Capítulo 32 - Experiências

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  A primeira coisa de que tomo consciência é de que há alguém segurando minha mão, a segunda é que estou deitada.

  Meu coração acelera, abro os olhos e percebo que devo estar em alguma ala hospitalar. Viro a cabeça para o lado esperando ver Nathan, mas quem segura minha mão é Sophie, que sorri para mim.

- Perdi muita coisa? – balbucio.

  Ela dá de ombros.

- Nem tanto, mas você nos assustou pra valer.

- Desculpa por isso. Onde está o Nathan?

- Desde que te trouxe aqui, sumiu, estava tão pálido... o que aconteceu lá em cima? Leo disse que não cabia a ele contar.

- Não quero falar sobre isso agora, tá legal?

- Sem problemas. O importante é que você está bem. Logo que você foi posta aqui suas feridas começaram a se curar, depois de uma hora nem parecia que você tinha ido a uma luta. Calipso ficou um tempo, te deu uns remédios, mas só por prevenção, porque você parece intacta agora. – Olho meus braços só para conferir, realmente, não parece que eu me machuquei ontem. Ou acho que era ontem.

- Por quanto tempo fiquei apagada?

- Dez horas. Não foi tanto tempo assim.

  Assinto.

- Mas o bastante para estarmos longe do Japão. – Sophie completa. – Leo consertou o barco rapidinho e agora estamos quase na metade do Pacífico.

- Que bom.

- Você está se sentindo bem?

- Tô, tô. Eu não sinto mais nada. Mas o Nathan se machucou feio, vou ver como ele está.

  Ela levanta as sobrancelhas.

- Court, não acha melhor descansar um pouco mais? Leo disse que você gastou muita energia. Ele até molhou você para acelerar o processo de cura, e não é que funcionou?!

 Sorrio de leve.

- Estou bem, Sophie. E agradeço ter ficado aqui comigo. Mas estou comunicando que vou ver como ele está. Não preciso de permissão. Eu vou.

- Está bem...

  A filha de Afrodite me ajuda a levantar. Minha roupa está rasgada e tem algumas manchas de sangue seco, que sei que não é meu. Peço para Sophie que me deixe falar a sós com Nathan, ela entra no próprio quarto e eu bato na porta do filho de Apolo. Não ouço nada. Bato de novo e de novo.

- Nathan? – digo.

- Marie? – Ouço um ruído e a porta se abre velozmente. – Você está bem? – Ele indaga com os olhos fixos em mim.

- Estou ótima. Só meu estômago parece que está rodando como máquina de lavar, fora isso... estou sem dano algum.

- Ótimo. – Diz aliviado.

- Mas e você? Porque não ficou por lá? Você precisava de cuidados mais do que eu!

- Eu sei cuidar das minhas feridas. Já disse isso à você antes.

- Fiz questão de ignorar – afirmo.

  Pego o braço dele e levanto a manga comprida da blusa revelando cinco ataduras, ele tenta reprimir uma careta devido a pressão que fiz em cima de um machucado sem querer, sem sucesso.

- Desculpa – murmuro. Aumento o tom de voz: – Usar blusa e calça comprida não vai ajudar, Nathan. Cinco ataduras?! Deuses! Você tem que cuidar disso.

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