Capítulo 46

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Essa primeira parte contém cenas de tortura (nada muito pesado) mas se não gosta, aconselho que pule.

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Felicity

Encostada na parede enquanto brinco com minha adaga, observo Rebeka se debater e gritar palavras desconexas de ódio.

— Eu já torturei milhares de pessoas... mas é a primeira vez que estou em dúvida sobre o que vou fazer com você. — falo, me aproximando devagar. — Porque o tanto de mal que você causou, Rebeka...

— Faria de novo sem pensar duas vezes. — responde, já que conseguiu se livrar do pano que cobria sua boca.

— Vou te fazer sofrer em dobro por isso. — dou risada.

Minha mãe entra na sala com sua pose séria, que eu tenho medo até hoje.

— É essa a vadia? — questiona e assinto com a cabeça. — Bem que tem cara de prostituta barada.

— Mamãe, que coisa horrível! O que as prostitutas fizeram para você compará-las com esse verme nojento? — ponho a mão no peito em uma reação dramática. — Vamos começar?

— Com o maior prazer.

Vou até um arsenal que guardo todos os meus objetos de tortura, retirando de lá uma caixa de pregos. Volto para onde Rebeka está amarrada, balançando a caixa com um sorriso maligno.

— Sabe o que é isso? — retiro um prego de sete centímetros, aproximando no seu rosto. — Lembra quando você colocava a Angel naquela quartinho escuro cheio de pregos?

O olha de Rebeka se torna desesperado e aceno para minha mãe se aproximar.

— O que acha de brincar de “espete a vadia”? — sugiro irônica e mamãe pega um dos pregos, enfiando o ferro com força no olho esquerdo de Rebeka. — Bom... dez pontos.

A desgraçada grita e começa a chorar implorando por perdão. Sinceramente? Achei que seria mais resistente.

— Lembra do dia que fez isso com a Angel? — questiono retóricamente, perfurando seu braço com vários pregos. — Acho divertido vê-la sofrer?

Rebeka sorri diabólica e meu ódio só aumenta.

— Sabe... acho que vou te deixar viva por uma semana, para você receber toda surra que já deu em Angel. — falo, puxando seus cabelos. — Eu só não mando um dos homens abusarem do seu corpo imundo, porque tenho meus princípios até em vadias como você. Mas não pense, nem por um segundo, que sua tortura acabou.

Me preparo para sair da sala, mas Rebeka começa a gargalhar como uma maluca e me viro novamente.

— Você acha mesmo que o Clarkson não vai buscar a criança que aquela desgraçada carrega no ventre?

Entro em alerta com sua fala e ela continua.

— Nunca se perguntou o porquê Clarkson sempre teve cuidado com Angel? O porquê permitiu que ela continuasse a gravidez? Porque por incrível que pareça, aquela cadela foi a única capaz de gerar um menino. Pode ter certeza que ele vai pegar o que é dele. — termina provocativa, estalando a língua como a verdadeira cobra que ela é.

— Ele não vai conseguir. — respondo convicta. — Clarkson pode ser considerado poderoso por toda a Europa, mas ele não é capaz de me vencer. Sou melhor e mais esperta que aquele verme, e ele nunca mais vai encostar um dedo nos meus filhos e na minha mulher.

Dito isso, eu saio, deixando minha mãe se divertir um pouco. Vou até minha sala, correndo até o banheiro e vomitando todo o meu café da manhã. O cansaço mental me bate com tudo e fecho os olhos, tentando focar minha mente em algo.

Ouço a porta da minha sala ser aberta e logo meu pai aparece no banheiro. Ele precisava resolver algumas coisas aqui e como esse escritório era dele, o mesmo vem de vez em quando.

— Você está bem, minha princesa? — questiona e murmuro um “não”, sentindo meus olhos encherem de lágrimas.

Sem dizer mais nada, meu pai me pega nos braços e encosto minha cabeça em seu peito. Respiro fundo seu cheiro enquanto relaxo um pouco, com as pálpebras ainda fechadas, me permito descansar.

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Acordo sentindo algo macio em minha boca e o gosto de leite quentinho descendo pela minha garganta. Me assusto quando percebo que é o seio de Angel e tento me afastar.

— Amor, vem... — ela sussurra contra o travesseiro e nego com a cabeça.

— Não... pode fazer mal para o bebê. — falo, me encolhendo involuntariamente. 

— Eu conversei com a médica e ela disse que não tinha problema, já que minha gravidez não é de risco. — explica e pondero sobre, mas por fim acabo negando novamente. — Felicity Salvatore, eu estou com sete meses, me sentindo horrível e cansada, meus peitos estão super doloridos e minha coluna dói como um inferno. Então, meu amor, eu te peço que mame um pouco.

— Esse “eu te peço” é mais um “eu mando” — resmungo, mas com um sorriso no rosto. — Minha bravinha.

— Quero dormir. — fala irritada e dou risada.

Beijo sua testa e em seguida me aconchego mais em seus braços. Começo a mamar, soltando um suspiro ao sentir o gosto bom do leite.

Que saudade...

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Sei que vocês queriam uma cena de tortura bem detalhada, porém estava sem criatividade para escrever 😣

SNOWFLOWEROnde histórias criam vida. Descubra agora