Capítulo 31 - O mar de... um monstro só

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  Acordo bem cedo e pego um livro da estante de minha mãe para ler. Estou quase no terceiro capítulo quando alguém bate na porta. Levanto-me, recoloco o livro na bancada com cuidado, memorizando a página onde parei, e abro a porta. Nathan entra no quarto aflito.

- O que foi? – questiono.

- Tive um sonho muito estranho e acho que podemos estar correndo perigo, Marie. – Ele responde me olhando nos olhos.

- Com o que você sonhou?

- Um monstro marinho, parecia um dragão... não sei explicar direito, mas, ontem eu passei um tempo conversando com Leo e ele disse que já estamos paralelos a Cidade do México e ainda mais próximos ao Japão. Os ventos estão nos conduzindo pra lá em alta velocidade, o Leo acha que isso é bom e quando estivermos paralelos à Califórnia ele vai virar e ir em linha reta até o acampamento.

  Franzo o cenho.

- Isso está estranho, Marie – ele continua. - Já viu o universo nos conduzir para um lugar seguro?

- Não. Mas o que está querendo dizer?

- Estou querendo dizer que a gente deve se afastar daqui, rápido.

- Acha que esse monstro...?

- Acho.

  Lembro-me de algo, o que me arrepia.

- Nathan? – indago.

- Sim.

- Sabe onde estamos exatamente?

- Creio que devemos estar quase paralelos à Kumamoto agora.

- Droga. Droga. – Coloco a mão na testa.

  Ele me encara confuso.

- Chama a Sophie e me encontra no deque o mais rápido que puder – peço.

  Nathan assente com a cabeça.

  Alguns minutos depois, estamos os três no deque olhando um para o outro com cara de perdidos.

- Court. Vai falar ou não? – Sophie pergunta. Pisco.

- Sim. Claro. Desculpa, estava pensando. Bem, todo mundo conhece o Triângulo das Bermudas, né?

- Chamamos de Mar de Monstros. – Explica Nathan. – Seu pai já deu uma passada por lá.

- Hum – murmuro. – Bom... – pego uma caneta do meu bolso e desenho num papel pendurado na parede – há vários desse, Leo deve gostar de anotar em qualquer lugar. Aponto o triângulo no centro do desenho. – Bem vindos ao Mar do Diabo, ou, Triângulo do Dragão.

- Acho que já ouvi sobre – diz Sophie. – É mais ou menos paralelo ao Mar de Monstros.

- E estamos beirando ele – digo.

  Ela arregala os olhos.

- O sonho... – diz Nathan.

- É. Existem muitas lendas sobre os monstros nesse lugar, mas na minha opinião, ele deve se chamar Triângulo do Dragão por algum motivo especifico – afirmo. – Você diz que não sabe descrever o que viu, não sabe dar um nome, mas parecia aflito demais para quem mal sabe o que viu. – O rosto de Nathan se contorce. Olho no fundo dos olhos dele. – Fala Nathan. Quero um nome. O quê você viu?

- Vi um monstro submarino enorme com asas. Um dragão aquático.

- Qual o nome disso para você? – Minha voz estava tão dura que Sophie ficou com uma expressão assustada.

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