e intensidade dos pecados cometidos.

Primeiro Círculo:
Soberba.
O pior dos sete pecados e o que dá início ao Baixo Purgatório, quem está em penitência deve-se manter em constante movimento, curvados ao peso descomunal que são submetidos a carregar.

Segundo Círculo:
Inveja.
Trajados por panos de sacos, vestimenta rústica, os que encontram-se neste círculo são sujeitos a ter as pálpebras costuradas por arames.

Terceiro Círculo:
Ira.
Quem está em expiação vaga por uma densa fumaça; perdidos, sem rumo.

Quarto Círculo:
Preguiça.
Marcando o Médio Purgatório e o meio do caminho, os punidos devem dar exemplos contundentes de solitude.

𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora