Capítulo 13 - Atividades de acampamento

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  Constatação do dia: O templo das Artes e Artesanato é longe demais da floresta!

  Finalmente cheguei ao lugar, um templo, totalmente aberto pelos lados, tem cadeiras e mesas espalhadas aleatoriamente entre quadros, esculturas e instrumentos musicais; definitivamente bem diferente de qualquer sala de aula que eu já tenha visto, sem contar que nunca tive aula em uma sala que cheirasse a tinta desde a pré-escola.

  Eu me sinto tão sem fôlego que minha mãe vem me amparar antes que eu tombe no chão da sala. E sabe... pela primeira vez ela pareceu mesmo uma mãe, autoritária e preocupada de maneira raivosa.

- Courtney! – Ela grita me segurando pelas costas, como naqueles exercícios bobos de confiança e que todo mundo conhece. – Ficou doida? O que aconteceu o com você?

- Vim. Correndo. Floresta – respondo arfando.

  Annabeth continua me encarando com uma cara preocupada, mas a raiva suaviza enquanto ela me coloca de pé com calma.

- Tudo bem?

- Agora? Acho que sim. Obrigada.

  Ela sorri se aproxima um pouco mais como se fosse me dar um beijo na testa ou um abraço, mas hesita e se afasta. Acho que eu devo me sentir agradecida, afinal, minha mãe me abraçando no meio da sala seria vergonhoso, apesar de saber que ninguém comentaria nada contra Annabeth. Então porque me sinto tão desolada? Nota mental: Procurar um psicólogo – claro, que não seja a Annie, porque eu tenho a impressão de que ela deve ser tudo que dá para alguém ser nesse lugar.

  Olho para Sophie, que está sorrindo para mim, sentada à alguns metros. Sento ao lado dela.

- Como você pode estar tão bem? Não se cansa, não? E como consegue ainda estar completamente arrumada? – pergunto, observando o quanto ela parece bem. Nada vermelha. Nenhum cabelo fora do lugar.

- Primeiro: Correr atrás de meninos não é fácil, você aprende a lidar com isso. Em segundo lugar: segredos do Chalé de Afrodite – ela responde com um sorriso misterioso.

  Ótimo. Elas devem praticar bruxaria por lá. Eu devia tentar também, alias, bruxam tinham uma religião antiga pagã onde veneravam os deuses gregos, ainda existem algumas bem mal interpretadas... já li muito sobre a wicca, são mulheres muito boas, pena que a Disney não colabora, exibindo bruxas como vilãs sobrenaturais da história, poucos acreditariam se você dissesse a eles que bruxas ainda existem, ou que não são do mal... mas estou divagando total.

  Observo o local a minha volta. O chão é de granito cinza, meio prata a esse horário do dia onde o sol está alto. As colunas são brancas de um tom bem pálido, parecem feitas de porcelana, mas algo me diz que não devem ser tão sensíveis assim. Todas as cadeiras são de uma madeira em um tom marrom médio. Porém, o local em si é completamente colorido, riscado e pintado em todo tipo de cor, das esculturas havia poucas que não estivem lascadas ou riscadas, ou rabiscadas. As pessoas a minha volta não são muitas, talvez dez ou doze, não dá para contar exatamente, estão em constante movimento, mas devem ser muitas mais, porém elas deviam estar no "mundo mortal", já que eu fiquei sabendo que a maior parte passa apenas o verão aqui, e contando que sempre deve ter pessoas cabulando aulas...

  Meus olhos focam em uma menina de cabelos pretos ondulados e bem longos, de pele tão pálida quanto as colunas, os seus olhos estão voltados para baixo, mas é possível ver que são azuis, um azul claro como gelo. Sua blusa comprida é branca com um pequeno lacinho azul turquesa um pouco abaixo do ombro direito, a cor do lacinho é claramente intencional, já que a saia lisa e rodada, que bate um pouco a cima do joelho apenas, tem a mesma cor, e ambos combinam com a mecha colorida no cabelo; apesar dela estar com uma grossa meia de lã branca ainda acho que está frio de mais para usar saia, eu só faria isso se fosse um uniforme de escola, já que as escolas parecem insistir nisso, mas aquele conjuntinho nunca seria confundido com um uniforme, era... definitivamente fashion de mais para isso – bem diferente do que e estou vestindo: moletom laranja do acampamento, como muitos na sala, posso ver, e jeans de um preto apagado –, sim... talvez eu sentisse um pouco de inveja dela por estar tão bonita, mas ainda prefiro estar confortável.

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