Capítulo 2 - Passeio revelador

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  Saio do local onde eu estava, não vi muito lá dentro, só que parecia bem antigo. Quando fui para o lado de fora, sentindo muito vento, vi o que só podia ser um acampamento - com algumas atividades de tortura, mas um acampamento com certeza. No centro havia um espaço vago e olhando ao redor se viam muitos chalés, com fachadas diferentes, em forma de um U bem comprido e quase fechado. Percebi que o cheiro de morango, que ficou mais forte, vinha de uma plantação, enorme, de morangos, à esquerda. Era um lugar bonito e que parecia bem grande, no topo de um planalto. Eles me explicaram que o limite era um pinheiro bem visível de qualquer ponto devido ao brilho do tecido dourado, pousado em um dos galhos mais altos.

  Logo constatei que se aquilo não era um sonho eu não sabia nada sobre o mundo, mas se pelo menos toda mitologia fosse verdade, eu já sabia bastante sobre ela. Enquanto andávamos em direção ao chalé 11 - que por sinal, parecia bem cheio e de uma fachada simples com um caduceu contendo duas cobras enroladas em cima da porta -, sentindo um vento gelado, cheiro de morango e... mato, ouvi o Percy dizer:

- Quíron, deixe-me tentar! Dez minutos. Por favor!

- Sabe que ela tem que se instalar. Logo é o almoço. - Disse o centauro, chamado Quíron... nome que aliás, já ouvi em algum lugar...

- Treinador de heróis - sussurro.

- O quê disse? - Quíron questiona.

- Você! É um treinador de heróis!

- Sim, eu sou. Já treinei muitos heróis, mas tenho que confessar, seu pai é realmente um dos melhores.

  Annabeth e Percy olham para ele incomodados, a moça, com raiva, mas Percy parecia querer estar com raiva, mas não conseguia, mas ambos desaprovavam a fala. Que legal... nem aqui querem que eu saiba sobre ele.

- Meu pai foi um herói? - pergunto. Minha vó disse que ele tinha o nome de um herói mitológico, poderia ele ter sido um real herói mitológico? Um semideus daquelas histórias? Um filho de Zeus?

- Está bem! Dez minutos, vá! - ele diz à Perseu, ignorando minha pergunta.

  Se meu pai era um herói, seria ele o lendário Hércules, filho de Zeus? Não pode ser, ele viveu há séculos! E se a minha vó está viva ele teria que ser novo, então isso está praticamente fora de questão, e digo praticamente, pois, não tenho mais certeza de nada por aqui.

- Vem comigo, pequena. - Percy diz se dirigindo a mim.

- Para onde estamos indo agora? Não estávamos no caminho do tal chalé 11? - questiono.

- Sim, mas vamos passar no lago antes.

- Então... tá.

Sigo-o em direção ao tal lago e Annabeth vem atrás de mim.

- Vocês conheciam os meus pais? 

- Por favor, não pergunte nada agora. Vai saber tudo que quiser sobre os seus pais, mas depois. - Ele diz de um maneira melancólica que me fazia acreditar que ele sentia pena de mim pelos meus pais, o que me afligia ainda mais.

  Olho triste para moça, porém ela parecia mais triste que eu, por algum motivo que eu desconhecia. Chegando ao lago, Percy se senta perto da água e surpreendentemente, para mim, não se molha quando a água bate em sua calça, e isso me assusta ainda mais.

- Sente-se aqui. - Diz o homem batendo a mão no chão, teoricamente areia, ao seu lado.

- Mas eu não quero me molhar! Está muito frio.

- Eu não vou deixar você se molhar. Sente-se.

- Como?

- Sente e verá.

Sangue DivinoOnde histórias criam vida. Descubra agora