Capítulo 25. A Ursa

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Svetlana dormiu e quando acordou, não estava mais na clínica médica, estava em uma cama maior que uma King cise, digamos que seja uma cama gigante. Feita em toras de madeira maciças, bem firmes. Olhou a sua volta e reparou que estava em um quarto também muito grande, confortável e todo feito em madeira. Havia uma mesa quadrada ao lado da porta de entrada, com duas cadeiras. Uma escrivaninha na lateral direita, com várias prateleiras de livros na parede superior. Tudo do lado direito de onde estava.

Do lado esquerdo, havia uma porta meio aberta, onde se via um banheiro grande e ao redor, várias portas de um imenso guarda-roupas. Se a porta do banheiro estivesse fechada, pareceria com a porta do guarda roupas e não se perceberia ser um guarda-roupa.

Svetlana levantou-se e percebeu que estava nua. Não ligou para isso e, desvencilhando-se do lençol, apesar de ainda sentir um desconforto doloroso no lugar da ferida, se encaminhou para o banheiro. Entrou e surpreendeu-se com o tamanho. Tudo ali era grande, na verdade, enorme. Próprio para alguém grande ou maior que ela.

Terminou sua higiene habitual e resolveu encher a banheira para um banho relaxante. Tirou o curativo da ferida e viu que já havia cicatrizado. Não sabia quantos dias havia dormido. Seu lado ursa pedia para hibernar, mas seu lado humano estava muito mais curioso em encontrar seu companheiro americano. Entrou na banheira devagar, não queria espirrar água por todo o banheiro.

Os sais de banho que havia colocado na água, fizeram espuma e tinham um aroma maravilhoso de eucalipito com seiva de olíbano e um toque de mel. Delicioso e relaxante. Ficou ali até quase a água esfriar e finalmente levantou-se da banheira. Devagar para a água não entornar, apesar de já ter aberto o ralo para escoar a água. Pegou a enorme toalha e começou a enxugar seu corpo manequim 50 e vestiu o hobi atoalhado que encontrou ali.

Olhou-se no espelho e gostou do que viu, sua aparência, apesar de tudo que passou, estava ótima

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Olhou-se no espelho e gostou do que viu, sua aparência, apesar de tudo que passou, estava ótima. Secou os cabelos loiros platinados e enfim saiu do banheiro. Agora precisava comer, seu estômago roncava e estava a imaginar uma mesa posta com diferentes alimentos deliciosos. Entrando no quarto, sentiu o aroma de seu companheiro e avistou ele deitado na cama.

Vendo-o ali, a cama não pareceu tão grande. Ele deitava a cabeça sobre os braços cruzados, com os olhos fechados, o corpo virado para cima e as pernas cruzadas. Lindo! Ela sorriu e se aproximou devagar. Levemente, passou os dedos por seu cabelo e seu pulso foi agarrando. O homenzarrão pegou-a com a maior facilidade e passou-a pôr sobre ele, deitando-a na cama e segurando seus pulsos sobre a cabeça.

-Olá companheira! - falou sorrindo.

-Olá - respondeu ela com sotaque, também dando a ele, um lindo sorriso.

Ele cheirou seu pescoço e parecia não querer mais parar de sentir seu aroma adocicado de avelã e mel. Beijou seu pescoço e foi subindo pelo seu rosto até chegar a seus lábios rosados e suculentos. Ela sorria e mexia as pernas, excitada com aquele carinho. Sentiu os lábios dele e não se fez de rogada, nunca foi tímida. Beijou-o cheia de necessidade e digladiaram com suas línguas, saboreando-se mutuamente. Ele soltou seus pulsos para poder acariciá-la e ela imediatamente enfiou os dedos de volta aos seus cabelos.

Estavam se entendendo muito bem, até que ele ouviu o estômago de sua fêmea roncar e lembrou-se do que viera fazer ali, parou os movimentos deliciosos e olhou para ela, deu um beijinho em seus lábios e levantando-se, lhe estendeu a mão ajudando-a a levantar-se e direcionando-a a mesa. Ela olhou para toda a comida que ele colocara ali e não se fez de rogada, dando um beijo nele em agradecimento, sentou-se e serviu-se logo.

Dalton olhava sua fêmea esfomeada com orgulho. Sentou-se na outra cadeira e começou a ajudá-la a comer, colocando pequenos pedaços de peixe assado em sua boca, entre uma garfada e outra que ela dava. Ela sentia-se tão feliz, que não parava de sorrir e ele sorria de volta, maravilhado por sentir a aceitação dela por si.

