V. Jó 24:13 †

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"Há os que se revoltam contra a luz, não conhecem os caminhos dela e não permanecem em suas veredas"

— O que faz aqui?

A imagem esbelta manteve-se a alguns passos de distância, da mesma forma em que havia surgido, permanecendo inerte sobre seus pés. O grupo portava expressões interrogativas em suas faces, que foram respondidas com um sorriso admirado e descontraído nas feições miríficas de Kim Seungmin.

— A pergunta correta é: o que vocês fazem aqui? — O olhar analítico estreitou um a um, e era impossível não se sentir nervoso com o ato. — Cosa stai facendo nel Cerchio della Morte?

— Nos perdemos. — Jeongin sorriu forçado, tentando soar convincente.

— Não, estamos aqui porque esta raposa do deserto intrometida não consegue sossegar a bunda em casa e precisa se meter em confusão, carregando-nos de brinde. — Felix soou acusatório, aborrecido.

— Eu não obriguei ninguém a vir! — O mais novo se defendeu. — E pare de me chamar assim!

— Quer dizer que você mora aqui? — Ryujin questionou, investigando o ambiente com seus olhos ágeis. — Bonito.

— E sinistro. Parece que alguém nos deve explicações. — Jeongin agia como se Seungmin pertencesse ao grupo desde sempre, como se fossem íntimos àquele nível para que ele devesse explicações.

Felix nunca desejou tanto enfiar uma maçã na boca do amigo, ou quem sabe cobri-la com fita para que se calasse. Sua paciência com ele naquele dia já estava em seu limite.

— Acredito que não sou eu quem deve explicações, piccolo invasore. Foram vocês que invadiram minha propriedade — Seungmin refutou bem-humorado, não demonstrando incômodo com o fato. Pelo contrário, parecia estar se divertindo.

O australiano desviou o olhar para a taça que ele carregava em mãos, onde o conteúdo bordô aparentava ser algum tipo de vinho, mas não tinha certeza. Seu olfato era muito sensível, e por causa do curto distanciamento entre eles, considerava o cheiro demasiado forte para um simples vinho.

E Jisung também percebera, o que gerou uma troca de olhares sutil.

— Os moradores sugerem que este lugar é amaldiçoado, e como somos curiosos, decidimos tirar a prova. — Wooyoung foi sucinto no esclarecimento.

— Eu não sou curioso, apenas vim acompanhá-los porque me pediram — Yeosang retrucou, arredio. Não queria estar vinculado àquele comportamento baderneiro. — E deixo claro que não sou condizente com essa postura delinquente.

— Sei que não, gattino. — Seungmin sorriu compreensivo, cuidadoso. — Você é certinho demais para viver intensamente.

— Ele é, mas nós não — Jeongin retomou. — Acontece que um padre poderia vir a ser útil.

— Eu ainda não sou padre.

— E por fim, aconteceram coisas tão bizarras que nem mesmo Yeosang poderia reverter. — Wooyoung ignorou o diácono e prosseguiu: — Não há reza ou água benta que espante os discípulos de Satã que vivem aqui. Foi de arrepiar!

𝐇𝐀𝐃𝐈𝐒 - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora