AVISO-TW ⚠️
Este capítulo contém cenas de TENTATIVA de estupro, se for sensível ou possui gatilhos, NÃO LEIA até o final!
"Ai daqueles que planejam maldade, dos que tramam o mal em suas camas! Quando alvorece, eles o executam, porque isso eles podem fazer"⸸
O vilarejo estava calmo, morbidamente calmo. Observá-lo de longe no meio da noite, quando um nevoeiro espesso cobria todo seu território e serpenteava pelo bosque amaldiçoado, onde os grunhidos formidolosos das criaturas demoníacas repercutiam como um eco prolongado e interminável era apaziguador.
Minho gostava. Sentia-se bem em qualquer lugar que infundisse terror, pois lembrava de sua morada, embora nenhum outro local assemelhava-se ou estava à altura de seus aposentos reais.
Da vista panorâmica, seus olhos miraram o pequeno cemitério próximo à igreja, vendo-o coberto pela bruma extensa, e no mesmo instante, a temperatura do ambiente ao seu redor mudou, ficando mais baixa para prenunciar quem estava por vir.
Olhou para o horizonte, vago e inexpressivo, podendo sentir os fluidos negros do ser flutuante se estender às suas costas.
Permitiu que ele se aproximasse silenciosamente, oferecendo um cumprimento mudo ao barqueiro infernal, chamado Ceifador no Purgatório e conhecido pelos humanos como a figura da própria Morte.
ㅡ Você não acha cômico, Yunho?
O murmúrio de Minho parecia ser mais para ele do que para alguém específico, e sabendo que seria questionado, prosseguiu, abstraído:
ㅡ A forma que eles nos estereotipam.
O outro permaneceu em silêncio, aguardando a conclusão de seu superior.
ㅡ Eles sentem a necessidade absurda de criar padrões e estereótipos fantasiosos para tudo, porém os mais tenebrosos e sem sentido estão impostos sobre nós. É quase engraçado. ㅡ Sorriu sem humor. ㅡ Veem-nos como animais irracionais e sem escrúpulos, mas esquecem que este papel pertence a eles.
ㅡ São apenas pobres miseráveis que colherão os frutos plantados por sua ignorância.
ㅡ Eles agem como se fossem bem instruídos e superiores a nós, disseminando a falsa conversa de que vivemos para tentá-los e dedicamos nossa vida a induzi-los ao pecado, mas não recordam que se estão neste plano, é porque todos são pecadores ㅡ discorreu distraído, devaneando por seus pensamentos. ㅡ Eles têm a ideia errônea de que o Céu está livre de maldade e no Inferno não existe compaixão. É muito extremo. Ignoram o fato que muitos de nós já fomos perfeitos, que já fomos anjos de luz e sentimos no cerne o amor divino de maneira que eles nunca seriam capazes. Não pararam para refletir que se um dia o Céu foi corrompido pela maldade e o pecado se instalou no Paraíso, então no Inferno pode existir bondade, por mais adverso que seja. Se o plano celeste pôde abrigar a perversidade, por quê não poderia haver compaixão em um ser das trevas?
A reflexão repentina soou mais como um desabafo do que um mero pensamento acerca dos últimos acontecimentos. Em toda sua glória maligna e sabedoria exímia, ainda assim, Minho jamais entenderia o ser humano por completo.
Vivia para a maldade, sim, porém, com consciência. Nunca passaria por cima de seus princípios para fazer o mal, embora gostasse daquilo.
Mas as coisas na Terra funcionavam de outro modo. As pessoas faziam tudo para alcançar seus objetivos, não importando quem estaria no caminho e o possível resultado desastroso que causariam em terceiros. O egoísmo governava a Terra. E os seres humanos eram os verdadeiros animais.
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𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - Minsung
Fanfiction[CONCLUÍDA] Céu e Inferno. Dois pesos antagônicos coincidindo e duelando diariamente por uma mesma causa: a infundada e orgulhosa validação humana. Ah, mero engano. Seria de extrema ignorância e soberba consider-nos dignos de tal importância. O P...