Capítulo 10 - Furacão mental

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  Sophie tinha sido chamada de princesa por um garoto que, tenho que ser sincera, é lindo. Não sei como conseguia continuar tão natural, e pouco vermelha... na verdade eu nem sei de que cor eu estaria se fosse comigo, talvez escarlate ou talvez verde, mas pouco importa.

- Temos todos que jantar, não? – pergunto na esperança de sair daquele lugar, o cheiro já estava insuportável.

 - Claro! – fala Percy. – Podem ir, eu tenho que arrumar as coisas por aqui com a Annabeth e tomar um banho antes de jantar.

  E então meu pai conduz Nathan para a porta da Arena e nós vamos atrás. Sophie não larga o espelho de mão e isso já está me irritando - ou eu já estava irritada antes por algum motivo que não entendo e isso só está piorando.

  Ao sair da arena agradeço aos deuses pelo costumeiro e enjoativo cheiro de morango que paira por toda parte. O céu já está com uma cor cinzenta meio aguada, evidenciando que o pôr-do-sol já estava no fim e mal se podia ver o laranja do horizonte, o vento está uivando, ótimo para alguém que lutou inutilmente por uma hora e meia. Mesmo sabendo que logo estaria escuro, tenho que controlar meu impulso por querer nadar.

    Caminho ao lado de Sophie para o local que serve de refeitório por aqui, mas Nathan se afasta um pouco de nós e caminha com mais pressa sem dizer uma palavra, eu até poderia tentar falar com ele para não se afastar e conversar, mas eu não tenho assunto e aposto que ele também não deve ter. Faço minha habitual oferenda à Atena, já que decidi sentar com o chalé dela. Não tenho nenhuma amiga no chalé 6 então me sinto sozinha por mais que tenham muitos em volta.

- Olá! Boa noite, Court. – Diz uma voz que eu sinto que conheço, atrás de mim. Me viro. Larissa está me encarando sorrindo, o sorriso dela é reconfortante - ufa, alguém que eu conheço, bem... conheço bem por cima, mas conheço.

- Olá, Larissa. Como vai? – respondo.

- Muito bem, mas você parece meio abatida, o que acontece?

- Ah... nada. Só me sinto meio sozinha por aqui.

- Não tem mais porque agora. Sou sua amiga, e você pode ir me contando como foi seu dia, porque você sumiu, menina!

  Ela já me considera amiga dela? O.k...

- Não fiz nada de mais, passei um tempo perambulando com a Sophie e participei da aula de combate.

- Sophie? Sophie Diway? Do chalé de Afrodite?

- Sim. Por quê? Não sabia que o sobrenome dela era esse, mas deve ser ela mesma. Diway. Soa bonito.

- Bem... é que normalmente nossos Chalés não... combinam muito com o delas, interesses muito diferentes, se me entende.

- Entendo. Mas Sophie é uma ótima pessoa. As pessoas não devem ser definidas por descendência.

- Sim... claro. – Ela sorri e muda de assunto, perguntando qual tipo de literatura mais me interessa, e conversamos sobre livros até eu perder a noção do tempo.

- Hey! A roda de canções em tordo da fogueira já deve estar começando. Vamos. – Ela diz puxando meu braço e me arrastando para fora.

  Quando chegamos, não muito longe, pude ver o quanto era... enorme a fogueira. Meninas do Chalé de Apolo cantavam em coro melodioso de músicas calmas, porém modernas, em volta de uma enorme fogueira com um fogo vermelho vivo que parecia dançar junto a música, apesar de saber que era só o vento balançando as altas chamas. Apesar de muito grande, não irradia tanto calor quanto pensei, eu achei que torraria só por estar a dois metros de lá, mas só senti o vento esquentar levemente. Larissa rapidamente se afastou de mim e foi se unir a algumas amigas que chamavam por ela, mas sem problema, porque logo identifiquei Sophie. Era evidente que ela havia voltado ao chalé para se lavar e arrumar, seu cabelo está preso em uma delicada trança de lado com alguns pontos de luz em forma de flor. E está com um vestido curto e pink, com um cinto brilhante de cor prata - linda, estilosa, mas muito chamativa. Algo que definitivamente eu não faria, ser chamativa, mas pelo menos foi mais fácil encontrá-la.

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