"Ó filho do Diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?"
⸸
— Quer dizer que sofremos uma espécie de lavagem cerebral em forma de amnésia?
Wooyoung caiu sentado sobre o banco de madeira. A boca entreaberta e os olhos arregalados denunciavam o quão chocado ele estava, quase cético.
Estavam reunidos perto da igreja após o término do ensaio do coral, sentados debaixo da árvore que havia ali, como costumavam fazer desde sempre. E depois de tomarem conhecimento do que houve dias atrás, ficaram pasmos e descrentes.
— Alteração mental — Jisung corrigiu. — Pelo menos foi o que ele disse.
— Que se dane o termo correto, aquele cara mexeu com as nossas mentes e eu nem sabia que algo assim era possível! — Jeongin esbravejou, levantando-se de súbito. Ele pareceu aflito quando começou a caminhar de um lado para o outro, inquieto. — Isso pode acarretar em muitos problemas que não sabemos. Podemos desenvolver algum problema cerebral, algum distúrbio mental, uma disfunção, perda de memór…
— E se estivermos nos transformando? — Wooyoung saltou do banco, alarmado. Tocou o próprio rosto e o corpo, certificando-se de que estava tudo em ordem e não havia anormalidades ou qualquer sintoma suspeito. — Podemos estar nos transformando em um ser sobrenatural agora mesmo e nem desconfiamos!
Todos o encaram como se fosse idiota.
— Por que você acha que seria contagioso? — Ryujin indagou. — Este tipo de coisa não funciona assim, simples. Se fosse o caso, vocês teriam se tornado bruxos por entrarem em contato comigo e Felix.
— Hm, faz sentido — o loiro ponderou, com a expressão pensativa.
— Acho que esse é o momento apropriado para contar algo. — O australiano, que até então mantinha-se em silêncio, aparentava estar apreensivo com a situação, revelando inseguro: — Eu lembro de tudo.
— Como?! — Jisung piscou perplexo, tal qual o restante do grupo.
— Eu não sei, também não consigo entender. Apenas lembro.
— E o que aconteceu? — Jeongin questionou, ansioso. — Eu só recordo de assistir ao culto normalmente, como se nada diferente tivesse acontecido.
— Depois daquele homem…
— Minho — Jisung retificou sem dar-se conta, devaneando apenas em lembrar do outro, o que ocasionou olhares curiosos em sua direção, contanto nada foi dito.
— Certo — Felix prosseguiu, trocando olhares desconfiados com o resto do grupo. — Vocês não lembram, mas a partir do instante em que este tal de Minho entrou na igreja, tudo pareceu tremer e as liturgias…
— Foram com Deus — o Han comentou, ainda impressionado com o ocorrido, sendo empurrado pelo amigo impaciente.
— Yah, pare de me interromper! — ralhou, bufando irritado. — Como eu dizia, as liturgias caíram e quebraram, junto com a imagem de Jesus lá no alto, e as pessoas…
Foi interrompido pela risada escandalosa de Jeongin, mas apenas ignorou e prosseguiu:
— As pessoas entraram em pânico e ninguém conseguia sair da igreja. Eu não consigo identificar ou distinguir muita coisa, porque tudo que eu via era um mundaréu de gente correndo e gritando desesperadas.
— E o que as fez voltar ao normal? — Ryujin perguntou curiosa.
— Não faço ideia. Todos simplesmente pararam de gritar e foi como se o pânico nunca tivesse existido. Eles voltaram a sentar em seus lugares e eu fiz o mesmo, para não levantar suspeitas. E quando o ambiente voltou ao normal, aquele hom… Hm, Minho, estava em cima do altar, no lugar do senhor Han. Depois disso, eu só o vi indo em direção à biblioteca e nada mais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - Minsung
Fanfiction[CONCLUÍDA] Céu e Inferno. Dois pesos antagônicos coincidindo e duelando diariamente por uma mesma causa: a infundada e orgulhosa validação humana. Ah, mero engano. Seria de extrema ignorância e soberba consider-nos dignos de tal importância. O P...