𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - Minsung

XV. Êxodo 20:16 †

"Não darás falso testemunho contra o teu próximo"

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— A situação está mais complexa agora, devemos ser cautelosos em dobro já que todos os outros membros do Conselho foram misteriosamente mortos na última reunião. Há um assassino desconhecido entre nós. 

— Oh, nem me lembre daquele maldito dia! Foi um trabalho árduo ter de sumir com quase trinta corpos. 

— A Caça às Bruxas deve prosseguir, nossa missão está chegando ao fim. 

— Mal posso esperar para receber o que nos foi prometido! 

— Para isso acontecer, devemos finalizar o serviço e matar aquelas vadias sujas! Mas primeiro, precisamos encontrá-las. 

Lá estava a brecha perfeita para que Kim Yerim mudasse o rumo de sua vida.

Estava retornando ao vilarejo após aproveitar a noite na taberna Aurora quando encontrou dois homens cochichando no lado de fora. Em meio à escuridão da madrugada, foi fácil infiltrar-se por perto para ouvir, e havia feito certo!  

Ela odiava a vida que levava. Yongsun, sua mãe, não parecia preocupada e interessada em seguir os preceitos impostos pela igreja, recusando até mesmo a casar-se novamente. Quanta burrice! 

Depois de ficar viúva, ela poderia encontrar um marido abastado e influente, mas dizia que sua liberdade jamais seria comprada com dinheiro, o que era ridículo na opinião da filha. Dinheiro era mais importante do que tudo. 

Ryujin, sua irmã mais nova, seguia os passos da mãe. Ah, como Yerim a odiava! Ela estava sempre alegre e agitada, completamente satisfeita com a vida miserável que tinha, sempre na companhia daqueles garotos esquisitos. Todavia, era ela a filha preferida, o orgulho da família, a bruxa exemplar. 

Yongsun e Ryujin nasceram com o dom da bruxaria, e Yerim não. Por tal motivo, ela queria ser a melhor, pois em sua visão, era superior à irmã, além de ser a mais bonita e a mais inteligente, então almejava que o centro de todas as bajulações estivessem destinados única e exclusivamente em si. 

Não havia espaço para Ryujin em seu cotidiano, e sua nova ambição era ver a mãe sofrer para dar-lhe o devido valor.

— Com licença, cavalheiros! — Astuta, aproximou-se dos dois homens, que lhe encararam surpresos pelo flagrante. — Eu tenho algo que pode ajudá-los. 

— O que seria? 

— E se eu dissesse que conheço uma bruxa? Alguém muito perigosa para a sociedade e que está tramando algo grandioso?   

— Quem? 

— Antes, façamos um acordo — propôs. — Eu sei da existência do conselho secreto que caça bruxas no vilarejo, inclusive havia feito uma denúncia anônima, mas como não obtive resultados, irei aproveitar esta oportunidade. 

— Exponha a sua proposta, estamos ouvindo. 

— Eu entregarei a bruxa, e talvez umas coisinhas a mais… — Sugestiva, passou a mão no peito de um deles. Conhecia bem aqueles dois. — Suas identidades e o segredinho em questão estão seguros comigo, porém, em troca, eu desejo uma única coisa: riqueza. Sei que não será um problema para vocês e também não me importo em como o pagamento será feito. Um noivo extremamente rico, bens materiais, propriedades, pouco importa! Apenas exijo que certifiquem-se da minha prosperidade financeira pelo resto da vida. 

— Feito!

— Ótimo! Vamos ao que interessa…

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