Quando ela terminou de comer, enquanto ela foi ao banheiro lavar mãos e boca, ele tirou a mesa e levou tudo para o outro cômodo da casa, voltou e abriu parte do guarda roupa para mostrar-lhe as roupas que comprara para ela. Ela ficou maravilhada e abriu cada gaveta para examinar as diversas langerries e blusinhas que estavam ali. Escolheu um par de peças e uma legging, pegou um blusão no cabide e se virou para pôr sobre a cama.

Ele fechou as portas do guarda-roupa e ficou observando o que ela faria. Ela vestiu a calcinha e a legging, por baixo do roupão. Prendeu o soutien no corpo e de costas para ele, tirou o roupão e puxou as alças, terminando de colocar a peça e por fim vestiu a camisa. Ele ficou abismado com a desenvoltura dela, que apesar de se resguardar de ser vista por inteiro, não se envergonhou de trocar-se em sua frente.
Ele bateu palmas, sorrindo. Ela se virou, por fim, envergonhada.

Ele estendeu a mão para ela e ela segurou e acompanhou ele. Sairam pela porta entrando em um comodo grande, dividido em três ambientes: sala de estar, com sofá, poltronas e uma televisão de tela plana; uma dala de jantar, com mesa com cadeiras para doze pessoas; uma cozinha bem aparelhada, separada da sala de jantar por um balcão de madeira, com tampo de mármore. Por fim, havia uma porta, que Dalton abriu mostrando um banheiro completo.

Dalton sorriu para ela e fez gesto com aa mãos, indicando tudo aquilo e batendo no peito querendo dizer que era dele. Depois mostrou tudo novamente, mas batendo no peito dela, indicando que agora também era dela. Ela deu um sorriso largo e se jogou nos braços dele, beijando-o com paixão. Ficaram ali um tempo se degustando, com carinho, sem deixar a paixão avançar, teriam tempo para isso e Svetlana ainda tinha muito para conhecer.

Bateram na porta e os dois se afastaram, mas Dalton segurou sua mão e ambos foram ver quem havia batido. Ao abrir a porta, lá estavam os irmãos de Svetlana e Uchôa. Os irmãos se abraçaram e Dalton pode observar o carinho e cuidado que eles tinham com ela. Não entendia o que conversavam, mas parecia ser sobre o ferimento dela e ela esclareceu que estava bem. Todos enfim entraram e sentaram-se confortáveis na sala de estar. Uchôa colocou um celular ligado a uma pequena caixa de som, sobre a mesa de centro e ligou no aplicativo de tradução com voz ao vivo.

Assim puderam conversar, com todos entendendo, mais ou menos, o que falavam. Dalton quis saber especificamente, o que os três irmãos sabiam sobre os contatos dos caçadores e não se surpreendeu ao saber que um urso, informava o local e tempo certo para que os caçadores agissem naquela área. Os três deram azar de cruzar com os caçadores e aquele shifter de urso estar junto e os ter reconhecido. Foi assim que, quando eles se transformaram, os caçadores estavam de tocaia para os pegarem.

Quando Dalton e Uchôa ouviram a descrição do shifter de urso, entenderam muita coisa. A vigilância cerrada sobre Ava, fingindo interesse romântico, a quebra do gerador da Alcateia e principalmente, os sumiços que Plínio fazia, a guisa de aliviar a tensão. Embora ele estivesse preso, a vontade de Dalton era de tê-lo matado. Por causa dele, Dalton quase perdeu sua companheira.

-Vocês terão a oportunidade de reconhecerem este shifter, ele está preso na delegacia do condado. Mas quero que se sintam bem vindo aqui. Somos um bando formado por cinco irmãos, o mais novo foi abatido recentemente, por um ataque desses caçadores e agora sabemos quem estava por trás disso - esperou o tradutor terminar de traduzir e continuou:

-Nós não vivemos agrupados. Cada um tem sua casa, mas trabalhamos na madeireira e quando é necessário, nos reunimos todos ali, para nos protegermos. Só os solteiros ibernam, os acadalados e com filhos, se revezam, uns cuidam, enquanto outros dormem. Como já temos filhotes adultos, a ursada é bem grande. - Sorriu ao falar.

Um dos irmãos, se identificou como Roschow, falo e o tradutor traduziu:

-Obrigado por nos receberem, somos biólogos e trabalhamos com reservas de animais e florestas e Svetlana é veterinária, por isso também trabalhamos com clínicas veterinárias. Viemos para cá por causa das reservas ambientais daqui e porque Svletana estava sendo muito perseguida por ser uma ursa albina - esclareceu Roschow.

Dalton lembrou-se da ursa que carregou no colo e realmente era toda branca, até os cílios. Linda! Foi-lhe reservada a mais linda e preciosa de todas. Ficou cheio de si e estufou o peito e olhando para ela, declarou:

-Minha! Ninguém mais fará mal a você, porque eu cuido do que é meu. - Enquanto falava, o tradutor traduziu e todos riram da exibição do machão.

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