Capítulo 15

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Felicity

Bato meu pé freneticamente no chão em sinal de puro nervosismo. Estou a ponto de enlouquecer se não obter notícias de Angel. Ela foi levada faz duas horas e até agora nada; Cole está tão aflito quanto eu, mas tenta se manter firme por nós dois.

Não sei o que está acontecendo, geralmente sou uma pessoa controlada em situações assim... mas porra! O que aqueles desgraçados fizeram com meu anjo...

- Acompanhantes de Angel Bellerose? - um médico de postura séria aparece na sala de recepção. Prontamente me aproximo, quase pulando em cima dele para obter notícias. O médico suspira. - Bom, o caso dela é grave. A paciente está com três costelas quebradas e por pouco não perfurou o coração. Localizamos também uma hemorragia interna, sinal de alguma contusão forte na região do abdômem; mas conseguimos controlar. Já a situação da perna é um pouco complicada, o ferro quente atingiu o nervo periférico, que é responsável por levar os comandos do cérebro até os músculos para que eles executem os movimentos. - ele me encara, numa pergunta silenciosa se estou entendendo. Confirmo com a cabeça. - Fizemos uma cirugia para reentregar a membrana externa que cobre o nervo. Por enquanto a paciente está estável, mas esperamos resultados positivos já que o nervo periférico tem a capacidade de regeneração.

Solto um pouco o ar dos meus pulmões. Pelo o que o médico cirurgião falou, Angel não tem nenhuma chance de morrer, e acho que nunca me senti tão aliviada na minha vida.

- Realizaremos alguns exames para saber se a cirurgia obteve sucesso, por enquanto, a paciente permanecerá internada até concluirmos que não há mais complicações. - finaliza, tirando um terço do peso dos meus ombros.

- Podemos vê-la? - questiono de forma ansiosa.

- Claro, no momento a paciente está sob o efeito da anestesia e provavelmente só acordará no outro dia. Com licença. - o médico se retira. Olho para trás vendo Cole com a expressão um pouco aliviada; nem percebi que o mesmo estava ouvindo.

Me dirijo até a recepção, organizando todos os papéis de entrada e me informando sobre qual quarto meu anjo se encontra. Aviso a Cole que gostaria de vê-la primeiro, ele sorriu em compreensão, falando que buscaria um café para nós dois.

Entro no quarto branco, observando Angel que dorme, pela primeira vez, serenamente. Acho que a anestesia foi forte. Vários fios estão ligados no seu braço, sua pele está um pouco pálida e suas mãos parecem apertar de forma involuntária os lençóis. Beijo sua testa, na esperança de transmitir um pouco de segurança e tranquilidade para seu coração.

- Espero que fique bem logo, SnowFlower. - sussurro. - Volte e grite comigo, faça o que você quiser, só... por favor volte.

Ouço meu celular tocar. O pego no bolso da calça visualizando o nome do meu irmão, Miles.

- Bravinha, onde você está? - ele pergunta. Suspiro fechando os olhos.

- No hospital... - respondo com a respiração entrecortada.

- O que?! Como assim? Aconteceu alguma coisa? - sua voz é alarmada e nego com a cabeça, mesmo sabendo que Miles não pode ver.

- Não. Uma... garota que eu conheci está internada, algumas coisas aconteceram. - explico com pesar. - Depois eu te conto tudo, não precisa se preocupar. Mas não vou voltar para casa hoje, avisa a mamãe.

Me sento na poltrona. E mais uma vez estamos aqui...

Deixo minha cabeça descansar no estofado, encarando o teto ainda com uma inquietação dentro de mim.

- Okay... só toma cuidado, por favor. - ele fala, me fazendo abrir um sorriso.

- Eu te amo. - digo .

- Eu também te amo, Fê.

Desligo a ligação e logo Cole entra com dois copos de café. Ele observa Angel com o rosto triste. Seu olhar se volta para mim, meu amigo entrega o café e dou um sorriso mínimo.

- Você vai ficar com ela? - pergunta. Murmuro um "sim" pensando em como a raiva que antes estava tomando conta de mim, começa a voltar com tudo. - No que está pensando?

- Em como vou matar os pais da Angel. - respondo simples. Cole me encara sem saber se eu falo a verdade ou não. Dou uma risada amarga voltando a observar minha SnowFlower.

- Só... tente não chamar atenção - ele solta um riso nasal.

- Não se preocupe, porque nem o diabo consegue me pegar.

Um tempo se passou e continuei velando o sono de Angel. Cole avisou que precisava ir, pois tinha que estudar para as provas finais; fiquei de avisar a ele sobre qualquer notícia.

Volto a fechar os olhos, tentando relaxar por conta da dor de cabeça; qualquer estresse ou emoção forte me faz ficar desse jeito. Depois de um tempo, consigo descansar em um sono agitado.

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Perdão se o capítulo contém erros, corrigi nas pressas.

SNOWFLOWEROnde histórias criam vida. Descubra agora