"Ponha-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre seu braço; pois o amor é tão forte quanto a morte e o ciúme é tão inflexível quanto a sepultura. Suas brasas são fogo ardente, são labaredas do Senhor"⸸
— Mãe, eu sei que pode parecer estranho, mas…
— Não parece estranho, é estranho, Yongbok! — a mulher rebateu severa e olhou para o jovem ao lado do filho. — Com todo o respeito, Changbin, você causou uma ótima primeira impressão e eu não vejo indícios que representam algum risco para nós, porém, não o conhecemos e confesso que estou receosa em aceitar-lhe em nossa casa.
Felix bufou irritado com a impertinência e rigidez de Lee Doyeon, que nem ao menos parou um segundo para lhe ouvir. Do seu lado, Changbin, devidamente vestido com uma camisa emprestada por Mingi, mantinha-se tenso, com as mãos em frente ao corpo em uma postura cortês.
— Eu entendo, senhora Lee — pronunciou baixo, de forma respeitosa. — Perdoe-me pelo incômodo, eu encontrarei outro lugar para ficar.
— Nem pensar, precisa de nós! Mãe! — O loiro encaminhou-se até a progenitora, sussurrando indignado: — Será que você pode…
— Não!
— Se me ouvir, talvez mude de ideia.
— Então convença-me. Ele parece ser um bom menino, mas não pode ser ingênuo e confiar tão rapidamente nas pessoas, Yongbok, quanto menos oferecer abrigo a quem nunca viu na vida — advertiu o filho, cruzando os braços e encarando-o com uma carranca no rosto. — Por que devemos acolhê-lo?
— Porque ele é portador da Maldição Lupina!
O semblante da mulher transformou-se, passando de choque para descrença em meio segundo, e ela mirou o garoto que permanecia enraizado no lugar, distraído em observar o local e alheio à pequena discussão familiar.
— Não é possível! — exclamou incrédula.
— Eu também pensava que não, porém é verdade. Ele está sozinho e com medo, nós precisamos ajudá-lo.
A mulher hesitou, dividida entre aceitar ou mandá-lo embora.
— Por favor, mãe! Eu juro que irei vigiá-lo sempre e se ele der qualquer motivo para suspeitas, eu deixo você envenená-lo se quiser, mas agora, precisamos descobrir um modo de quebrar a maldição. Se o papai estivesse aqui concordaria comigo, você sabe disso.
— Está bem, está bem! — Expirou com força, contrariada. — Ele pode ficar! Entretanto, eu estarei de olho em cada movimento, e se houver algum sinal mínimo que faça-me desconfiar da procedência dele, já sabe! — Ela saiu resmungando, gesticulando negativamente com a cabeça. — Você é uma cópia do seu pai, coração mole igualzinho a ele!
— Você pode ficar! — comunicou a Changbin, sorrindo largo. — Caso amanheça morto, provavelmente foi porque minha mãe enfiou uma adaga no seu olho, mas não é nada pessoal, ela só é muito desconfiada. Não se preocupe, isso não irá acontecer. Eu acho.
— Se eu for, estou condenado a ter uma vida infernal pelo resto dos meus dias, e se ficar, estou ameaçado de morte. Perfeito!
— Que nada, você tem uma ótima vantagem permanecendo aqui!
— Ah, é? Qual?
— Eu.
Changbin ergueu as sobrancelhas com a ousadia do loiro. Felix era o mestre na arte dos flertes diretos e dizia aquelas coisas naturalmente sem sentir um pingo de vergonha, embora na maior parte das vezes fizesse meramente por diversão e brincadeira. E para o Seo, não passava daquilo: brincadeira.
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𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - Minsung
Fanfic[CONCLUÍDA] Céu e Inferno. Dois pesos antagônicos coincidindo e duelando diariamente por uma mesma causa: a infundada e orgulhosa validação humana. Ah, mero engano. Seria de extrema ignorância e soberba consider-nos dignos de tal importância. O P...