ATENÇÃO: Esse capítulo contém cenas de assédio sexual
"E você, filho do homem, não tenha medo dessa gente nem das suas palavras. Ainda que o cerquem espinheiros e você viva entre escorpiões"⸸
— Ajeite essa postura, Jisung! E arrume suas vestes! — O padre levou as mãos até a gola da camisa do sobrinho ao aproximar-se da residência luxuosa. — Céus, não envergonhe-me diante o senhor Son! Tenha comprometimento, ora, você está noivo!
— Desculpe, tio. Estou um pouco nervoso.
Jaesung somente suspirou irritadiço e entregou-lhe uma caixinha, onde, ao abrir, deparou-se com um anel de ouro similar ao seu. A diferença era que aquele, além de nitidamente feminino, fundamentava-se em uma sofisticada pedra de quartzo rosa enfeitada com diversos diamantes brilhantes ao seu redor.
— É lindo!
Olhou a própria mão, onde estava a simples aliança de ouro no dedo anelar. Havia recebido-a anteriormente no mesmo dia, e, seguindo as tradições do vilarejo, ele tinha o dever de entregar a de sua noiva pessoalmente, enquanto a sua deveria ser ofertada pelo patriarca da família.
— Imaginei que fosse gostar. — O homem sorriu orgulhoso. — Como planejei tudo de surpresa, escolhi um anel que se adequasse aos seus gostos e agradasse-o.
Embora estivesse tristonho e infeliz com o propósito por trás do objeto, Jisung sorriu agradecido. Saber que, de certa forma, seu tio considerava suas opiniões e conhecia suas preferências deixava-lhe comovido e com o peito aquecido. Apesar de tudo, ele fez aquilo com boas intenções, visando o seu bem, e não seria justo culpá-lo por desejar que tivesse uma vida como todos os outros.
Jisung apenas enxergava-se como o problema, pois era ele quem não se encaixava nem se adequava aos costumes da sociedade, e ser diferente em um meio onde todos eram iguais correspondia a um desafio que poucos entenderiam.
— Após o jantar, convide Haneul para conversar em particular e ofereça o anel à ela para consolidar o noivado e torná-lo oficial.
— Certo.
Seria um mero eufemismo dizer que estava nervoso, visto que havia passado do nível apavorado para prestes a desfalecer. E durante o jantar não foi diferente.
Todos pareciam muito enérgicos e animados com sua presença, ocupados demais na disputa para ver quem tinha o ego maior que a sala de jantar, entretidos em excesso para perceberem que estava quase tendo um colapso nervoso. A comida parecia rasgar sua garganta ao descer e ainda assim permaneceu forçando-se a comer, sorrindo compelido na mesma proporção que uma de suas mãos agitadas esfregava as unhas curtas sobre o tecido da calça, descontando ali o nervosismo e a tensão, sem inferir o que estava fazendo.
— Posso ter um momento em particular com Haneul? — Precisou reunir muita coragem para que a pergunta saísse, e isso não impediu sua voz de sair baixa e falha.
— Tudo bem. — O pai da garota, Hyunwoo, concedeu a permissão solicitada, e o Han viu a mãe dela sorrir contido, como se soubesse do se tratava, enquanto o irmão, um jovem analítico de poucas palavras, conservou a postura rígida e o olhar discreto em sua direção. — Aproveitem este momento a sós enquanto eu e seu tio discutimos sobre a troca de posses e sua futura moradia.
— Vamos, então! — Haneul manifestou animada, quase pulando no lugar. Jisung tinha de admitir que ela ficava fofa quando estava eufórica daquele jeito. — Eu posso lhe mostrar a casa enquanto conversamos. Temos uma varanda com uma vista incrível lá em cima!
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𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - Minsung
Fanfiction[CONCLUÍDA] Céu e Inferno. Dois pesos antagônicos coincidindo e duelando diariamente por uma mesma causa: a infundada e orgulhosa validação humana. Ah, mero engano. Seria de extrema ignorância e soberba consider-nos dignos de tal importância. O P...