Bônus. Demétrio

494 59 0
                                    


Nota da autora

Oi, meus leitores lindos!

Estou com uma dúvida cruel:

Continuo este livro com a história da fada/loba Ivanesa ou escrevo outro só com a história dela?

O que vocês preferem?

__________❤️__________1

Demétrio seguia pela rua principal em direção a casa de seus pais. Havia acabado de  deixar sua companheira com o irmão, na cabana que ele mesmo construiu para quando encontrasse sua companheira.

Quem via aquele homem não muito alto, mas forte, bonito e competente, diria ser uma pessoa realizada. Mas nem sempre a aparência demonstra o que está no interior e o interior deste homem era quebrado.

Desde que Demétrio abandonou sua irmãzinha brincando sozinha na neve e ela se perdeu, que ele nunca mais foi feliz. Durante os 15 anos em que ele esteve procurando por ela e não a encontrou, sentiu-se pobre, triste incapaz e nu. Andava pelas ruas com a impressão de que as pessoas olhavam para ele e o condenavam por ter abandonado sua irmã na neve sozinha com cinco anos.

Agora que o tempo passou, que ela voltou e contou tudo que viveu depois daquele dia e o perdoou por te-la abandonado, não uma, mas duas vezes,   ouviu dela o quanto era agradecia pela vida que teve e por ter chegado até aqui e ser a pessoa forte que é, ele finalmente pode tirar aquele peso das costas e olhar para frente.

Quando ele fez isso, ele viu ela, sentiu o cheiro dela, a pessoa que completaria a sua vida: sua companheira destinada.

Sua vida parecia ter dado uma  guinada do zero para o 100 e agora que já tinha sua cabana pronta, sua companheira dentro dela, era o Beta da alcateia com trabalho bem remunerado e podendo formar finalmente a sua família, podia se dizer feliz e como sua mãe sempre dizia abençoado.

Mas uma coisa não saía de sua cabeça, a mentira como os Alfas trataram o irmão de sua fêmea. Pareceu-lhe que algo estava fora do lugar e seus pensamentos de felicidade por tê-los conhecido, não casava com os deles.

Por isso não conseguiu dormir naquela noite, havia perambulando pelas ruas, em uma vigilância solitária e já ia amanhecer, quando avistou outra figura solitária, encapuzada  indo em direção a padaria. Quis ir atrás, mas outra figura solitária, se mexeu escondida nas sombras das casas e lhe chamou a atenção.

Demétrio fingiu não ter percebido e continuou andando em direção a casa de seus pais, entrou pela frente e saiu pelos fundos, tirando suas roupas e transformando-se em seu lobo. Correu por trás das casas e lojas, chegando no local onde a sombra se moveu.

A pessoa não estava mais ali, mas seguiu seu cheiro, que o levou até próximo a cabana de Ivanesa. Olhou a sua volta, vendo o caminho estreito que seguia até a casa na árvore e viu a sombra mover-se dentro da cabana.

Esperou, espreitando, o vulto sair. Sabia que Ivanesa não estava em casa, pois reconheceu o cheiro da pessoa encapuzada que entrou na padaria. Atacou e derrubou a pessoa, assim que pisou no chão, ao descer da árvore.

Debruçou-se sobre ele, reconhecendo o irmão de sua fêmea. Se afastou e voltou a forma humana. Buscou ali perto uma muda de roupa, que sempre deixava, em caso de necessidade como essa. Voltou-se para o homem que já se levantará e perguntou:

-O que você está procurando aqui nesta cabana e nesta Alcateia? Não foi lhe dito para ficar na cabana até falar com os Alfas? - Demétrio falou com tal dominância, que o outro abaixou a cabeça.

-Sim. Mas senti o cheiro de minha companheira e o segui até aqui. Não foi por maldade ou desrespeito, mas por ansiedade de encontrá-la. - Explicou Rafael.

O dia já clareava e embora fosse inconveniente, Demétrio achou melhor seguirem direto para a casa do Alfa e resolverem logo aquela situação. Ivanesa estava com medo e por isso foi ter com o padeiro, se escondendo, de madrugada. Não podia deixar passar essa situação.

-Venha comigo e sem gracinhas, não terei consideração por você se desrespeitar essa Alcateia novamente - seguiram andando, lado a lado, calados.

Chegaram a casa do casal Alfa  junto com o padeiro e Demétrio já imaginava qual seria o assunto que ele trataria. Parou para cumprimenta-lo e pediu licença ao Rafael e puxou o padeiro de lado para falarem.

-Aquela pessoa está bem? - Perguntou Demétrio, sussurrando.

-Sim, dormindo - respondeu o padeiro.

-Aquele ali é o responsável pela intranquilidade dela,  estava bisbilhotando dentro da cabana, trouxe ele aqui, mas não quero perturbar os Alfas, o senhor pode continuar cuidando da pessoa, enquanto cuido do indivíduo?

-Sim, se precisar amarre ele, volto mais tarde para não perturbar o casal. - Concordou o padeiro e voltou para a padaria, que havia deixado sozinha.

Demétrio voltou e puxou Rafael para voltarem a sua cabana e dormirem um pouco, dando um tempo para os recém enlaçados. Chegando lá, ele parou um pouco, a frente de seu imóvel, para contemplar sua cabana funcionando. A fumaça saía pela chaminé, a luz da varanda estava acesa e havia sapatos na soleira.

Sorriu de gratidão, pois era muito bom saber que sua companheira estava em casa.

Rafael observou o macho sorrindo para a casa e sorriu também, entendendo perfeitamente, o sentimento que transparecia no rosto do outro. Um sentimento de chegar finalmente ao seu lar,  por encontrar sua companheira. Era isso que ele próprio desejava, encontrar sua fêmea perdida.

Dois homens, dois sentimentos, uma mesma causa, o laço de companheiros. Rafael abaixou a cabeça, triste, esperava que não fosse tarde demais e que sua fêmea o perdoasse e conseguisse superar todo o trauma causado pelo que vivenciaram.

Demétrio voltou a caminhar e entrou na cabana, estava descalço e falou ao cunhado:

-Vá para o seu quarto e tente dormir, resolveremos tudo mais tarde. Se ela for mesmo sua fêmea, tudo será esclarecido com o Alfa. Aquiete-se, pois o tempo não lhe pertence.

-Desculpe minha ansiedade, você está certo. Fico feliz por você ser o companheiro de minha irmã, vejo que és um homem sensato, de fibra e honrado, vai cuidar bem dela. - Falou Rafael.

-Sim  sim. Agora vá, vou deitar aqui na sala mesmo.

Demétrio foi até uma pequena sapateira próxima a porta e pegou um chinelo caseiro, foi ao banheiro, se lavou e calçou-se. Pegou roupa de cama e um travesseiro em um baú que ficava no espaço sob a escada e forrou o sofá.

Olhou para aquele sofá em que tantas vezes deitara, imaginando-se a viver ali com sua fêmea e agora o sonho virou realidade. Deitou-se, esperando não ter que dormir mais,  muitas vezes ali.

Não dormiu profundamente, preocupado, mas descansou bem com o cochilo e acordou com o melhor aroma do mundo, misturado ao cheiro do café da manhã.




Olhou para aquele sofá em que tantas vezes deitara, imaginando-se a viver ali com sua fêmea e agora o sonho virou realidade. Deitou-se, esperando não ter que dormir mais,  muitas vezes ali. Não dormiu profundamente, preocupado, mas descansou bem com o cochilo e acordou com o melhor aroma do mundo, misturado ao cheiro do café da manhã.

Alfa AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora