Eu e Sophie nos aproximamos de Nathan. Quando ele percebe que estamos indo em direção a ele, para de atacar furiosamente o boneco, abaixa a espada e nos encara, esperando. Fico de frente para ele, como se fosse confrontá-lo. Minha expressão não deve estar demonstrando algo melhor, tento sorrir, mas acho que deve ter soado falso. A filha de Afrodite apenas se encolhe atrás de mim, quieta, mas logo abaixa os ombros e levanta o rosto com uma expressão focada, como a minha.
Nathan franze a testa e diz cautelosamente:
- Oi.
- Olá – respondo.
- Oi – murmura Sophie.
- Preciso falar com você. Perguntar algo na verdade. – Ele levanta uma sobrancelha, entendo isso como uma indicação a Sophie, então, aponto para ela e completo: – Ela está incluída no assunto.
- Está bem. Pergunte.
- Bom, para começar, recebi uma missão. – Ele agora levanta as duas sobrancelhas e me encara perplexo. – Não que eu esteja muito feliz com isso de me colocar em perigo e levar gente comigo, mas eu preciso de dois acompanhantes. Você vive aqui há mais tempo que eu, deve saber. Gostaria de saber se você iria à missão comigo.
Nathan me encara, e esboça um sorriso com o canto da boca, entretido. O que ele tem?
- Só há um jeito de saber, não é? Pergunte-me.
Reviro os olhos, mas não estou com tempo para brincadeirinha.
- Você quer ir à missão?
- Hum... E onde a princesinha entra nisso? – Ele indaga, indicando Sophie.
- Sou a acompanhante número um. – Sophie responde, confrontando-o a zombar.
- Já fui rebaixado a dois?
- É... – Ela diz, fingindo teatralmente sentir muito.
- Sim ou não? – Pergunto impaciente.
- Deixe-me ver. Temos uma deusa novata privada de poderes, uma boneca Barbie e um, um guerreiro. Acho que seremos o trio de ouro do ano.
Olho para Sophie, ela se mantém neutra, como sempre em situações em que poderia se sentir honrada, apesar de que foi para zombar dela, o comentário, ela é mesmo uma boneca, não deve ser muito novo para ela. Já os adjetivos ao meu respeito não foram lá muito legais. Pressiono os lábios, mais nervosa do que apreensiva.
- Eu aceito. – Nathan afirma.
- Acabou de dizer que estamos fadados ao fracasso. Por que, então, quer ir? – Questiono em desdém.
- Primeiro, não disse isso, disse que somos um time aparentemente fraco, e que claramente pioraria sem mim. Segundo, seu pai é um dos homens que eu mais respeito, devo muito a ele, o mínimo seria proteger a filha dele enquanto posso, e isso será uma ótima oportunidade. – Ele explica. Não posso negar que soou ligeiramente fofo apesar de convencido. – E por último, nenhum guerreiro de verdade nega ou teme uma missão, independentemente das circunstâncias.
- Soou convincente – constato.
Sophie sorri, provavelmente só para parecer simpática e esconder a empolgação. Nathan levanta um canto da boca em um sorriso torto, debilmente sedutor.
- Etapa um, concluída – afirmo.
- O quê? – Indaga Sophie.
- Arranjar acompanhantes!
- Ah... claro.
- Vamos à etapa dois.
- Que é...?
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Sangue Divino
AventuraUma garota que foi criada pela avó é raptada e acorda em um estranho acampamento, onde descobre que seus pais estão vivos e mais perto do que ela imaginava, melhor ainda, são dois dos maiores heróis atuais. Sua vida esconde mais segredos e sofriment...