IV. Marcos 4:22 †

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"Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser revelado" 

— Nos vemos amanhã, então. Tenha cuidado e vá em segurança. — Yeosang sorriu para o garoto loiro, certificando-se de trancar devidamente a porta da igreja. — Tem certeza que não quer que eu o acompanhe até em casa? 

— É claro que não. Você fez demais para um dia só.

— Certo. Espero que…

Ei!

Olharam para trás, de onde vinha o chamado repentino, e depararam-se com o grupo de quatro jovens conhecidos aproximando-se.

— Olá — Yeosang reverenciou, notando Wooyoung tensionar ao seu lado. Ele apenas movia os olhos para todos os lados, sem saber o que dizer ou como agir.

— Pronto para o dia mais memorável de sua vida? — Jeongin indagou entusiasmado, ignorando completamente a presença do outro garoto. — E não estou falando da volta de Jesus. 

— Não entendi — o diácono expressou confuso. 

— Você esqueceu? — Ryujin fitou-o risonha, parecendo animada. — Hoje, exploraremos o bosque amaldiçoado. 

— O quê?! — arregalou os olhos. 

— É, não lhe convidamos antes? — Felix franziu o cenho entre a expressão dúbia, pensativo. — Pois eu jurava que tínhamos conversado com você sobre isso. 

— Não, acabamos esquecendo. — A garota bateu na própria testa em reprovação. — Bem, está ciente agora. O que acha de nos acompanhar?  

— Estão brincando, não é? — Yeosang inquiriu sério, a voz afinando gradativamente pela surpresa quando percebeu que não havia zombaria naquela proposta absurda. — Está escurecendo e este deve ser o lugar mais perigoso do vilarejo. Não podem fazer isso! Ficaram malucos? 

— Ah, pode apostar que sim! — Jeongin afirmou, quase exasperado pela euforia. — Estamos malucos, birutinhas. 

— Não quer ser maluquinho com a gente também? — Ryujin instigou, com um sorriso convincente no rosto. 

— Precisamos de supervisão adulta. — O tom de Felix era sugestivo e ele piscou com os dois olhos repetidamente, como uma criança inocente que implorava de maneira silenciosa para que o diácono tivesse compaixão e os acompanhasse.

— O que ele quis dizer é que está quase sujando as calças e gostaria que você se juntasse a nós. 

— Eu não estou com medo! — o australiano contestou a fala acusatória do amigo mais novo, mas acabou repensando. — Talvez só um pouquinho. 

— Acredite, hyung, eu sou tão contra essa ideia quanto você — Jisung pronunciou pela primeira vez, insatisfeito. — Mas estes patifes não nos darão sossego enquanto não descobrirem o que quer que esteja lá dentro. Já aviso que se morrermos, a culpa é toda deles.

Yeosang encontrava-se em um dilema: poderia ir para casa, ter uma ótima refeição e acomodar-se confortavelmente em seu leito, sem maiores preocupações, ou, poderia acompanhar aqueles inconsequentes em um percurso assombroso e altamente destrutivo, cujas chances de arriscar sua vida eram superiores a tudo. 

É, a resposta era óbvia. 

— Está bem, vamos logo! 

Até dar-se conta que o garoto loiro ao seu lado permanecia em silêncio, visivelmente desconfortável. 

𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora