O Poder do Amor

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– E então cunhado! Qual o plano? - Jeff quis saber.

Eu ainda precisava me acostumar com o fato de ter um cunhado...

– Você que sabe o caminho. Então bora logo.

– Você tomou chá de Ayahuasca? - Ele riu.

– Ahn?

– Um chá místico, alguns dizem ser alucinógeno. Mas isso ocorre quando é mal preparado...

– Ah... Não bebi nada. E o que tem em mente? - Eu quis saber.

– Eu?? Nada... Mas também não podemos aparecer lá, como se fossemos visitas, sair matando geral e resgatar minha irmã. Eles estarão te esperando, são muitos e não são nada idiotas. Mais provável que caiamos em alguma armadilha.

– Acho que não temos muita opção. E nem ajuda...

– Eu amo minha irmã! Sei que ela faria tudo por mim e eu farei por ela o mesmo. Mas isso é suicídio! Só precisamos pensar um pouco.- Jeff quase suplicou.

– Olha, eu não espero que você entenda. Nem eu consigo me entender. Só sei que senti uma enorme atração pela Trixie. E não sou de me apaixonar assim. Por isso sei que é real o nosso lance e eu simplesmente não consigo mais ficar sem notícias ou tão distante. Eu preciso a ter comigo e agora.

– Tá, tá... O lance das almas gêmeas. Eu sei... Então vamos ao menos pensar um pouquinho, você precisa saber o que te espera. Eu vivi tempo o bastante nas masmorras daquele lugar, sei de muitas histórias e conheço certos pontos fracos dos descendentes. Eram sete...

– Seis com o que eu decapitei. - O interrompi, já sem paciência.

– Isso. Vou te contar o que sei, enquanto comemos.

Paramos numa espelunca qualquer enquanto tentávamos bolar alguma estratégia. Ele começou a falar de como eram os sanguessugas e o que poderiam nos fazer...

Aquilo só estava servindo para me deixar mais aflito. Meu sangue começou a ferver, nem me importei com o fato de estarmos em meio a alguns descrentes. Um misto de rancor com vontade de ter Trixie... eles não podiam mais tirar isso de mim. Chega dessa supremacia ridícula, eu devia colocá-los no lugar que deveriam estar há séculos, a sete palmos do chão!

Eu não precisava ouvir mais nada, então explodi, literalmente! Quando me dei conta, já estava em meio às nuvens com o vento forte tentando me dissipar. Era verão e fazia calor mesmo com o sol se pondo. Não precisei de Jeff para encontrar um caminho. Observei de cima alguns vampiros e logo já estava por dentro de alguns dos planos deles.

Encontrei dois vampiros e um bruxo discutindo algo. De onde eu estava era difícil compreender o dialeto, por isso me aproximei com cautela para usar minha telepatia e tentar compreendê-los melhor. Descobri que haviam encantos em torno do Castelo que deveriam me delatar assim que eu me aproximasse.

Percebi, ao longe, uma tempestade se aproximando, mas ainda deveria demorar horas para chegar até mim.

Eu precisava saber o encanto certo de proteção do castelo para tentar o desfazer, por isso eu não tirei os olhos do bruxo.

Quando menos esperava senti uma dor lancinante. A tempestade já estava sobre mim, cheia de impiedosos raios que queriam me dizimar. Eu não sobreviveria se continuasse ali. Por sorte consegui voltar a minha forma humana mesmo ainda estando com uma tremenda dor nas têmporas.

– Achou que se livraria fácil assim de mim? - Ouvi aquela voz que a essa altura eu já conhecia bem.

– Meeestra... - Gaguejei

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