XXXI. 1 Timóteo 6:9-10 †

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"Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos" 

Do lado de fora dos portões, havia reflexos de luz visível, posto que nada predominante à escuridão. 

Jisung ainda sentia o corpo tremer pelo que havia acabado de acontecer, seguindo a trilha indicada tomado de insegurança. Preocupava-se com Yunho e as consequências que ele sofreria por sua atitude nobre de tê-lo salvado. 

Antes, via-se perturbado pelas milhares de vozes que ocupavam o Inferno, mas no exterior, o silêncio absoluto igualmente amedrontava. Não havia equilíbrio naquele lugar umbroso. 

Conforme prosseguia, pôde identificar um clarão de luz logo adiante. Era fraco enquanto visto a longa distância, porém à medida que se aproximava, aumentava exponencialmente, até chegar no ponto em que teve de parar e desviar o olhar para que todo aquele brilho não o cegasse. 

ㅡ Olá? 

Tentou espiar por entre o braço que usava para cobrir os olhos. 

ㅡ Quem sois vós, alma perdida? 

Olhou na direção da voz masculina logo à frente, podendo finalmente analisá-lo após a intensidade de sua luz reduzir, vislumbrando um anjo abeirado ao lado de um barco imóvel acima de águas paradas. 

ㅡ Eu… ㅡ Limpou a garganta, tentando disfarçar a incerteza e soar firme. ㅡ Meu nome é Han Jisung. 

Observou com apreensão as diversas pessoas no barco, embora suas expressões fossem de alívio e contivessem esperança nos semblantes exaustos. 

ㅡ O seu caminho é por ali. ㅡ O anjo apontou para o lado direito.

Acenou em agradecimento, passando a estudar o ambiente estranhamente mórbido. Do outro lado do rio, uma extensa floresta podia ser vista, e sua aparência selvagem não trouxe nenhum conforto, mas sim ainda mais inquietação. No caminho que deveria seguir, só havia escuridão. 

ㅡ Não há nada lá. ㅡ Voltou-se ao anjo, acabando por se desesperar ao perceber que o barco já tinha partido sem que percebesse e estava sozinho outra vez. ㅡ Ah, não. Não, não, não! 

Não estava disposto a continuar vagando pelo breu absoluto que poderia levá-lo a um lugar impreciso. Bateu o pé no chão, nervoso, olhando para todos os cantos e pensando no que fazer. 

Bem, foi orientado por um anjo, então devia confiar e obedecê-lo. Anjos não mentiam. 

Jisung! 

Assustado, encarou o horizonte obscuro com os olhos arregalados. Das sombras inóspitas, uma figura de voz familiar surgiu correndo em sua direção. 

Vê-lo vindo ao seu resgate lhe trouxe grande euforia. 

ㅡ Chan! ㅡ Acenou entusiasmado. 

Sem esperar mais um segundo, correu até ele com um sorriso que rasgava seu rosto de fora a fora e atirou-se em um abraço aliviado que o fez se sentir seguro novamente. 

As asas de Christopher Bang permaneciam esplendorosas no tom aveludado do mais sofisticado branco luzidio, porém sua imagem era completamente oposta ao dia em que o vira pela última vez. 

Não havia um mínimo resquício de luz divina que o iluminasse como antes, aquele alumiar tão gracioso e sublime foi vencido pelas trevas. Seus olhos cristalinos não mais existiam e os cabelos agora estavam igualmente escuros, sendo que a vestimenta seguia o mesmo padrão. 

𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora