Capítulo 28

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Felicity

— Ainda não conseguiram encontrar aqueles desgraçados? — indago irritada. Os cinco homens que estão na minha sala negam com a cabeça, me fazendo dar um soco na mesa. — Continuem procurando.

Há alguns meses venho procurando Rebeka e Max, mas nenhum sinal deles. Parece que se esconderam no caralho a quatro.

Massageio as têmporas sentindo uma forte dor de cabeça me atingir. Mando meus homens saírem da sala e abro a gaveta da mesa, pegando um maço de cigarro. Sei que Angel não se agrada quando faço isso, mas no momento é a única coisa que me acalma.

Tenho que resolver outras coisas antes de voltar para casa. Suspiro frustada, voltando a me concentrar em investigar a vida de um vereador que anda na minha cola. Parece que o imbecil quer bancar o detetive e expor minha família e os negócios sujos para as autoridades, na esperança de ganhar a eleição desse ano.

Bom, só existe um saída, e não vai ser a conversa.

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Chego em casa quase no fim da tarde. Estranho ao ouvir vozes saindo da cozinha e sigo até o cômodo, me surpreendendo ao ver Angel, minha mãe, Lily e a tia Jaque conversarem de forma animada.

— Fê! — minha prima praticamente se joga em cima de mim e dou risada da sua animação. — Quanto tempo eu não te vejo. Você quase não está aparecendo na cafeteria.

— Ando bastante ocupada, Lily. — falo, caminhando até Angel. Tento beijar sua boca, mas ela desvia. Franzo o cenho, confusa com sua mudança de humor.— Enfim... Oi, tia Jaque. Como está? — questiono lhe dando um beijo na bochecha.

— Estou bem, querida. Seu tio daqui a pouco aparece junto com o seu pai. — responde e assinto com a cabeça.

— Eu só preciso deitar um pouco, estou morrendo de dor de cabeça. — aviso, pegando uma maçã vermelha da fruteira. — Angel, vamos comigo? — pergunto. Ela se levanta, dando um sorriso pequeno para as mulheres presentes. 

Quando saímos da cozinha, entrelaço minha mão na sua e dessa vez ela permite o toque. Uma pergunta ronda minha cabeça, deixando-me um pouco desconfortável com a possibilidade de ser verdade. Quando chegamos no quarto, suspiro e Angel vem me abraçar. Sinto seu cheiro de camomila, me fazendo afundar o rosto no seu pescoço.

— Por que não me deixou te beijar lá embaixo? Tem vergonha? — pergunto na defensiva. Angel desmancha seu sorriso, me encarando com alguma mágoa no olhar.

— Claro que não, Felicity. Estava apenas fazendo drama porque fiquei com um pouco de ciúmes da Lily te abraçando. — responde, se afastando de mim.

— Desculpe, só fiquei um pouco insegura. — digo me sentando na cama.

— Não precisa. Eu jamais teria vergonha do nosso relacionamento. — dou um sorriso com sua frase. Angel arregala os olhos depois que percebe o que acabou de dizer. — E-eu... nós...

Vou até ela, a abraçando pela cintura e depositando vários beijinhos do seu rosto delicado. Angel começa a gargalhar, e o som envia ondas de felicidade pelo meu corpo.

— Você riu de verdade. — exclamo. Levanto seu pequeno corpo no ar, girando pelo espaço enquanto escuto os gritos do meu anjo. — Eu te amo!

O sorriso de Angel some e ela morde a parte de dentro da bochecha.

— Eu... — sussurra e sinto meu coração doer. — Felicity...

Tenta se aproximar, mas eu me afasto, reparando no seu olhar magoado.

— Você não me ama, não é? — dou uma risada amarga e Angel permanece calada. — Eu sei que não deveria te pressionar, mas porra! Você sente alguma coisa por mim, Angel? Ou só está fingindo para que eu continue bancando seus luxos? — ela olha para mim rapidamente, parecendo assustada e me arrependo do que falei na mesma hora.

— É isso que você acha de mim? — sua voz sai baixinha e Angel abraça o próprio corpo. — E-eu... te amo, Felicity, só não estava conseguindo dizer. Esse sentimento é algo novo para mim, por isso estou indo devagar. Para algumas pessoas, falar “eu te amo” é mais difícil do que imagina. — ela respira fundo, tentando controlar sua voz embargada. — Sabe, na hora da raiva, a pessoa acaba confessando o que já estava guardado no coração, mas nunca teve coragem de dizer... Você me acha tão ruim ao ponto de fingir sentimentos apenas para uma pessoa me bancar? Realmente me acha uma interesseira?

A dor na suas palavras me fazem negar com a cabeça, já sentindo lágrimas deslizarem pelo meu rosto. Vou em sua direção, mas Angel se afasta rapidamente. Ela caminha até sua parte do closet, pegando um casaco.

— Bom, esse casaco é meu, pode ficar tranquila que não vou levar nada que você comprou para mim. — fala, calçando os sapatos. Me desespero em apenas pensar na ideia de Angel indo embora. — Aqui. — ela me entrega uma pulseira com meu nome. — Parece bobo, eu sei, mas eu queria te dar um presente de coração. Eros que me ajudou. É só ler o que está escrito atrás.

“A lua está linda hoje”

— Meio que quer dizer “eu te amo”. Para pessoas que têm dificuldades em se expressar, essa frase significa muito. — choro ainda mais, me sentindo destruída pelo o que falei para meu anjo. — Adeus, Felicity.

— Não... Angel, por favor! Me desculpa, meu amor. Eu não queria dizer aquilo. — falo desesperada. Caio de joelhos, abraçando sua cintura na tentativa de fazê-la ficar. Mas é em vão.

Angel se afasta, me olhando uma última vez antes de descer as escadas e ir embora. Sem me importar com mais nada, encosto as costas na parede e abraço minhas pernas. O choro vem com tudo. O desespero é sufocante, frio e sem piedade.

Eu não posso perder ela.

Não posso perder meu amor.

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Esse capítulo saiu horrível... mas enfim. Estou morrendo de sono, então perdoem os erros gramaticais.

SNOWFLOWEROnde histórias criam vida. Descubra agora