Já no escritório, Zoren passou o rádio para ela, que ligou para o irmão de Uchôa, o Alfa dos ursos, e relatou o ocorrido e que tinha seguido o rastro de Plínio até o outro lado do rio e que ele ainda estava lá quando ela voltou para a Alcateia. O Alfa Dalton se responsabilizou pelo Plínio e pelo gerador, que providenciará imediatamente a solução para o problema.Depois Ava ligou para o delegado e explicou toda a situação e a resposta do Alfa Dalton. Arlon respondeu que logo estaria lá, com os papéis para fazer o registro da ocorrência. Ava se despediu e desligou, olhando para Zoren, parado com as pernas abertas e braços cruzados, prestando atenção em toda aquela movimentação de sua fêmea, como se ele não existisse.
-O que foi agora,acho Alfa? Uma fêmea não pode tomar a frente e resolver os problemas para seu macho descansar - disse Ava ao perceber a postura do Alfa.
-Eu...eu… ah, droga Ava! Eu sou o Alfa da Alcateia, como vou encarar o povo agora, já que deixei minha fêmea resolver as coisas enquanto eu dormia - reclamou Zoren, descruzando os braços e pondo as mãos no quadril, resmungando.
Ava deu uma risada da cena de ciume que fez o macho. Foi até ele e segurou seu rosto, para que ele levantasse a cabeça e olhasse para ela.
-Eles vão te respeitar ainda mais, por você ter encontrado uma companheira que cuida de você e te ajuda com a Alcateia.
Ele desarmou e sorrindo, segurou-a pela cintura. puxou-a e disse:
-Cuida de mim é? - Foi se aproximando e beijou-a profundamente.
Entregaram-se ao carinho, esquecendo do mundo, até que ouviram alguém abrir a porta e entrar correndo pela cada, gritando por Zoren. Ava não era mulher que voltava atrás em sua palavra, se afastou do Alfa e andou rapidamente até a garota que ainda gritava. Nem deu tempo de Sophia ver o que a atingiu.
Derrepente estava de bruços sobre uma perna de Ava e presa com a outra e a sola grossa de um sapato, batia em seu trazeiro. Ava bateu até cansar e Sophia gritava, chamando Zoren e chorava tentando se soltar. Quando, enfim, foi solta, rolou para o chão e viu Zoren parado, de braços cruzados, olhando.
Quando Sophia ia reclamar, Zoren falou:
-Você foi avisada. Pare de entrar na casa de um casal sem bater. Você mereceu.
Quando ela ia começar a se defender, sentiu a mão da Luna pegá-la pelo braço e a suspender, levando-a até a porta e quando chegou a varanda, parou e disse:
-Eu te avisei, espero que tenha aprendido, se houver próxima, será pior. - Largou a jovem, que saiu da varanda a caminho do portão.
-Outra coisa Sophia, Arlon está vindo aí, comporte-se como a fêmea dele e ele agirá como seu macho.
Sophia olhou para a Luna, sorrindo. Não havia mais resquício algum de irritação. Acenou positivo com a cadeira e saiu correndo e gritou de longe:
-Obrigada, Lunááá!
Ava entrou e encontrou o Alfa na cozinha, preparando o café.
-Quer ajuda? - Ela perguntou.
Ele foi até ela e beijou a ponta de seu nariz.
-Não, pode deixar, agora é minha vez de alimentar minha fêmea.
Ela então arrumou a mesa e se sentou para esperar, foi o tempo de Arlon chegar e se juntar a eles para o café. Ava ouviu alguém bater à porta e foi abrir, era Sophia.
-Bom dia Luna, preciso falar com vocês. - Falou uma Sophia ntoda educada.
-Nós é? Sei. Entra menina, estamos tomando café.
Elas seguiram até a mesa de jantar e Zoren franziu as sobrancelhas ao ver a jovem ali, de novo.
-Bom dia Alfa Zoren, bom dia delegado - cumprimentou-os educada e séria.
Os machos olharam para ela e antes de soltarem uma risada, ouviram um puxar de garganta de Ava avisando para ficarem quietos.
-Bom dia, minha fêmea, venha cá - chamou Arlon.
-Desculpa delegado,as apenas vim comunicar alguns fatos - respondeu ainda séria, com a postura ereta.
-Sente-se Sophia e fale enquanto comemos, fique a vontade por favor - convidou Zoren.
Sophia olhou para Ava, pedindo o consentimento da Luna.
-Sente-se Sophia, seja bem vinda. - Sorriu Ava, para uma Sophia bem comportada.
-Obrigada, Luna - puxou a cadeira e sentou-se - eu vi que a Luna foinpara a floresta atrás dos rastros do urso que atacou o getador, mas fiquem tranquilos que não fui atrás - começou a jovem a contar.
-E espero que nunca faça isso. Ava é treinada, uma caçadora e funcionária da prefeitura, autorizada para caçar e matar se for preciso - informou Arlan que fez Sophia olhar para Ava com mais respeito ainda.
-Continue Sophia - pediu Zoren.
-Sim. Então não fui atrás, mas fiquei olhando por ali mesmo e achei algo. A princípio não entendi o que era, mas depois, - seus olhos encheram d'água - vi que era um pequeno filhotinho de arminho, morto, acho que foi esmagado e jogado lá. Perto tinha o que parecia uma pequena coleira, eu peguei e depois do café eu dou a vocês. - Terminou de contar Sophia.
-Então foi mesmo Plínio e foi por vingança. - falou Zorem e contou o que tinha ocorrido no dia amterior.
Ava ficou calada, gostava de Plínio, mas nunca lhe deu confiança para pensar que tinha algo mais que amizade, na relação deles. Ficou triste, pois vandalismo é crime e provavelmente ele seria preso.
-Eu trouxe os papéis para preencher a ocorrência e dar entrada dá queixa na delegacia. - Comunicou Arlon.
Todos então se levantaram e Sophia ajudou Ava a tirar a mesa e arrumar a cozinha e depois se encaminharam para o escritório, onde o delegado ouviu e anotou tudo. Registrou a ocorrência e levantou para ir embora. Percebeu que Sophia não estava agindo com aquele jeito espevitado de criança, mas estava mais séria e comportada e isso o agradou.
Ele segurou em sua mão, olhando em seus olhos e pediu que o acompanhasse até o carro e ela sorriu tímida e o acompanhou.
Zoren e Ava ficaram olhando o casal se afastar e Zorem comentou:
-Quem diria que umas chineladas dessem tanto resultado, você é uma gênia, minha fêmea!
-Não foi só a surra, foi também o amor que ela sente pelo delegado, que a fez ouvir meus conselhos e praticá-los - explicou Ava.
Ele abraçou-a e esperaram Sophia voltar para darem um enterro digno para o pobre animalzinho, que pagou por um crime que não cometeu.
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Alfa Abandonada
ФэнтезиUma Alcatéia em um lugar inóspito, onde metade do ano é um inverno rigoroso e na outra metade é só um inverso, mas seus membros estão acostumados ao frio e a neve. As crianças adoram brincas de escorregar na neve e os mais velhos cuidam dos mais nov...