Capítulo 7 - Sangue brilhante

1K 42 9
                                    

  Sorrio feliz comigo mesma, meus pai se dão por satisfeitos e me mandam para a aula de mitologia, que é antes do almoço. Como na mesa de Atena dessa vez, porque achei que isso deixaria Annabeth mais feliz e eu não gosto de vê-la chateada toda vez que prefiro ficar próxima aos outros do que dela.

  O frio custava a ceder, e o vento gelado só parava na hora do almoço. Depois de almoçar minha mãe sugere que continuemos treinando, agora em cima da minha recém-descoberta habilidade.

  Eu e Annie voltamos ao arsenal para escolhermos mais armas para mim... facas, punhais e adagas, ainda não aprendi muito sobre como diferenciar, mas com certeza deve ter algo de marcante já que Annabeth consegue definir o que é o que muito rápido. Ah, acho que não tinha mencionado que o arsenal é fechado - por isso tem um cheiro forte de mofo que nem os morangos cobrem -, parece uma gruta fria de armazenamento para uma guerra.

- Sabe que, por enquanto, aperfeiçoaremos as coisas em que você é boa, mas logo teremos que treinar para que consiga usar como arma o que lhe for dado, certo? – Minha mãe questiona calmamente enquanto examina alguns punhais.

- Certo. Claro. Imaginei. – Digo - Você também é boa com adagas pelo o que vi.

- Sim. Não costumo fazer ataques a longa distância com elas já que minha força já foi bem treinada nessa área, exige habilidade manejar uma dessas de perto, e digamos que habilidade não falta aos que tem sangue de Atena.

- Não sei...

- Você ainda vai ver que é tão hábil quanto eu, querida. – Ela afirma. Eu sorrio, mas sem saber se acredito. – Vamos. Seu pai vai nos encontrar lá na arena.

- Talvez... eu demore para me acostumar com isso, então vou continuar chamando vocês pelos nomes, está bem?

- Sim, claro! – O sorriso que ela mostrava ainda não me convenceu do fato de que ela não se incomodava.

  Chegamos a arena, que estava bem mais vazia do que na primeira vez, provavelmente porque os campistas estavam em outras atividades. Os bonecos já não estavam mais lá, tivemos que ir pegá-los no canto do lugar e pendurá-los mais para o meio.

  Já haviam se passado uns trinta minutos no mesmo esquema, que estava me entediando muito, Annie dizia qual era o alvo da vez, eu mirava e acertava, repedidas vezes.

- No nariz, Court! – ela grita.

- Vocês são muito bons em... bem... ser heróis. Se conheceram como? – pergunto, enquanto acertava um punhal bem na ponta do nariz do boneco. O frio que eu sentia já havia diminuído de tantas as vezes que atirei armas até agora, na verdade, meus braços já estavam em chamas.

- Nos conhecemos aqui, no acampamento. Calcanhar esquerdo!

- Como? – Pergunto enquanto miro no calcanhar esquerdo do boneco.

- Quando seu pai chegou aqui, depois de uma luta contra um minotauro na fronteira da barreira, ele estava bem machucado e... como ele era minha única chance de sair daqui para uma missão, eu cuidei dele. Não foi porque eu me importava com ele, mas você tem que entender que eu não aguentava mais esse lugar, filha, fugi de casa e ingressei nesse lugar muito nova.

- E tudo que eu me lembro daquele dia são seus cabelos de princesa. – Uma voz masculina diz do outro lado da arena.

- Oi, cabeça de alga. – Ela diz sorrindo radiante, e um sorriso muito sincero. Cada vez que eu a vejo pronunciando esse apelido ela parece muito mais engraçada e radiante que na maior parte do dia, ela realmente adora lembrar que ele está aqui com ela. Tenho sorte de ter pais que se amam tanto.

Sangue DivinoOnde histórias criam vida. Descubra agora