Capítulo 35

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Angel

— Bom dia, pessoal. — Felicity cumprimenta a todos ao chegarmos em sua cafeteria.

— Até que enfim apareceu! — Lily exclama, a abraçando. — Bom dia, Felicity. Bom dia, Angel.

— Bom dia, Lily. — falo educadamente. — Onde Cole está?

— Ele foi para uma entrevista de emprego! — Lily diz, animada. — Ele não é incrível? Mal saiu da faculdade e já pode ter a chance de trabalhar em uma empresa de advocacia.

Olho para Felicity ao mesmo tempo que ela  para mim, trocando olhares sugestivos.

— Ele é sim. — minha namorada fala, indo para atrás no balcão.

— Sabe... eu estava pensando em trabalhar aqui. Como garçonete. — me pronuncio meio receosa. — Quero poder ter o meu próprio dinheiro.

— Sabe que não precisa se preocupar com isso, meu bem. — ela pega em minhas mãos.

— Eu sei, mas eu quero. — insisto e Felicity suspira.

— Okay. Então, aqui seu avental. — me entrega e abro um sorriso.

Visto ele, dando uma voltinha arrecadando um sorriso da parte dela. A cafeteria é bem movimentada, então não preciso me preocupar em ficar sem fazer nada.

Hoje vai ser um dia bom.

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Como um cupcake com café enquanto converso com Cole sobre sua entrevista de emprego, que pelo visto ocorreu tudo bem. Felicity teve que sair para resolver algumas coisas, o que me deixa inquieta. Ela sempre dá suas saídas misteriosas e nunca me explica o que é. Não posso evitar de sentir uma pitada de insegurança.

— Angel? — Cole chama. Pisco algumas vezes, voltando a realidade. — Tudo bem?

— Ah sim. Desculpe. — murmuro.

— Tem alguma coisa te preocupando. — ele afirma e solto um suspiro.

— É a Felicity... você já reparou que ela sempre sai de vez em quando? E nunca fala para ninguém sobre o que precisa resolver. Não que ela tenha que contar toda sua vida para as pessoas... mas é estranho. — confesso um pouco chateada. — Você acha que ela pode estar...

— Não, não, não. Tire essa ideia da cabeça. Não tem a menor possibilidade da Fê estar te traindo. Ela é louca por você. — Cole diz, me abraçando de lado. — Vai ver ela seja uma agente do FBI, ou uma mafiosa.

Damos risada da sua fala. Percebo que já está no horário de fechar a cafeteria. Lily se aproxima da gente, roubando uma das rosquinha de Cole.

— Ei! — meu amigo bate levemente em sua mão. — Sua ladra.

— Também te amo. — Lily pisca para ele, e acho que sua fala não foi totalmente brincadeira. — Sabe, Cole... eu estava pensando, o que acha que irmos ao cinema hoje?

— Ah... tudo bem. Quer ir com a gente, Angel? — ele pergunta e nego com a cabeça, lhe enviando um sorriso.

— Eu estou um pouco cansada. Só quero chegar em casa, assistir um desenho e dormir. — falo, soltando um bocejo logo em seguida. — Podem ir, eu fecho a cafeteria. Daqui a pouco Felicity vem me buscar.

— Certo. Até amanhã, Angel. — Cole diz, beijando minha testa. Posso perceber de soslaio Lily se mexer desconfortável.

— Até amanhã, pessoal.

Eles saem da cafeteria parecendo um pouco envergonhados na presença um do outro. Solto uma risada, me concentrando em anotar alguns poemas em um caderninho que achei. Ouço o sininho da cafeteria tocar, indicando que alguém chegou.

— Estamos fecha... — minha frase morre assim que reparo na mulher que acaba de entrar no estabelecimento.

Meu estômago parece afundar e todos os meus sentidos simplesmente paralisam.

Rebeka...

— Olá, filhinha. — ela diz, se aproximando ainda mais de mim. — Senti tanta saudade.

Eu não consigo falar. Não consigo agir. Apenas mantenho meu olhar na mulher que me colocou no mundo e que me fez tão mal.

— Fique tranquila, não vim aqui te machucar. — gargalha da sua fala, como se tivesse algum tipo de graça. — Parece uma cadela assustada.

Reage, Angel... reage.

— Apenas vim aqui avisar o seguinte: Estou na cola da sua namorada, e você sabe muito bem do que eu sou capaz. Você estragou minha vida, sua vadia, então... tenho que me vingar de alguma forma, não acha?

Nego com a cabeça, sentindo meus olhos enxerem de lágrimas, mas não permito que elas caiam. Não posso demonstrar fraqueza.

— Bom, você tem até o dia 30 de julho para decidir se quer salvar a sua vida, ou a dela. Se escolher salvar a vida da sua namorada, quero que faça o seguinte...

Escuto tudo o que ela diz, sentindo um dor dilacerante no coração; como se ele estivesse sendo arrancado do peito. Eu sabia. Sabia que nunca poderia ser feliz de verdade. De uma hora ou de outra, o passado sempre volta para me atormentar.

— Espero que tenha entendido tudo. — Rebeka ajeita seus cabelos vermelhos, no qual percebi que foi pintado. — Até mais, praga.

Ela sai da cafeteria, me deixando totalmente sem chão. Com a mente atordoada, observo os carros e as pessoas passarem. Vejo a figura de Felicity entrar no estabelecimento. Ela sorri para mim e tento retribuir, mas acho que não saí muito bem.

— O que foi, meu amor? — ela pergunta e nego com a cabeça.

— Nada. Só... estou cansada. — respondo quase em um sussurro. — Podemos ir para casa? 

Ainda desconfiada, Felicity assente. Pegando meu casaco e me ajudando a vestir. Ela fecha a cafeteria e apenas permaneço calada.

— Tem certeza que está tudo bem? — ela volta a perguntar, enquanto dirige até em casa.

— Tenho sim. — confirmo com a cabeça, porque também quero me convencer disso. — Tudo vai ficar bem...

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