X. Judas 1:4 †

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"Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, transformam a graça de nosso Deus em libertinagem"

— N-noiva? — A voz de Jisung tremeu, abalada. 

— Sim, noiva — o padre enfatizou, contente. — Estes são Son Hyunwoo e Son Naeun, pais de Haneul, e este é Jaehwan, seu irmão. 

Desconcertado e abatido por uma vertigem que se propagou por seu corpo, Jisung observou as quatro pessoas presentes. 

Os dois homens eram altos, estando o mais jovem alguns centímetros abaixo do pai, e ambos vestiam-se elegantemente com cores escuras e sóbrias, trazendo consigo semblantes sisudos. Tanto a mulher mais velha quanto a filha eram inquestionavelmente dotadas de notável beleza, trajando vestidos ostentosos e cobertas por joias refinadas, de cores vívidas e brilhantes. Os cabelos de Naeun estavam presos, indicando o seu estado civil, e os cabelos da garota eram escuros e longos, acompanhados por uma franja rente aos olhos, que exaltava as maçãs protuberantes do rosto de feitio delicado.

— Vamos nos sentar, creio que devemos deixá-los se conhecerem melhor — Jaesung propôs, com um sorriso largo. 

Não precisava dizer o quão constrangedor foi quando teve de abancar-se ao lado da garota, em uma distância segura, mas próxima, enquanto os pais e o irmão dela conversavam educadamente com seu tio no mesmo cômodo, vigiando-lhes de soslaio. Nervoso, mexeu nos óculos, ajeitando-os na face temerosa. 

— Acho interessante que você use óculos, Jisung-ah, é fofo. — Haneul sorriu meiga. — Não conheço muitas pessoas que usam. 

— É, parece que não é tão comum por aqui. 

— Confesso que fiquei intrigada com a sua reação ao nos ver aqui. Você mostrou-se surpreso. 

— Sim, eu… Não esperava que fosse conhecê-la hoje. — Encolheu os ombros. — Peço perdão se soei rude. 

— Oh, não. Está tudo bem! Eu estava empolgadíssima para encontrá-lo. Sabe, eu moro na capital, e admito que inicialmente repudiei a ideia de casar-me com alguém do interior, eu não gosto do estilo de vida pacato e simples que levam aqui. Com todo respeito, é claro.

Ela era bem falante, foi o que Jisung percebeu logo de cara. 

— Tudo bem. — Limitou-se a sorrir pequeno, ao passo que a ouvia tagarelar sem parar.

— Mas então, eu pensei melhor na proposta e decidi aceitá-la. Não sei se é de seu conhecimento, mas homens do interior possuem certa fama na capital, e eu fiquei tentada a desvendar se é realmente verdade. 

— Que tipo de fama? 

Jisung preocupou-se em ser visto de forma pejorativa pelas outras províncias, embora desconfiasse que todos os enxergassem de tal modo. 

— Você sabe… — Ela sorriu de maneira que o loiro não entendeu, aproximando-se sutilmente. — Fama de brutos. 

O Han franziu o cenho em confusão, não entendendo o porquê dela ter interesse em homens brutos. Por que uma moça iria desejar casar com alguém que a maltratasse? 

— Porém você… — O olhar ávido era discreto e analisou-lhe meticulosamente de cima a baixo. — Não parece bem de meu agrado neste quesito, mas com certeza tenho muito a lhe ensinar. 

— Não entendo. 

— Não precisa entender agora, fofinho. — Ela soltou um risinho baixo e infantil. — Isso é assunto para depois que casarmos. Perdoe-me por estar sendo apressada, é que estou ansiosa para termos um momento a sós. 

𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora