Capítulo 26. Lição 4.

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Enquanto o bando de ursos desfrutava da presença da nova Alfa e seus irmãos, as coisas entre o Alfa Zoren e a Alfa Ava, esquentavam.

-Qual é o seu problema em aceitar minha direção? Você quase foi morto por desatenção, se não fosse eu a te proteger. Qual o problema em ser eu a te proteger e não o inverso? - Perguntou Ava, raivosa.

-Tem que você é minha fêmea e uma fêmea pequena, que pode ser quebrada com um aperto forte…- falou tentando se aproximar, mas ela o rechaçou.

Os dois tinham esperado o delegado chegar, junto com a equipe de socorro aos animais e o rabecão para levar os mortos ao necrotério. Ajudaram a limpar o local e levaram alguns animais, que estavam em melhores condições, para a Alcateia. Também ajudaram os dois homens/ursos a chegarem à clínica da madeireira, onde sua irmã estava.

Depois de acomodarem todos os animais, seguiram para casa, estavam cansados, pois foi um dia tenso e trabalhoso. Depois que tomaram banho, Ava esquentou o ensopado que sua mãe trouxe para eles e pôs a mesa para jantarem e foi enquanto comiam, que a conversa veio à tona.

-Quando você vai entender que, antes de ser sua companheira, eu já era caçadora? E que o meu tamanho não interfere no meu trabalho e que nunca perdi para um caçador? Você precisa acalmar esse seu ego enoooooorme de macho alfa e entender que se as fêmeas fossem tão frágeis, não emprenhavam e nem pariam seus filhotes. Acorda homem, macho que é macho, confia em sua companheira - falou já se irritando.

Zoren esfregou os cabelos com as duas mãos, já sem paciência. Toda aquela tensão da perseguição aos caçadores e medo por sua fêmea, o deixou com os hormônios acelerados e precisava acasalar com urgência. E agora, com aquela discussão, que para ele é sem cabimento, resolveu levantar da mesa e sair.

-zoren, onde você vai? 

-...

-Zoren, espera, vou com você? - Ela levantou para ir atrás, mas ele parou e se voltou para ela.

-Eu estou fugindo para não te atacar feito um troglodita. Estou no frisson e não quero te machucar.

Ela olhou para ele e achou tão carinhoso da parte dele, tentar protege-la dele mesmo. Pelo jeito, teria que ensina-lo na prática. Andou ligeiro até ele e pulou em seu colo, passando as pernas a sua volta, segurando seu pescoço e tomando posse de sua boca, gulosamente.

Zoren demorou apenas alguns segundos, para perceber o que sua fêmea estava a fazer e correspondeu, levando-a para o quarto, o mais rápido que conseguiu com ela no colo. Parou na escada para apertar seu traseiro e mordiscar seu pescoço, parou no corredor para escorá-la na parede e acariciar seus seios e finalmente chegaram ao quarto, quase despidos.

Ele deitou-a na cama e ao contrário do que pensou, não foi agressivo com ela. Amou sua fêmea com ardor, mas sem violência. Ava estava mais ansiosa do que ele e precisou ser acalmada com um orgasmo já nas preliminares. Quando enfim, ela chegou ao ponto de ser preenchida sem agressão ao seu corpo virgem, zorem a penetrou.

Ava estava ainda inebriada pelo orgasmo e apesar da dor, aceitou bem a intrusão ao seu corpo e com as carícias de seu macho nos lugares certos, foi sentindo um novo orgasmo se formando. Zoren estava estrangulado no prazer de sua amada e não aguentou mais segurar seu clímax, chegou seu rosto a junção do pescoço com o ombro dela, assim como ela fez com o seu e os dois reivindicaram-se mutuamente, se desmanchando de prazer mútuo.

O macho com o prazer explodindo em ondas, uivou alto e todos souberam que tinha uma luna confirmada. Uma alegria diferente se espalhou pela Alcateia e naquela noite, a euforia foi geral. Sophia estava irritada por não poder compartilhar aquele momento com seu companheiro, teria que esperar mair um pouco, mas já estava seguindo o conselho de sua luna e deixando o jeito de menininha desmiolada, de lado e agindo com mais maturidade, como convinha a uma fêmea adulta.

Ava sorria, deitada sobre o peito de seu macho, feliz. Não imaginava que fosse tão bom. Estava relutante, com medo de sentir dor e não ser prazeroso, mas comprovou o porquê de se esperar o verdadeiro companheiro. 

-Você está bem? - Perguntou Zoren, beijando seus cabelos.

Ela ergueu um pouco a cabeça para olhar para ele e sorrindo, falou:

-Estou ótima! Estava com medo, mas foi perfeito. Nem sei como definir o que estou sentindo, de tão bom que é…

-Sim, eu te entendo - falou ele, abaixando seu rosto para beijá-la mais uma vez.

Afastou-se e ajeitou ela em seu peito, bem juntinhos, para dormirem o sono dos satisfeitos.

Quem aprendeu o que com quem, só o dia a dia dirá, pois assim é a convivência de um casal, um aprendizado a cada dia.

***

O dia amanheceu lindo, o sol iluminando um céu azul límpido e a neve derretendo e deixando à mostra, o verde das árvores. Pássaros começaram a sair de seus esconderijos, cheios de filhotes, a Alcateia estava alegre e bem disposta e vários casais tiveram a mesma ideia: levar o café da manhã para o casal de Alfas.

A sorte é que se encontraram todos na padaria e deixaram por conta do padeiro, preparar algo bem especial, com o valor dividido por todos. O padeiro por sua vez, não poupou despesas e colocou de tudo que tinha em duas cestas lindas de café da manhã. Pediu a um de seus funcionários que cuidasse da padaria e foi fazer a entrega ele mesmo.

Zoren já havia se levantado para fazer o café de sua linda companheira, quando escutou baterem na porta. Quando atendeu e viu que era o padeiro com duas sextas enormes, abriu um grande sorriso de felicidade.

-Bom dia, meu alfa! A Alcateia se uniu e preparou este café da manhã especial para nossos Alfa e Luna, em felicitações pelo acasalamento. Estamos todos muito felizes e com certeza, em breve, precisaremos aumentar a creche para os bebês que irão nascer. - Falou o padeiro empolgado.

Zoren franziu as sobrancelhas, estranhando aquele cumprimento.

-Não entendi. Eu e minha Luna não teremos tantos filhotes assim em tão pouco tempo. - Falou o Alfa 

O padeiro ficou vermelho e explicou:

-É que seu uivo empolgou os casais, Alfa. O entusiasmo foi muito grande e por isso, com a lua cheia desta noite, creio que teremos uma boa… quantidade de nascimentos.

Zoren deu uma gargalhada estrondosa que acordou sua fêmea, que logo se levantou e terminando sua higiêne e vestindo-se rápido, desceu para ver o que estava acontecendo, mas Zoren já estava pondo as coisas das cestas na mesa.

-O que foi aquela gargalhada? - Ele perguntou, fazendo ele perceber sua presença.

Zoren foi até sua amada e a abraçou e beijou.

-Bom dia, meu amor. Dormiu bem? - Perguntou todo carinhoso, parecia outro homem.

-Sim, dormi bem, bom dia - retribuiu-lhe o beijo. - Mas você não me respondeu.

Ele contou a ela sobre o presente da Alcateia e o comentário do padeiro, mas Ava não sorriu, antes franziu a testa preocupada. Zoren percebeu e também ficou sério:

-O que foi, meu amor? Por que essa carinha de preocupação? - Perguntou.

-Pensei que posso já estar prenha, seria possível? - Perguntou ela, séria.

-Com o que fizemos, é claro que é, mas também pode ser que não. Porque a preocupação, você não quer? Sei que não conversamos sobre isso, mas faz parte do acasalamento - falou ele, com paciência.

-É que... será que serei uma boa mãe? - Ela Perguntou, com uma preocupação real.

-Você se preocupa por ter vivido sem sua mãe por tanto tempo? - Perguntou ele, percebendo bem sua aflição.

-Sim. Embora eu tenha tido Blanca cuidando de mim como uma mãe, tenho receio de como serei com meu filhote. - Explicou Ava.

-As mães parecem já nascer com sexto sentido para essas coisas e tenho certeza que sua mãe vai querer compensar o tempo que você ficou longe dela, através dos netos. Não se preocupe com antecipação, mesmo porque não quero me preocupar também, pensando em voce ensinando nossos filhotes a serem caçadores - falou o acho alfa, puxando sua risonha fêmea para tomar o café da manhã.

Alfa AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora